COP30: Itaipu apresenta soluções climáticas em água e energia no Pavilhão dos ODS

Fotos: Rafa Kondlatsch/Itaipu Binacional.

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Empresa participou de debate sobre como avançar tecnologias para o clima com organismos internacionais

Estratégias para avançar o desenvolvimento de soluções tecnológicas para o nexo água-energia fizeram parte de um debate promovido na manhã desta sexta-feira (14) pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (Undesa) no Pavilhão dos ODS, na Zona Azul da COP30, em Belém. A Itaipu Binacional apresentou sua estratégia de desenvolvimento territorial, que alia iniciativas sociais e ambientais, e inovação tecnológica.

A empresa foi representada pelo superintendente de Energias Renováveis da margem brasileira, Rogério Meneghetti, e pelo representante da Divisão de Reservatório da margem paraguaia e coordenador do Centro Internacional de Hidroinformática, Daniel Vázquez. O painel também contou com a participação do cientista chinês Chuanlun Zhang, do projeto apoiado pela ONU Ocean Negative Carbon Emissions (Emissões Negativas de Carbono dos Oceanos, em tradução livre) e da cientista sênior do Programa de Água para Ecossistemas e Habitação do Instituto Ambiental de Estocolmo, a estadunidense Annette Huber-Lee.

Em uma época de constantes recordes de temperatura, o painel destacou a necessidade de avançar nas iniciativas de mitigação e de adaptação à mudança climática. A Itaipu apresentou sua estratégia baseada na restauração de sistemas florestais (são mais de 100 mil hectares de Mata Atlântica em torno do reservatório) aliada a cuidados com a água, monitoramento ambiental e climático, e sistemas de gestão de dados como suporte para a tomada de decisão territorial.

Rogério Meneghetti (à dir.), superintendente de Energias Renováveis da margem brasileira.

A isso se somam iniciativas de impacto social e ambiental como o programa Coleta Mais, de gestão de resíduos sólidos, contribuindo para estruturar a cadeia da reciclagem nos municípios e valorizando a atuação dos catadores de materiais recicláveis. E projetos para a transição energética como o uso de resíduos da pecuária para a geração de energia a partir de biogás. “São ações que retiram resíduos do ambiente e evitam as emissões de gases de efeito estufa, aliadas à geração de renda e à redução de desigualdades”, afirmou Meneghetti.

Vázquez destacou a alta dependência de hidroeletricidade nos setores elétricos brasileiro e paraguaio e os riscos da mudança climática para essa forma de geração de energia, com a pressão que secas prolongadas exercem sobre os reservatórios. Nesse contexto, ele enfatizou a necessidade de integração de dados e do planejamento de ações relacionadas a água, energia e meio ambiente. “A Itaipu detém um histórico de mais de 40 anos de dados da bacia hidrográfica do Paraná que contribuem para a análise e o desenvolvimento de estratégias e tecnologias pra o clima”, disse.

Já Chuanlun Zhang apresentou estudos ligados ao uso de energias renováveis para a dessalinização da água do mar, saneamento e sequestro de carbono nos oceanos. Segundo ele, a China está na vanguarda na temática das “emissões negativas de carbono nos oceanos”, o que significa utilizar de tecnologias sustentáveis e de processos naturais para retirar CO2 da atmosfera para aprisioná-lo na biomassa oceânica, como fitoplâncton e outras plantas aquáticas. “Há grande potencial para o uso do oceano como sumidouro de carbono, mas é preciso aumentar a cooperação e a integração de políticas internacionais para isso”, concluiu.

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