Itaipu defende transição energética com protagonismo da sociedade nas decisões

Rogério Meneghetti (à esq.) no seminário Diálogos Transatlânticos. Fotos: Renato Sordi/Itaipu Binacional.

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Assunto foi abordado pelo superintendente de Energias Renováveis da Binacional no seminário Diálogos Transatlânticos

A experiência da Itaipu Binacional na promoção de ações voltadas à transição energética, associada ao diálogo e à cooperação com as comunidades do território de influência da usina, foi destaque na participação do superintendente de Energias Renováveis, Rogério Meneghetti, no seminário Diálogos Transatlânticos, realizado nesta quinta-feira (23), na Universidade Sorbonne, em Paris.

Meneghetti integrou o painel “Transição verde e soberania popular: tecnologia para quem?”, dentro da programação do seminário Diálogos Transatlânticos: Transição Energética, Educação Ambiental e Agenda 2030, que faz parte do calendário do Ano Cultural Brasil-França 2025.

“O mundo precisa multiplicar por sete vezes a produção de energia renovável até 2050 para alcançar o nível de neutralidade zero previsto no Acordo de Paris. Não consigo imaginar esse salto na transição energética sem incluir a população, sem incluir a sociedade nas tomadas de decisão. A Itaipu, por uma decisão empresarial alinhada às diretrizes do governo federal, preocupa-se em impulsionar a energia verde garantindo que isso seja feito com responsabilidade social e ambiental”, afirmou.

Evento integra o calendário do Ano Cultural Brasil-França 2025.

Como exemplo, o superintendente citou o arranjo coletivo desenvolvido pela binacional em parceria com produtores de suínos da região de Toledo, na região oeste do Paraná, voltado à produção de biogás a partir de dejetos e da carcaça de animais que antes eram descartados e agora são transformados em energia.

“A Itaipu promove ações que incluem a sociedade no poder de decisão, e quero trazer um exemplo prático disso. A usina investe há muito tempo em uma tecnologia chamada biogás, que faz a degradação de materiais orgânicos para produção de energia elétrica ou veicular, utilizada no abastecimento de veículos. Em Toledo, desenvolvemos um arranjo coletivo para a coleta de dejetos de 40 mil suínos, de 15 produtores, garantindo o tratamento adequado e transformando esse resíduo em energia”, explicou.

Meneghetti destacou ainda que as empresas públicas têm papel fundamental no desenvolvimento de projetos estruturantes em energia renovável, com a participação ativa da sociedade desde o início.

“O mercado inova, de fato. As empresas também inovam porque precisam disso para se manterem competitivas. Mas dificilmente as corporações incluem as pessoas nos processos de decisão. Ao acompanhar o desenvolvimento tecnológico, percebemos um padrão: projetos-piloto são criados, impulsionam a formulação de leis e regulamentações e, a partir daí, garantem segurança jurídica para a expansão de grandes investimentos. Esse é um movimento recorrente em várias tecnologias no Brasil. No entanto, esses projetos iniciais nem sempre têm viabilidade econômica no curto/médio prazo. “Por isso, as empresas privadas, em geral, não assumem esse tipo de investimento. Cabe, então, ao poder público dar o primeiro passo em projetos estruturantes — e é exatamente isso que a Itaipu tem feito de forma constante nas últimas duas décadas”, concluiu.

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