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Participação na COP 24 coloca Itaipu na vanguarda mundial da ação climática
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17/12/2018

A presença da Itaipu Binacional, única empresa latino-americana expondo no pavilhão da ONU Mudanças Climáticas (UNFCCC), em Katowice (Polônia), chamou a atenção dos participantes da Conferência do Clima das Nações Unidas - COP 24 para a centralidade dos temas ligados a água e energia na transição global para uma economia de baixo de carbono (menos dependente de combustíveis fósseis como o carvão e o petróleo e, portanto, com menos emissões). O evento começou no dia 2 de dezembro e terminou sexta-feira, dia 14.


Movimentação no estande da Itaipu na COP 24, na Polônia: ação de vanguarda.

Em 2017, segundo a UNFCCC, a concentração de gases de efeito estufa atingiu sua maior concentração nos últimos 800 mil anos, proporcionando um aumento de 1,1º C na temperatura do planeta, o suficiente para acarretar perdas econômicas estimadas em US$ 320 bilhões para a economia global, decorrentes de desastres climáticos.

A questão tem levado a uma crescente mobilização da comunidade internacional. A COP 24 registra, até o momento, uma participação superior à edição anterior, realizada na Alemanha. São 22.771 inscritos, contra 19.115 na COP 23. E, em grande parte, são as empresas e organizações não governamentais que responderam por esse aumento: são 1.120 no total, com mais de 6 mil inscritos, contra mil e 4.660, respectivamente, na COP 23.

São organizações que veem na ação climática uma oportunidade. Conforme informou a secretária da UNFCCC, Patricia Espinosa, em setembro deste ano, a Comissão Global sobre Economia e Clima apresentou um estudo apontando que a ação climática pode injetar US$ 26 trilhões na economia global até 2030.

“Isso inclui a geração de 65 milhões de empregos em negócios de baixo carbono, evitando 700 mil mortes prematuras relacionadas à poluição do ar, bem como um crescimento de US$ 2,8 trilhões na arrecadação de impostos”, afirmou Patricia, no lançamento da plataforma da parceria entre a Itaipu e o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Undesa), na  COP 24. “Governos sozinhos não conseguem combater a mudança climática. Estamos todos no mesmo barco e precisamos de todos para fazer diferença”, completou.

Além da parceria com a Undesa, a binacional promoveu dois eventos em Katowice para discutir a relação entre água, energia e conservação da biodiversidade com os demais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que compõem a Agenda 2030 da ONU. E expôs seus projetos no pavilhão da UNFCCC juntamente com o Parque Tecnológico Itaipu (PTI), que tem atuado em várias frentes para a promoção do desenvolvimento sustentável na região de fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

“Itaipu trabalha para nossa região e o mundo, especialmente para melhorar as capacidades na gestão de água e energia, que é fundamental para promover o desenvolvimento sustentável e a implementação da Agenda 2030”, afirmou o diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm.

“É tempo de atuar, de passar do compromisso à ação, e essa é a visão que temos na Itaipu, uma empresa em que trabalhamos ativamente na busca por soluções sustentáveis. Temos que começar a somar. É necessário ter mais atores nesta luta contra a mudança climática”, acrescentou o diretor-geral paraguaio, José Alberto Alderete Rodríguez.

Para a sub-secretária-geral e Alta Representante da UN-OHRLLS, organismo que congrega 117 países da ONU considerados menos desenvolvidos, Fekitamoeloa Utoikamanu, a participação na COP 24 de empresas bem-sucedidas na implementação dos ODS, como a Itaipu, é de grande importância.

“Especialmente no caso de água e energia, que são itens de necessidade básica para a população”, explicou. “São áreas em que ainda há muito a ser feito, especialmente para os países menos desenvolvidos, e estamos procurando experiências de sucesso que possam ser replicadas nessas nações”.

Na opinião de Cristina Monge Lasierra, representante da Fundação Ecología y Desarrollo (Ecodes), organização espanhola que tem como objetivo promover parcerias para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, a participação crescente de empresas na COP tem levado a um posicionamento cada vez mais claro.

“No entanto, acreditamos que essa transição econômica está ocorrendo de forma muito lenta e pouco ambiciosa. Mas as empresas podem contribuir para mudar isso. Itaipu, sem dúvida, teve impactos sobre o território e sobre a população. Porém, compreendeu que pode ter um papel proativo na recuperação de recursos naturais e no desenvolvimento economias sustentáveis nas comunidades da região”.

Papel das renováveis

Valentin Alfaya, diretor de Meio Ambiente do Grupo Ferrovial (multinacional espanhola com negócios em infraestrutura em vários países) e representante do Grupo de Crescimento Verde, associação que congrega 50 empresas espanholas que apostam na economia de baixo carbono, explicou que o setor de energias renováveis é um dos que largou na frente na transição para uma economia de baixo carbono, conferindo competitividade não apenas a empresas, mas também a países.

“Essas empresas não apenas têm seus próprios objetivos de redução de emissões, mas adequam seu portfólio de produtos para prover soluções para a nova economia em formação. Aquelas que não aproveitarem a tendência perderão oportunidades”, afirmou Alfaya. “A China é um país que está ganhando muito espaço no mercado internacional em função disso”, completou.

Lin Chuxue, vice-presidente da China Three Gorges Corporation (CTG), concorda. Ele destaca a importância que a cooperação técnica com Itaipu tem para a empresa chinesa. “Na China, a hidroeletricidade é fundamental para que o país cumpra com suas metas de redução de emissões”, afirmou.

Segundo ele, o país está em dia com seu compromisso de chegar a 2020 com uma participação de 15% das renováveis na matriz energética nacional (considerando eletricidade e transporte), e assim diminuindo a dependência de combustíveis fósseis. Essa participação deverá aumentar para 20% em 2030 e a meta é chegar a 50% até 2050.

A partir da experiência em hidroeletricidade, a CTG está expandindo sua atuação para outras renováveis e hoje já opera com uma capacidade instalada de 10 Gigawatts (GW) a partir das fontes solar e eólica.

“Nossa cooperação com a Itaipu hoje já se estende para além das questões operacionais, passando também pelo campo da sustentabilidade e outros temas tratados no âmbito da IHA (Associação Internacional de Hidroeletricidade, em inglês) e da GEIDCO (Organização de Cooperação e Desenvolvimento da Interconexão Energética Global)”, assegurou Chuxue.

Interconexão

A GEIDCO é uma organização sem fins lucrativos com sede em Beijing. Na COP 24, ela expõe em um estande conjunto com a Undesa e lançou um plano de ação ambicioso que compreende as medidas necessárias para universalizar o acesso à eletricidade e fazer com que o setor energético global cumpra seus compromissos de redução de gases de efeito estufa.

No evento de lançamento do plano, a experiência binacional de Itaipu foi destacada como um caso bem-sucedido de interconexão de sistemas elétricos e da importância da hidroeletricidade como fonte renovável.

Segundo Huan Han, vice-diretor-geral da GEIDCO, os desafios para o setor energético são gigantescos, uma vez que o mundo se vê frente ao esgotamento de recursos naturais, poluição e mudança climática, ao passo que mais de 1 bilhão de pessoas ainda não tem acesso a energia.

Para fazer frente a esses desafios, o plano da GEIDCO é baseado nos seguintes pilares: smart grid, transmissão UHV (sigla para ultra-high voltage, tecnologia que vem se consolidando nos últimos 10 anos e que permite transmitir cargas com baixas perdas para distâncias de até 5 mil km ou superiores), novas formas de armazenamento de energia e atualização tecnológica.

O plano contém uma análise de cada continente, com suas respectivas características e desafios. Nas Américas do Sul e Central, por exemplo, em que o uso de fontes renováveis é superior a outras áreas do planeta, 17 milhões de pessoas ainda não têm acesso a eletricidade. Ao mesmo tempo, a população afetada por desastres climáticos aumentou de 560 mil no período 1995-2004 para 2,2 milhões entre 2005-2014.

Para universalizar a distribuição de eletricidade na região até 2050, o plano da GEIDCO estima que seriam necessários investimentos de 150 bilhões de dólares/ano, o que impactaria em um crescimento anual de 1,4% do PIB, com a geração de 2,7 milhões de empregos/ano. Ao mesmo tempo, tais investimentos provocariam uma redução progressiva anual de 2,6% nas emissões de gases de efeito estufa.

De acordo com Huan Han, se cada região fizer a sua parte, seria possível elevar a participação de energias renováveis para 72% do consumo primário de energia até 2050. “Desenvolvimento sustentável é desenvolvimento limpo. Usamos apenas 0,05% da energia renovável disponível no planeta. Então, há energia renovável suficiente para suprir todas as necessidades energéticas do globo”, explicou o executivo. “Nessa plataforma que propomos, a hidroeletricidade desempenha um papel fundamental, com carga base, além ter uma importância crítica para o sistema, proporcionando o ajuste flexível com as demais fontes”.