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Meio Ambiente
População de mexilhão dourado diminui
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02/06/2006

Pesquisadores da Itaipu constataram que as larvas de mexilhão dourado (Limnoperna fortunei), molusco responsável por causar o entupimento de encanamentos em alguns equipamentos da usina, está diminuindo no Lago de Itaipu, na região próxima à hidrelétrica. O monitoramento permanente da proliferação de larvas desse parasita, realizado pela Divisão de Reservatório da Itaipu, registrou a queda dos níveis de reprodução do molusco desde agosto de 2005 até maio de 2006. Em relação ao mesmo período de anos anteriores, o único mês em que as larvas foram registradas acima da média foi abril, devido às condições favoráveis da temperatura da água.

 

A diminuição é atribuída a fatores ambientais, como temperatura da água, redução na disponibilidade de alimento e, também, à ação dos seus predadores, dentre os quais se destacam peixes das seguintes espécies: armados, piaparas, piavas e piaus.

 

Tempo

 

Fonte de preocupação na região Oeste do Paraná, desde que foi trazido, há 15 anos, acidentalmente ao continente sul-americano pela água usada como lastro de navios, esse molusco também está causando desequilíbrios ambientais.

 

Segundo os pesquisadores, só será possível garantir se houve ou não a estabilização da população do molusco num prazo de aproximadamente dois anos, através da continuidade do monitoramento da presença de larvas e adultos do mexilhão (esta última realizada por técnicos do Laboratório Ambiental), nas unidades geradoras.

 

Ozônio

 

Além de remover mecanicamente os moluscos, a Itaipu pesquisa vários métodos de controle do parasita, como o aumento da vazão em encanamentos, controle por meio de injeções de hipoclorito em baixas concentrações, tintas anti-incrustantes e aplicação do gás ozônio em baixas concentrações. Há um ano, os pesquisadores da usina estudam a aplicação de gás ozônio na tubulação dos trocadores de calor (por onde passa a água que resfria o óleo que lubrifica as turbinas) de suas unidade geradoras. O ozônio está se mostrando eficaz no combate localizado do molusco, segundo a estudante de Biologia e estagiária da Itaipu Eliane Remor.

 

- O mexilhão dourado segrega uma substância que, em contato com a água, forma filamentos que permitem que ele se fixe nos lugares. Mas o ozônio evita que esta substância segregada se solidifique – explica Eliane.

 

Hoje, várias instituições da América do Sul desenvolvem pesquisas com essa espécie invasora, em busca de formas de minimizar sua interferência no meio ambiente e, principalmente, diminuir a alta capacidade de incrustação (até 100 mil indivíduos por metro quadrado), que pode resultar na obstrução de equipamentos diversos.