O workshop sobre turismo rural, que aconteceu entre 3 e 5 de setembro no PTI, reafirmou a parceria entre Itaipu, Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Universidade de Pisa, na área turística. Os italianos passaram toda a semana visitando a região Oeste do Paraná para conhecer o potencial turístico. Durante as palestras, eles apresentaram as experiências consagradas de turismo rural na região de Toscana. O próximo encontro já está marcado para o início de 2009, em Curitiba.
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“Foi melhor que o esperado, tanto pela participação e permanência do público, quanto pela qualidade das informações passadas pelos italianos”, reconheceu o superintendente de Gestão Ambiental, Jair Kotz. |
“Eles forneceram informações técnicas e políticas de um aprendizado que tiveram há tempos em uma área em que nós apenas começamos a engatinhar”, concluiu Jair. Segundo ele, o workshop reafirma uma parceria que já está dando certo e que vai aumentar ainda mais.
Na visão de Jair, o potencial turístico da região não se resume à beleza cênica das Cataratas do Iguaçu, mas a outros aspectos geográficos e culturais. “Foz do Iguaçu está em uma bifurcação entre o verde do Parque Nacional e as águas do lago de Itaipu; e dentro deste vértice dá para colocar algo diferente”, sugeriu. Outra característica é a variedade de povos que colonizaram a região e ainda hoje preservam a cultura dos países de origem. “É como se voltássemos cem anos no passado, essa cultura tem um grande potencial, que deve ser preservado.”
Além do vinho
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“Se eu pudesse voltar no tempo não investiria na Itália, mas no Brasil”, afirmou Giovanni Balestrieri, da Universidade de Pisa. “Aqui há alemães, poloneses, italianos que mantêm a cultura de seus antepassados. Dar uma volta pelo Brasil é como fazer um tour pela Europa antiga”. Balestrieri apresentou uma palestra sobre o turismo em regiões produtoras de vinho na Itália, e ressaltou essa característica peculiar da cultura brasileira. Segundo ele, muitas manifestações culturais praticadas por descendentes de italianos no Brasil são raras na Itália. |
Para Baliestrieri, o turismo rural deve oferecer diferentes atrações. No circuito do vinho, por exemplo, as atrações não podem se resumir à bebida. “O vinho não é só um produto, mas é a expressão de valores, a identidade de uma região”, afirmou. “O turista busca informações sobre a cultura e a tradição que deram vida ao vinho.”
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E as ofertas de serviços são justamente as carências do turismo rural no Paraná, reconheceu a professora de turismo, Laura Rinaldi Camargo, da Universidade Federal do Paraná. |
A UFPR promove cursos de capacitação para o Circuito Italiano de Turismo Rural, na Região Metropolitana de Curitiba, um setor crescente, mas ainda há muito o que aprender com os italianos. “Não adianta ter um espaço diferenciado e uma estrutura maravilhosa se não houver um bom atendimento e uma recepção adequada”, afirmou.
No final do evento, os participantes se reuniram em um café orgânico fornecido pela Associação de Produtores Orgânicos de São Miguel do Iguaçu. De acordo com o coordenador do Projeto de Agricultura Orgânica, João José Passini, Itaipu fomenta a produção de alimentos orgânicos e estimula os agricultores a levarem seus produtos a eventos e feiras.