Programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) passará a atender 7.500 famílias, beneficiando diretamente mais de 30 mil pessoas
Em evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira (29), em Faxinal (PR), a Itaipu Binacional anunciou que vai triplicar o número de famílias agricultoras atendidas pelos seus programas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER). O novo instrumento passará a incluir o Sul do Mato Grosso do Sul, chegando a 434 municípios nos dois estados.
O avanço será possível graças a um novo convênio firmado com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), organismo oficial da ONU. O atendimento será ampliado das atuais 2,5 mil famílias, assistidas pelo programa Semeando Gestão, para 7,5 mil famílias, por meio do programa Caminhos Sustentáveis: Inovação, Renda e Conservação no Campo.
Com a expansão, estima-se que cerca de 30 mil pessoas sejam beneficiadas diretamente. Os alimentos da agricultura familiar, destinados à merenda escolar e a outras políticas públicas de segurança alimentar, chegarão às mesas de milhares de famílias e estudantes.

O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, destacou que o convênio visa preparar os agricultores para os desafios das mudanças climáticas. “A iniciativa promove práticas sustentáveis, como a agricultura orgânica e a proteção ambiental, com ênfase no fortalecimento das organizações e na garantia da segurança alimentar do país”, explicou.
Atualmente, as 2.500 famílias participantes do programa já produzem cerca de 9 mil toneladas de alimentos por ano, destinadas ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A produção conta com respaldo técnico continuado e estímulo a práticas sustentáveis.
A iniciativa reforça o compromisso da Itaipu, por meio do Programa Itaipu Mais que Energia, com o desenvolvimento rural sustentável e com a valorização da agricultura familiar, em consonância com as políticas públicas do governo federal.

Alinhada às diretrizes nacionais, Itaipu reafirma seu papel estratégico na promoção do bem-estar social e da segurança alimentar, especialmente nos territórios de sua área de atuação prioritária, formada pelo Paraná e Sul do Mato Grosso do Sul.
Compras Sustentáveis
No evento também foi anunciado um Protocolo de Intenções entre a Itaipu e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, com a finalidade de promover na Binacional as diretrizes do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
A proposta é que, dentro das ações de compras institucionais da Itaipu, seja estabelecido que nos contratos de prestação de serviço com fornecimento de itens alimentícios, um percentual mínimo do faturamento mensal dos produtos alimentícios adquiridos pela contratada deve ser produzido, preferencialmente, pela comunidade da região, e se dará prioridade à aquisição de mercadorias provenientes da agricultura familiar.

Na Itaipu, o projeto será contemplado na metodologia aplicada pelo Programa de Compras Sustentáveis, para os contratos de prestação de serviço de alimentação, como marmitas, coffee-breaks e lanches e nos contratos de trato e manejo de animais silvestres. O documento foi assinado pelo Ministro Paulo Teixeira e pelo diretor-geral da Itaipu, Enio Verri.
Mudanças Climáticas e Impactos na Agricultura Familiar
O diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, enfatizou o papel da Itaipu como uma empresa pública binacional comprometida com o desenvolvimento sustentável do Brasil e do Paraguai. Ele destacou a ampliação da área de atuação da empresa, que passou de 54 para todos os municípios do Paraná, sob orientação do presidente Lula, em 2023.
“O presidente nos passou duas tarefas principais: ampliar nossa área de atuação e desenvolver ações com foco na sustentabilidade ambiental, na economia e na justiça social”, explicou Carboni. Ele reforçou que a Itaipu, como a maior geradora de energia limpa do planeta, tem o compromisso de “plantar água” por meio da preservação de nascentes, matas ciliares e práticas sustentáveis.

Em seguida, Carboni anunciou a palestra “Mudanças Climáticas e Impactos na Agricultura Familiar”, ministrada pelo geógrafo e doutor pela USP Andrei Cornetta, que abordou os desafios das mudanças climáticas e suas implicações para a agricultura familiar, com foco na necessidade de políticas de adaptação territorial.
O palestrante destacou a urgência do assunto. “É um tema fundamental porque afeta a todos, mas de maneira diferente. No caso do agricultor, os efeitos das mudanças do clima atingem a produção de alimento, sendo fundamental pensar em políticas de adaptação territorial para garantir territórios saudáveis”, afirmou. Ele também apontou que, apesar dos desafios, a adaptação é o caminho para enfrentar as transformações climáticas, considerando o contexto único de uma crise climática impulsionada pelo sistema capitalista.