A Itaipu, a Fundação Conama, da Espanha, e o Centro Internacional para o Desenvolvimento Sustentável da Fundação Cidade do Saber (Cides), do Panamá, assinaram, na tarde desta terça-feira (23), em Madri (Espanha), um convênio de cooperação na área ambiental. São signatários do documento, respectivamente, o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, e os presidentes Gonzalo Echagüe e Rodrigo Tarté.
A assinatura aconteceu durante o Fórum Hispano-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, que está sendo realizado em Madri, paralelamente ao Congresso Nacional do Meio Ambiente (Conama 10). “A Cidade do Saber tem interesse em aplicar um programa como o Cultivando Água Boa na área de influência do Canal do Panamá”, explicou o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich.
Segundo Friedrich, os contatos com a Fundação Cidade do Saber vêm desde a criação do Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, em 2006, que conta com a colaboração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), que, por sua vez, tem sede no Panamá.
A aproximação definitiva entre as instituições, no entanto, aconteceu no ano passado, com a realização do Encontro Ibero-americando de Desenvolvimento Sustentável (Eima 7), em Foz do Iguaçu, em parceria com a Fundação Conama.
Localizada em uma antiga base norte-americana, a Cidade do Saber é um projeto semelhante ao Parque Tecnológico Itaipu (PTI). Conforme as duas cláusulas do documento que resumem os objetivos do convênio, ele servirá para o intercâmbio de informações sobre a gestão de ecossistemas, incluindo suas relações com as áreas de saúde, energia, agricultura e água.
Fórum
Dando continuidade ao Fórum Hispano-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável, que foi aberto nesta segunda (22) com o seminário “Brasil: uma oportunidades de negócio sustentável”, foi realizada nesta tarde o seminario “Energia e mudanças climáticas no Brasil”, da qual participou o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek.
Samek fez uma apresentação sobre a Itaipu, ressaltando a importância da usina para a geração de energia renovável no País e os principais projetos da empresa, como o Programa Cultivando Água Boa, o Projeto Veículo Elétrico, o PTI, a Unila e outros. Samek ainda abordou as emissões de gases do efeito estufa. “Há quem queira dividir a conta do aquecimento global entre todos os países, mas ela tem de ser proporcional. Os que emitem mais têm mais responsabilidade”, ressaltou.
O diretor-geral brasileiro foi o segundo a falar. Antes dele, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, José Machado, apresentou o plano brasileiro de redução de emissões de gases do efeito estufa.
Segundo Machado, dentro das projeções das emissões até 2020, o País quer reduzir, somente no setor energético, 234 milhões de toneladas de CO2, sendo 80,7 milhões com a construção de novas hidrelétricas, 43,3 milhões com outras renováveis, 73,7 milhões com combustíveis líquidos renováveis e 36,3 milhões com a melhoria da eficiência energética. “O Brasil tem um forte compromisso com essas reduções. Essas metas fazem parte de um plano mais amplo, que será apresentado pelo presidente Lula em Cancún”, explicou.
Além de Samek e Machado, também fizeram parte da conferência o vice-secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia do Brasil, Paulo Altaur Pereira Costa; o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Coelce (do grupo Endesa), José Nunes de Almeida Neto; a representante do Instituto Nacional de Investigação da Amazônia, Hillandia Brandão da Cunha; o subdiretor geral de Planejamento Energético e Seguimento do Ministério da Indústria, Turismo e Comércio da Espanha, Francisco Maciá Tomás; e o representante do Departamento de Energia da Urbaser, José Javier Alonso Mateos.
Nesta quarta-feira (24), o diretor Nelton Friedrich fará uma apresentação mais detalhada sobre o programa Cultivando Água Boa, no Fórum Hispano-Brasileiro.