Sem atrasos, as obras de construção do Pólo Astronômico do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) já dão forma ao primeiro edifício brasileiro a reunir observatório astronômico e planetário em um mesmo local. Segundo o professor Paulo Wu Feng Chung, coordenador geral do Programa de Desenvolvimento Tecnológico Avançado da Fundação PTI, a obra, iniciada há cinco meses, deve ser concluída até 10 de novembro. Para essa data, Dia Mundial da Ciência, está prevista a inauguração do complexo.
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“Tudo está correndo dentro do cronograma de execução, pois essa é uma das nossas prioridades no PTI”, afirma Paulo Wu. Se a estrutura do edifício não enfrenta qualquer tipo de contratempo, o mesmo acontece com o que ficará dentro dele. Grande parte do material interno já foi adquirida, inclusive as duas grandes “estrelas” do projeto. |
“O telescópio do observatório e o projetor do planetário já estão conosco”, ressalta Paulo Wu. “Estamos na fase de compras dos móveis”, complementa.
A execução das obras é feita por uma empreiteira terceirizada. Já o projeto arquitetônico foi produto de um esforço conjunto. “Ele envolveu o pessoal da FPTI, da área de engenharia e arquitetura da Itaipu e professores de Física da Unioeste”, ressalta Paulo Wu.
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Dois aspectos chamam a atenção no canteiro de obras, um no lado externo, outro no interno. Do lado de fora, a grande estrela é a abóboda do planetário, localizada nos fundos do pólo. Com 11 metros de diâmetro, ela será, segundo Paulo Wu, uma das maiores do País. Sob a redoma de concreto serão instaladas 73 poltronas especiais. |
De acordo com José Evair, encarregado das obras, a abóboda é a parte mais difícil e a que exige mais cuidados na construção. “Por causa dos ângulos, que não podem ficar nem um pouco fora do que foi projetado”, justifica o encarregado.
Outra faceta interessante da obra só pode ser vista do lado de dentro, no meio do edifício: é um grande pilar de concreto armado fincado a sete metros debaixo da terra. Emergindo do chão como se fosse um grande monolito de pedra, é ele quem vai sustentar o telescópio – que terá potência de aumento de 560 vezes. “O telescópio não pode trepidar, por isso o pilar fica enterrado a esta profundidade”, explica Paulo Wu.
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Segundo o coordenador, o prédio central terá em torno de 460 m²; a área total deverá ter mais de 1.200 m². A geografia e a localização, dentro da Estação Ciência do PTI, determinaram a escolha do terreno. A sorte também ajudou. “O Ibama proíbe construções a menos de 500 metros do Rio Paraná”, lembra Paulo Wu. “Depois de já termos escolhido essa área, fomos medir para ver e constatamos que ela fica a 534 metros do rio”, diz, aliviado. |
Após a finalização do projeto inicial, houve algumas mudanças para promover uma maior integração entre o planetário e o observatório. A laje do observatório será aberta para livre circulação. Também foram previstos acessos para deficientes físicos, com rampas e elevadores. No Pólo Astronômico ainda haverá um relógio solar; arena externa para apresentações diversas; um centro de convivência e um auditório interno com capacidade para 50 pessoas.