O Ministério da Saúde deverá escolher o projeto Plantas Medicinais, do Programa Cultivando Água Boa, da Itaipu, como piloto na aplicação da Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares (MNPC), aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde no mês passado. Em pouco mais de dois anos de existência, o Água Boa tornou-se modelo de ações de política ambiental desenvolvidas no Oeste do Paraná, bem como em toda a Bacia do Paraná III. 

Desde 2003, 26 comitês gestores municipais já foram formados e 1.150 agentes municipais de saúde foram capacitados em cursos básicos. Além disso, 850 merendeiras estão aptas para a utilização de plantas medicinais, aromáticas, condimentares e de propriedades funcionais. O projeto também vem incentivando a criação de hortos administrados pelas prefeituras com a doação de mil mudas e assistência técnica. 

Avanço

A Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares é voltada para o atendimento de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), não apenas com plantas medicinais e fitoterápicos, mas em outras modalidades de tratamento, como por exemplo, a homeopatia e a acupuntura. 

O texto do ministério reconhece que 80% da população mundial faz uso das plantas medicinais na atenção primária à saúde. “Temos muito a comemorar”, diz Jair Kotz, gestor do projeto da Itaipu. “O Brasil parte para um novo modelo de atenção à saúde, trazendo para a formalidade uma prática já existente, considerada até então como alternativa”. 

A nova política deverá enfatizar o cuidado continuado, humanizado e integral à saúde. Neste sentido, o projeto de plantas medicinais vem promovendo a capacitação dos profissionais de saúde da região, em especial as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF), para a prescrição e uso de plantas medicinais, sejam in natura, desidratadas, como extrato seco ou como fitoterápico.