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Meio Ambiente
Pesquisas feitas por Itaipu e Iapar provam eficiência do terraceamento no plantio direto
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07/02/2018
A Itaipu Binacional e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) apresentaram, nesta quarta-feira (7), pesquisas que provam a eficiência do terraceamento para manter a qualidade do solo e da água em plantações de cultivo direto. Os estudos fazem parte do Projeto Ibitiba (“terra farta”, em tupi-guarani), um convênio de cooperação técnica entre as duas instituições, que foi reafirmado durante o Seminário de Agroinovação, na Casa do Iapar, no Show Rural Coopavel, em Cascavel.
 
Na ocasião, o Iapar formalizou convênios com outras entidades, entre elas o Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás). Pelos termos do documento, todos os projetos entre Iapar e as instituições serão tratados como agenda fixa do Programa Oeste em Desenvolvimento, estando em permanente discussão e aperfeiçoamento.
 
“A Itaipu se compromete a manter parcerias com instituições como o Iapar. Temos que planejar as nossas ações para a região Oeste do Paraná. O que fizermos nos próximos três, quatros anos vai conduzir a nossa atuação nas próximas décadas”, afirmou o diretor de Coordenação de Itaipu, Newton Kaminski.
 
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, a região deve valorizar as parcerias com Itaipu, CIBIogás, Programa Oeste em Desenvolvimento e instituições de pesquisa. “A Itaipu sempre vai investir no Paraná, e temos que aproveitar este potencial para desenvolver a região”, afirmou.
 
Projeto Ibitiba
 
A principal parceria entre Itaipu e Iapar é o Ibitiba, um projeto de quatro anos, com um orçamento de R$ 11 milhões, sendo R$ 5,4 milhões da Itaipu. São oito planos de ação, dos quais participam mais de 60 pesquisadores do Iapar, além de profissionais da Itaipu que também prestam apoio técnico.
 
Dos oito planos de ação, o mais importante diz respeito ao monitoramento da qualidade do solo e da água. A pesquisa é feita em dois pontos: na bacia de Toledo e na bacia de Cambé. A perspectiva é que outras seis microbacias passem a ser objeto do estudo de um projeto maior, coordenado pelo governo do Estado.
 
Monitoramento do solo
 
O estudo divide uma plantação em frações de um alqueire e compara uma fração onde são feitas todas as boas práticas de plantio direto e outra em que, além disso, é feito o terracemanto, ou seja, o cultivo acontece sobre terraços, em diferentes alturas. Nas duas áreas são instalados coletores de água e são monitoradas a erosão, a incidência solar, a pluviosidade, e outros indicadores, para entender a dinâmica da água no solo.
 
“A nossa hipótese é que em períodos de chuva intensa a dinâmica do solo é diferente nas duas parcelas. O terraceamento segura mais a água, não a deixa correr até o rio, e é isso que nós queremos. A água não tem que ‘descer’, ela tem que se infiltrar no solo”, afirma o engenheiro agrônomo Tiago Pellini, diretor de pesquisa do Iapar, um dos responsáveis pelo estudo. “O terraceamento vai fazer a diferença na contenção da água no solo, além de evitar a erosão nas encostas dos rios”.
 
Os outros planos de ação envolvem temas de interesse da Itaipu e do Iapar, incluindo a dinâmica dos sistemas agrícolas, principalmente em relação à conservação do solo e da água. As ações têm foco nas mudanças no microclima, dosagens dos dejetos de suínos e aves, microbiologia dos solos em áreas de mata ciliar, entre outros temas.