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Vianna lamenta morte de Dias Leite. Ex-ministro foi um dos negociadores do Tratado
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07/04/2017

A Itaipu lamenta a morte do ex-ministro Antônio Dias leite Júnior, na última quinta-feira, 6, aos 97 anos de idade. Dias Leite teve papel relevante nas negociações entre Brasil e Paraguai para criação de Itaipu. O diretor-geral brasileiro, Luiz Fernando Vianna, que conheceu o ex-ministro, diz que a Itaipu Binacional deve muito a Antônio Dias Leite Júnior. “Ele foi um dos grandes ícones do setor elétrico e um dos grandes responsáveis pela concretização do projeto de construção da usina".

E emenda: “Hábil negociador, Dias Leite estava à frente do Ministério de Minas e Energia entre 1969 e 1974, justamente na época em que Brasil e Paraguai estavam em plena negociação para a construção de uma usina binacional. Ferrenho defensor da obra, ele convenceu o Congresso Nacional e o governo federal sobre a importância do Tratado de Itaipu”.

Dias Leite visitou Itaipu em 2009 e contou que, daquela época, recordava o alívio que sentira quando as negociações chegaram a um bom resultado. “Ele terá sempre a gratidão de brasileiros e paraguaios”, finaliza o diretor-geral brasileiro.

Resultado de intensas negociações diplomáticas, Itaipu é também uma grande obra de engenharia política, financeira e jurídica, mesmo antes de os projetos começarem a sair do papel. O projeto só possível com a elaboração do Tratado de Itaipu, uma peça jurídica sem igual, assinado em 26 de abril de 1973 pelos presidentes Alfredo Stroessner e Emílio Garrastazu Médici. O Tratado previa a criação da Itaipu Binacional, com sede em Brasília e Assunção. Seu capital seria de US$ 100 milhões. O Anexo C do Tratado definiu a divisão igualitária da energia a ser produzida e a formação de seu custo. No dia 17 de maio de 1974 era constituída a empresa binacional Itaipu, para gerenciar a obra e administrar o empreendimento hidrelétrico.

O que significou construção de Itaipu em diferentes áreas:

Diplomacia: Permitiu a resolução pacífica de uma disputa de fronteiras entre Brasil e Paraguai.

Integração: A entidade binacional criada para construir a usina de Itaipu foi uma iniciativa precursora de integração entre países no continente sul-americano, sendo um dos exemplos que levaram à criação do Mercosul.

Infraestrutura: A construção da usina exigiu a implantação de estradas, ruas, escolas e hospitais nas duas margens, Brasil e Paraguai.

Economia: O pagamento de royalties pela geração de eletricidade representa aproximadamente US$ 230 milhões por ano a cada país. No Brasil, o montante repassado aos municípios vizinhos ao reservatório significa em média um aumento de 52% na arrecadação, beneficiando cerca de 600 mil pessoas.

Referência: A usina binacional hoje é referência não apenas na produção de energia elétrica, mas também no bom uso dos recursos naturais renováveis; destaca-se pelas políticas de direitos humanos, onde se incluem projetos sociais e a defesa da equidade de gênero e raça.

E é também referência no apoio ao desenvolvimento de energias alternativas, como o biogás, e no estímulo e incentivo ao ensino superior e à criação de novas tecnologias, para citar apenas alguns dos muitos aspectos positivos de Itaipu.