Mais de 5 mil pessoas participam do Latinoware 2025

Foto: Douglas Guimarães/Itaipu Parquetec.

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Maior congresso de software livre da América Latina integrou tecnologia, diversidade e ciência dentro do Festival Iguassu Inova

O 22º Congresso Latino-Americano de Software Livre e Tecnologias Abertas – Latinoware encerrou a edição de 2025 na última sexta-feira (24), em Foz do Iguaçu (PR), reunindo mais de 5 mil participantes ao longo dos três dias de evento. Realizado dentro do Festival Iguassu Inova, o Latinoware manteve seu papel de destaque como um dos maiores espaços de troca e aprendizado sobre tecnologia, inovação e inclusão digital da América Latina.

Entre os dias 22 e 24 de outubro, o evento recebeu 47 caravanas de diferentes regiões do Brasil, como participantes de Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, e do Paraguai e da Argentina.

“Ver tantos jovens, professores e pesquisadores reunidos aqui, debatendo tecnologia aberta, sustentabilidade e inclusão, é um sinal de que estamos no caminho certo. As boas iniciativas precisam ser valorizadas e continuar crescendo. Parabéns a todos os envolvidos por fazerem deste evento um verdadeiro patrimônio do conhecimento latino-americano”, disse Alexandre Leite, diretor de Tecnologias do Itaipu Parquetec.

A realização do evento é feita em parceria com a Itaipu Binacional há mais de 20 anos, destacando o papel integrador da usina e valorização da pesquisa dentro do ambiente da usina.

“Vimos como o Latinoware é um espaço vivo de troca e aprendizado. Quando eu era estudante, não havia oportunidades como essa para publicar ou apresentar pesquisas. Hoje, graças à integração entre Itaipu e Itaipu Parquetec, conseguimos oferecer uma estrutura que valoriza a produção científica e conecta pessoas de toda a América Latina”, frisou Everton Pasqual, superintendente de Informática da Itaipu Binacional.

Jon “Maddog” Hall participou de mais uma edição do Latinoware. Foto: Kiko Sierich/Itaipu Parquetec.

Programação diversa e multidisciplinar

Com 126 palestrantes e oficineiros, o Latinoware abordou desde software livre, segurança cibernética e inteligência artificial até temas como educação, acessibilidade, tecnologia social e sustentabilidade. Foram 10 oficinas práticas, além de painéis e debates sobre inovação aberta, robótica e o futuro da computação.

As áreas mais procuradas pelo público refletiram as tendências do setor. Entre os temas mais abordados, estiveram Segurança Cibernética, Desenvolvimento de Software e DevOps, Software Livre e Inteligência Artificial, temas que reforçam a relevância do Latinoware como ponto de encontro entre academia, setor público e mercado de tecnologia.

Competições e ciência em destaque

Na área acadêmica, o LatinScience recebeu 265 submissões de artigos científicos – o melhor número desde o início da trilha, em 2019 – com 157 trabalhos selecionados em 18 seções técnicas. Entre eles, 96 artigos completos (Full Papers) e 61 curtos (Short Papers).

Os autores dos cinco melhores artigos da edição garantiram vaga automática no Latinoware 2026 como palestrantes, reafirmando o compromisso do congresso com a produção científica e o incentivo à pesquisa aplicada.

As produções foram apresentadas por acadêmicos de universidades e por estudantes do ensino médio, como a equipe do Instituto Federal do Paraná de Londrina, formada por Matheus Melo, Guilherme Pimenta, Leonardo Carmezini e Fábio Melquiades, com idades entre 16 e 17 anos.

“Estamos nos formando agora, e foi muito importante poder mostrar o resultado do nosso trabalho. Ainda estou em dúvida se vou seguir para a área de agronomia ou informática, mas acredito que vamos continuar desenvolvendo o software”, afirmou Guilherme Pimenta.

Arthur Santos, 23 anos, estudante de Engenharia Eletrônica da Universidade Federal de Pernambuco, participou pela primeira vez do Latinoware e venceu na categoria de melhores artigos apresentados. Ele desenvolveu um estudo sobre a possibilidade de um sistema de visão panorâmica com hardware e software livres, oferecendo uma alternativa acessível às câmeras de monitoramento comerciais.

“A ideia foi criar uma alternativa aberta e de baixo custo para quem pesquisa ou desenvolve tecnologia. O Latinoware foi a oportunidade perfeita para mostrar que inovação também pode ser acessível”, disse.

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