Silvana Vitorassi, assistente do diretor-geral da Itaipu, representou a empresa no Fórum Brasil-África, nessa quinta-feira (22), em Brasília
O programa-piloto Cozinha Solidária Sustentável, desenvolvido pela Itaipu Binacional e parceiros, foi um dos destaques da programação do 2º Diálogo Ministerial Brasil-África sobre Segurança Alimentar, Combate à Fome e Desenvolvimento Rural, realizado no Palácio Itamaraty, em Brasília (DF), nessa quinta-feira (22). O evento reuniu autoridades governamentais do Brasil e de países africanos para discutir estratégias conjuntas em prol da segurança alimentar e nutricional, além do desenvolvimento rural sustentável.
A assistente do diretor-geral brasileiro, Silvana Vitorassi, falou sobre o programa dentro do Painel 3, intitulado “A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza e o papel das políticas públicas para a segurança alimentar e nutricional”. O painel, moderado pelo assessor-chefe adjunto da Presidência da República e representante do Brasil no Conselho de Campeões da Aliança Global, embaixador Audo Faleiro, teve também a participação de autoridades como o vice-presidente da Tanzânia, Philip Isdor Mpango; o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil, Wellington Dias; e o vice-primeiro-ministro da Etiópia, Temesgen Tiruneh Dinku.

Silvana Vitorassi lembrou que o programa-piloto Cozinha Solidária Sustentável surgiu a partir de um convite da primeira-dama, Janja Lula da Silva (presente no evento), para refletir sobre o enfrentamento à pobreza energética, um problema que afeta o Brasil e muitos outros países, com impacto especial sobre as mulheres. A iniciativa, desenvolvida em parceria com ministérios como o do Desenvolvimento e Assistência Social, Minas e Energia, Relações Exteriores, a Secretaria-Geral da Presidência, a Caritas Brasileira e a própria Itaipu, visa combater a fome e promover a segurança alimentar.
Segundo ela, o programa se inspira em experiências da sociedade civil surgidas durante a pandemia de covid-19 e tem potencial para se tornar uma política pública. A metodologia é uma tecnologia social adaptável a diferentes contextos, podendo incorporar elementos inovadores para atender às realidades locais e compor uma cesta de projetos para a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. “As Cozinhas Solidárias Sustentáveis vêm como uma metodologia de uma tecnologia social que casa muito bem com esse encontro Brasil e África, porque ela é uma tecnologia adaptável a qualquer contexto”, explicou.
As premissas do programa incluem a melhoria da qualidade de vida das mulheres, o fortalecimento de grupos que mobilizam a solidariedade, o incentivo a energias limpas e renováveis, a sustentabilidade financeira das cozinhas, o uso consciente de resíduos orgânicos e a promoção de espaços de conhecimento e troca de experiências. O aspecto comunitário é central, transformando as cozinhas em espaços não apenas de alimentação, mas também de acolhimento e enfrentamento de desafios.
O programa-piloto está sendo implementado em diversas regiões do Brasil para testar adaptações às diferentes realidades culturais, climáticas e de solo, com o envolvimento de universidades e da Associação Brasileira de Biogás e Biometano. A expectativa é que alcance sustentabilidade ambiental, econômica e social, com foco nas mulheres. As cozinhas deverão contar com biodigestores para produção de biogás para o cozimento, placas solares para energia elétrica e hortas comunitárias, cujos resíduos realimentarão o sistema.
Vitorassi concluiu expressando a esperança de que a iniciativa contribua significativamente para o Brasil e outros países, alinhada aos compromissos da transição energética e da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.

Outros painéis
O evento também contou com a realização de painéis sobre sistemas agroalimentares sustentáveis, pesquisa e inovação, além de financiamento para o desenvolvimento rural, com participação de ministros do Brasil e de países africanos, bem como de representantes de bancos multilaterais de desenvolvimento.
Ao final da programação oficial, foi realizada a Cerimônia de Assinatura de Atos e a Adoção da Declaração Final, marcando o compromisso das nações presentes em avançar na cooperação e nas políticas públicas para o combate à fome e o desenvolvimento rural sustentável
O 2º Diálogo Brasil-África reuniu ministros e especialistas para discutir temas cruciais como sistemas agroalimentares sustentáveis, pesquisa e inovação, e financiamento para o desenvolvimento rural. O evento contou com a presença de diversas autoridades, incluindo a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e a diretora executiva da Agência de Desenvolvimento da União Africana – NEPAD (AUDA-NEPAD), Nardos Bekele-Thomas.