Diretor-geral da Itaipu defende diálogo e cooperação para uma transição energética justa e inclusiva

Foto: J.L.Bulcão/Autres Brésils.

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Durante abertura do seminário internacional Diálogos Transatlânticos, Enio Verri ressaltou o modelo de gestão binacional como exemplo de cooperação internacional e desenvolvimento sustentável

O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, participou nesta terça-feira (21) do painel de abertura do seminário “Diálogos Transatlânticos: Transição Energética, Educação Ambiental e Agenda 2030”, que integra o calendário de eventos do Ano Cultural Brasil-França 2025. O diretor-geral destacou o papel da Itaipu como impulsionadora da transição energética e enfatizou a cooperação entre Brasil e Paraguai na gestão conjunta da usina.

O encontro “Diálogos Transatlânticos”, promovido pela organização Autres Brésils, é realizado hoje e quinta-feira (23) na Universidade de Sorbonne, em Paris, e reúne representantes dos governos brasileiro e francês, especialistas e pesquisadores, membros sociedade civil, jornalistas e estudantes universitários. O objetivo é aprofundar o diálogo entre os dois países em torno de estratégias de transição energética e transformação ecológica justa, com ênfase nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Participaram da abertura do seminário a enviada especial para Mulheres na COP30 e embaixadora dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) no Brasil, Janja Lula da Silva; o embaixador brasileiro na França, Ricardo Neiva Tavares; o Comissário-Geral da Temporada Brasil-França 2025, Emílio Kalil; e o vice-presidente da Universidade de Sorbonne, Guillaume Fiquet.

“Itaipu é um modelo de governança integrada, que alia soberania nacional, cooperação internacional e compromisso climático”, disse Verri.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu afirmou que a transição energética é o maior desafio do século 21 e a usina está na vanguarda dessa transformação. Ele ressaltou os projetos da binacional com o biogás e biometano, hidrogênio verde, combustível sustentável para aviação (SAF) e, recentemente, o projeto-piloto que visa produzir energia elétrica na usina solar flutuante no reservatório.

“São ações que inserem a Itaipu como uma impulsionadora da solução climática global, integrando inovação tecnológica, soberania energética e sustentabilidade territorial. Estamos cumprindo nossa missão, que é produzir energia limpa, renovável e barata, ao mesmo tempo nos preparamos os desafios e oportunidades da transição energética”, disse.

Enio destacou o modelo de governança da usina como exemplo de cooperação internacional e desenvolvimento sustentável. Segundo ele, o diálogo e a integração entre os países são fundamentais para construir uma transição energética justa e solidária.

“O modelo binacional da Itaipu é um modelo de governança integrada, que alia soberania nacional, cooperação internacional e compromisso climático. Itaipu é prova viva de que o diálogo e a cooperação produzem mais energia que qualquer conflito. Enquanto o mundo enfrenta divisões e crises ambientais, o exemplo Brasil-Paraguai mostra que a integração é o caminho para a sustentabilidade. A energia que Itaipu produz vem da água, mas a força que nos move vem das pessoas e da sua organização. É esta energia humana, renovável e solidária, que alimentará o futuro da transição climática justa.”

Evento contou com a participação da embaixadora dos ODS no Brasil, Janja Lula da Silva, e do embaixador Ricardo Tavares.

Janja Lula da Silva, por sua vez, ressaltou que a transição energética justa deve unir ciência, cultura e solidariedade, valorizando os povos e a cooperação para um futuro comum. “Pensar em uma transição energética justa é, sobretudo, construí-la com base na solidariedade, na reciprocidade e fundada no internacionalismo do bem comum da humanidade. A transição energética deve vir da ciência e cultura, deve ser técnica e política, mas sobretudo deve vir povos e vozes. Por isso, esse seminário é tão importante, ele cria um espaço de escuta, de encontro, de troca entre saberes, de construção coletiva”, afirmou.

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