Os 32 cervídeos do Refúgio Biológico Bela Vista passam por uma bateria de exames neste mês. O objetivo é fazer um levantamento das doenças mais conhecidas nesta família de animais, principalmente, as zoonoses, aquelas que podem ser transmitidas para o ser humano. Os profissionais do Refúgio também fazem a marcação de cada animal com brinco e chip.
![]() Além dos exames, os cervídeos vão ser chipados e identificados com brinco |
Na manhã de segunda-feira, foi a vez do primeiro veado-bororó ir ao leito no hospital veterinário do Refúgio. Após ser anestesiado, o veado recebeu o brinco e o chip de identificação, essenciais para o manejo populacional desses animais no refúgio. “Nós fazemos o controle para impedir que apenas um macho domine as fêmeas de um recinto”, explicou o veterinário Zalmir Cubas. |
Além de fazer a identificação, foram coletados 35 ml de sangue do veado e feita a biometria (medição de tamanho e peso). Os dados serão essenciais para um estudo feito pela veterinária Ana Laura Grazziotin, em sua pesquisa de mestrado pela Universidade Federal do Paraná. Laura está coletando informações sobre as principais doenças em cervídeos, como os 23 veados-bororós, os 4 veados-mateiros e os 6 cervos-do-pantanal do Refúgio Biológico.
![]() Durante todo o exame, são monitoradas as condições cardíaca e pulmonar e a temperatura do animal |
As amostras de sangue são enviadas às pressas para o Instituto Biológico, em São Paulo, onde serão processadas para verificar possíveis doenças. A pressa se justifica: enfermidades como a Língua Azul, doença hemorrágica fulminante nos cervídeos, só podem ser identificadas nos primeiros dias após a coleta. |
São oito doenças estudadas, entre elas, zoonoses como a Lepstopirose, Toxoplosmose e Brucelose, além da febre aftosa. “O estudo dessas doenças é importante para o manejo dessas animais”, disse Laura. A pesquisa também tem convênio com a Universidade de Purdue, de Indiana, nos Estados Unidos.