Monitoramento da ictiofauna
Os estudos da ictiofauna na área de influência de Itaipu tiveram início em 1977, cinco anos antes da formação do reservatório. A iniciativa envolveu universidades, institutos de pesquisa e entidades governamentais. Desde então, 221 espécies de peixes já foram identificadas no rio Paraná e seus afluentes entre Foz do Iguaçu e Guaíra, dando início a uma série de projetos para compreender a ecologia e possibilitar o manejo deste componente fundamental da biodiversidade neotropical.
Estudos de marcação e recaptura, mantidos desde 1997 em parceria com várias entidades, revelaram que ao menos 20 espécies de peixes ocupam extensas áreas para completar seu ciclo de vida, e são capazes de migrar centenas de quilômetros em busca de áreas apropriadas para a reprodução; é o caso de espécies emblemáticas da região e fundamentais para a pesca, como o dourado (Salminus brasiliensis), o pintado (Pseudoplatystoma corruscans), a curimba (Prochilodus lineatus), o pacu (Piaractus mesopotamicus) e a piapara (Leporinus elongatus). Em 31 anos de pesquisas, mais de 51 mil peixes receberam implantes de marcas externas com numeração individual, o que permite apurar seus dados de deslocamento e determinar suas áreas de vida e suas necessidades em termos de habitat, em cada fase de seu desenvolvimento. Tal comportamento revelou a necessidade de manter a conectividade do curso principal do rio Paraná, motivando a criação do Canal da Piracema. Monitoramento da pesca profissional A pesca profissional artesanal é uma das principais atividades exercidas no contexto dos usos múltiplos do reservatório. Atualmente, aproximadamente 800 pescadores profissionais artesanais, buscam o sustento de suas famílias nas águas do reservatório de Itaipu. A maioria destes pescadores reside nos 15 municípios lindeiros, estão organizados em 12 Associações e Colônias. Para o exercício da pesca os pescadores tem acesso preferencial nos 63 pontos de pesca autorizados pelo Ibama.
O monitoramento da atividade pesqueira no reservatório constitui a principal ferramenta, capaz de orientar possíveis medidas de manejo com finalidade de garantir a exploração sustentável dos recursos pesqueiros no reservatório de Itaipu. Em 1982, o represamento das águas do Rio Paraná formou o Reservatório de Itaipu com lâmina d´água contígua de 1.350 km2. Logo após, em 1985 a pesca profissional artesanal foi regulamentada e legalizada.
Atualmente, o monitoramento é executado em parceria com 11 entidades de representação de classe dos pescadores profissionais, responsáveis em coletar e compilar as informações diárias das capturas realizadas no reservatório. Além dessas informações, também fazem parte do monitoramento da pesca o levantamento detalhado dos dados biológicos das espécies exploradas.
Esses dados são obtidos por amostragens mensais realizadas em locais de desembarque dos próprios pescadores. Também são relevantes os dados do cadastramento socioeconômico anual, preenchido pelos pescadores profissionais que atuam no Reservatório.
O histórico desse monitoramento retrata que a pesca praticada no reservatório é baseada na exploração de aproximadamente 70 espécies. Dessas, as mais abundantes são: a Curimba (Prochilodus lineatus), o Armado (Pterodoras granulosus) a Curvina (Plagioscion squamosissimus) a Perna de moça (Hypophthalmus oremaculatus) e o Barbado (Pinirampus pirinampu), que juntas representam em torno de 60% do volume capturado.
Esses dados demonstram também a produção pesqueira anual total do reservatório próxima a 1.300 toneladas. Outra informação importante é a captura por unidade de esforço (CPUE), estimada em torno de 10 kg de pescado/pescador/dia de pesca.
Objetivos estratégicos da Itaipu relacionados:
Parceiros:
Colônias e Associações de pescadores profissionais, UNIOESTE - INEO, Entidade Binacional Yacyretá.
Resultados:
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