A Itaipu tem a incumbência de entregar a energia produzida na usina até os pontos de conexão com o Sistema Interligado.
No lado brasileiro, a conexão é localizada na subestação de Furnas em Foz do Iguaçu, que transmite a energia até os centros de consumo. No lado paraguaio, a conexão é realizada na subestação Margem Direita, situada na área da usina de Itaipu, e distribuída pela Ande (Administración Nacional de Electricidad).
No Brasil, a coordenação e controle da operação do sistema elétrico é de responsabilidade do ONS (Operador Nacional do Sistema) e, no Paraguai, a responsabilidade é da Ande.
Sistema de transmissão de Itaipu
O sistema de transmissão de Itaipu conecta as três subestações situadas dentro da Central (duas subestações isoladas a gás, uma de 50 Hz e outra de 60 Hz, instaladas dentro da Casa de Máquinas, e uma convencional de 50 Hz na Margem Direita) com os sistemas interligados paraguaio e brasileiro.
A partir de 2014, no setor de 50 Hz passou de seis para oito linhas de transmissão em 500 kV, sendo quatro entre a Casa de Máquinas e a Subestação Margem Direita, com cerca de dois km de extensão, e quatro entre as Subestações da Margem Direita e Foz do Iguaçu, com cerca de 9 km. No setor de 60 Hz são quatro linhas de transmissão de 500 kV, cada uma com cerca de 10 km, que conectam a usina com a Subestação Foz do Iguaçu.
A energia em 50 Hz utiliza o sistema de corrente contínua de Furnas (Elo CC) e a energia em 60 Hz utiliza o sistema de 765 kV de Furnas e o sistema de 525 kV da Copel e da ISA CTEEP. E o Operador Nacional do Sistema (ONS) é o responsável pela coordenação e controle da operação da transmissão.
O Elo de Corrente Contínua tornou-se necessário porque a energia produzida no setor de 50 Hz de Itaipu não pode se integrar diretamente ao sistema brasileiro, onde a frequência é 60 Hz. A energia produzida em 50 Hz em corrente alternada é convertida para corrente contínua e escoada até Ibiúna (SP), onde é convertida novamente para corrente alternada, mas agora em 60 Hz.
O sistema de transmissão é formado por duas linhas de ±600 kV, com extensão de aproximadamente 810 km, entre as subestações de Foz do Iguaçu (PR) e Ibiuna (SP). A conversão CA/CC é feita através de oito conversores em cada subestação, cada dois formando um polo, que compõem os dois bipolos em ±600 kV, sendo transmissão realizada através de quatro linhas, uma em cada polo. Esse sistema começou a operar em 1984.
Esse sistema leva a energia produzida pelo setor de 60 Hz de Itaipu (frequência brasileira) para a proximidade do centro de consumo da região Sudeste do Brasil e sua tensão de transmissão é de 765 kV. O sistema é composto de três linhas de transmissão entre as subestações de Foz do Iguaçu e Tijuco Preto (SP), na região metropolitana de São Paulo, cada uma com extensão de aproximadamente 900 km.
Em Tijuco Preto existem sete transformadores, para 500 kV e 345 kV, de forma a diversificar a sua distribuição. Ao longo do sistema existem ainda duas outras subestações, a de Ivaiporã (PR) e a de Itaberá (SP). Em Ivaiporã há conexão com a região Sul do Brasil através de transformadores para 500 kV, o que permite a otimização da geração de energia no sistema em função da disponibilidade energética. Ora o fluxo de energia nesses transformadores vai em direção ao Sul ora em direção ao Sudeste. Iniciou sua operação em 1986 e, até hoje, é o sistema de transmissão em corrente alternada de tensão mais elevada existente no Brasil.
Cada linha é constituída por cerca de 2 mil torres de transmissão. As linhas de correntes contínuas têm uma perda de energia menor do que as de corrente alternada em linhas muito longas.
Nos últimos anos, vários reforços foram incorporados no sistema de transmissão da interligação Sul-Sudeste, o que afeta a operação da UHE Itaipu 60 Hz e a transmissão pelo 765 kV.
Os principais deles foi a entrada em operação da linha de transmissão de 525 kV entre as subestações de Foz do Iguaçu e Cascavel Oeste (LT 525kV CVO-FI), da Copel, em 2012 e a entrada em operação de duas linhas de transmissão entre as subestações de Foz do Iguaçu e Guaíra (LT 525kV FI-GUA 1 e 2), da ISA CTEEP, em 2022.
Essas linhas de transmissão aumentaram o acoplamento entre a UHE Itaipu 60 Hz e o sistema Sul, o que permitiu o aumento do recebimento de energia pela região Sul e a exploração total da geração na UHE Itaipu 60 Hz.
A subestação da Margem Direita atualmente conta com seis conjuntos autotransformadores/reguladores que reduzem a tensão de 500kV para 220 kV e se conectam ao sistema interligado paraguaio através de quatro linhas de transmissão, sendo que duas delas seguem para as subestações de Itakyry e de Parque Industrial Hernandarias, situadas a 71 km e 16km de Itaipu, respectivamente, além de outras duas linhas que vão para a usina de Acaray, a apenas 5 km da subestação Margem Direita. Da usina de Acaray, pertencente a ANDE, outras seis linhas destinadas ao fornecimento de energia elétrica do sistema interligado paraguaio.
Adicionalmente, duas linhas de transmissão de 500kV transmitem a energia de Itaipu ao sistema interligado paraguaio a partir da subestação de Margem Direita, sendo uma conectada à subestação de Villa Hayes, situada a 340 km de Itaipu e próxima a região metropolitana de Assunção, que é o principal centro de consumo paraguaio, além de outra linha que se conecta à subestação de Yguazu, situada a 51 km de Itaipu. Uma terceira linha de transmissão de 500 kV, que conecta também a subestação da Margem Direita à subestação de Yguazu, entra em operação em maio de 2023.
A comercialização da energia gerada pela Itaipu ao sistema interligado paraguaio é feita pela ANDE.
© 2025 Itaipu Binacional
Todos os direitos reservados
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