A Itaipu recebeu, no fim da tarde de quarta-feira, mais quatro carrocerias de automóveis que passarão pela linha de montagem do Projeto Veículo Elétrico (VE). Os carros devem ficar prontos em um mês e serão entregues a empresas parceiras do Projeto VE, todas do setor elétrico.
“Queremos que esses protótipos sirvam de ferramenta para que as equipes de pesquisa e desenvolvimento das empresas parceiras do projeto identifiquem pontos de aperfeiçoamento e façam inovações. Elas recebem os protótipos com esse compromisso”, explica o engenheiro Celso Novais, coordenador brasileiro do Projeto VE.
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Os quatro Palio Weekend chegaram sem o chamado “kit elétrico” – composto por motor, bateria e inversor, entre outros – e os componentes de fixação. Mas eles saíram da linha de montagem da Fiat, em Betim, Minas Gerais, já com a marca do veículo elétrico no seu “código genético”. |
Segundo Celso Novais, os carros vêm devidamente formatados para se converterem em protótipos, com aproximadamente 100 itens diferentes dos montados na linha convencional. Todos os protótipos do Projeto VE são montados na Itaipu.
No Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos (CPDM-VE), instalado no galpão G5, especialistas da Fiat fazem a montagem, testes, diagnósticos e ajustes necessários para que todos os protótipos fiquem em perfeitas condições de uso.
A equipe de Itaipu, em conjunto com a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI), desenvolve instrumentos e ferramentas para ensaios que permitem avaliar as inovações realizadas por todas as parceiras.
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O Projeto VE foi iniciado em maio de 2006. A produção dos protótipos começou em setembro de 2007 e, até agora, já concluiu 15 unidades. Destas, duas ficaram na Itaipu. As demais foram distribuídas às empresas parceiras, como Eletrobrás, CPFL, Ampla e Copel. Outras empresas, como Cemig e Furnas, estão na fila de espera. |
A nova remessa foi apenas uma de várias que devem ocorrer neste segundo semestre. “Tínhamos a meta de fazer a montagem de cerca de 50 protótipos este ano, mas a greve da Receita Federal e atrasos do fornecedor de algumas peças importadas na Europa comprometeram essa expectativa”, afirma Celso Novais. “Mas acredito que devemos fechar o ano com a conclusão de até 40 protótipos”, ressalta o coordenador.
Aos poucos, o Projeto VE vai avançando e alcançando resultados positivos. “Estamos gradativamente substituindo alguns dos componentes importados por nacionais, desenvolvidos pelas empresas parceiras”, afirma Celso Novais. “Um dos nossos focos, neste momento, é reproduzir aqui a tecnologia européia. Gradualmente estamos ‘nacionalizando’ os componentes básicos. Mais tarde, pretendemos fazer o mesmo com as peças mais avançadas”, explica.
De acordo com Celso Novais, o Projeto VE difere da maioria dos outros que existem pelo mundo. “O nosso é puramente elétrico. Fora daqui, grande parte é formada por veículos híbridos, ou seja, além da bateria como fonte de energia, possuem motor a combustão ou outras fontes de energia, o que ainda torna necessário o uso de escapamentos e tanque de combustível”, explica.
Ainda segundo o coordenador, o veículo puramente elétrico possui um desenvolvimento diferente, o que demanda uma bateria mais potente, por ser esta a única fonte de energia. “As pesquisas e testes que já fizemos ajudaram o fornecedor a implementar melhorias, diminuindo a taxa de falhas drasticamente, o que faz com que os componentes dos protótipo de hoje sejam muito mais confiáveis que os primeiros”, enaltece Celso Novais.