Empresa foi destaque do painel que tratou de desafios e oportunidades para os produtores rurais
A Itaipu Binacional foi um dos destaques do painel “Agricultura Familiar, Vulnerabilidade Climática e Territórios Prioritários”, realizado na manhã da quarta-feira (19), na COP30, em Belém do Pará. A empresa, representada pelo gerente da Divisão de Ação Ambiental, Ronaldo Juliano Pavlak, apresentou as suas ações de fortalecimento da agricultura familiar, agroecologia, assistência técnica e extensão rural, e agroindústria familiar.
Além da Itaipu participaram Banco do Brasil, por meio do vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar, Gilson Bittencourt; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), representada pelo vice-presidente e secretário de Relações Internacionais, Marcos Vinicius Dias Nunes; e Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), com a secretária executiva Fernanda Machiavelli. Ernesto Galindo, diretor de Avaliação, Monitoramento, Estudos e Informações Estratégicas da Secretaria Executiva do MDA mediou o evento.
O painel teve como objetivo promover um debate interinstitucional sobre estratégias para identificar e apoiar territórios prioritários de vulnerabilidade climática, passando por temas como financiamento, gestão territorial integrada, infraestrutura socioambiental, organização social, cooperação local e fortalecimento das redes comunitárias. Os painelistas falaram sobre instrumentos de financiamento rural e mecanismos de mitigação de risco; modelos de assistência técnica rural voltada ao clima e formação para jovens e mulheres; gestão territorial, conservação hídrica e adaptação produtiva, além de cooperação entre governo federal, setor financeiro público, empresas públicas e organizações sociais.

Pavlak fez uma explanação rápida sobre as ações da Itaipu com os produtores, principalmente de Assistência Técnica Rural (Ater), em sua área de influência, que envolve todos os 399 municípios do Paraná e 35 do sul do Mato Grosso do Sul. Segundo ele, a empresa iniciou o trabalho há mais de 20 anos e tem se dedicado a melhorar a vida das famílias, com desenvolvimento socioeconômico sustentável e incremento da produção, por meio de trabalho direto com cooperativas e instituições ligadas à agricultura familiar. O objetivo da Binacional é gerar renda ao mesmo tempo em que fomenta a proteção do seu reservatório.
“Trabalhamos em parceria com universidades e outras entidades de pesquisa para desenvolvimento de tecnologias que permitam produzir melhor com menos uso de água e com cuidado com o solo. Não basta apenas produzir mais, mas tem que proteger o reservatório. Temos um exemplo no plantio direto de hortaliças, que reduz muito o uso de água, por exemplo”, explicou.
A ação da empresa foi elogiada pela secretária executiva do MDA, Fernanda Machiavelli, que reforçou a necessidade de ações que ajudem a mitigar os impactos ambientais enquanto favorecem a produção no campo. “Itaipu tem feito um trabalho muito bonito de apoio a agricultura familiar e de recuperação de áreas de Mata Atlântica”, disse. De acordo com ela, cada organização tem um papel importante para o desenvolvimento de políticas públicas e engajamento da sociedade para seja possível entregar um planeta mais sustentável para as próximas gerações. “Agricultura familiar é crucial nesse processo, promovendo agroecologia e cuidando da biodiversidade, produzindo alimentos melhores”.

Marcos Vinicius Dias Nunes, da Contag, falou sobre a importância da Ater para que os produtores rurais familiares possam ter acesso a recursos que permitam desenvolver projetos no campo, tanto para produção quanto para infraestrutura, pois muitos têm problemas para conseguir financiamentos e linhas de crédito que, embora disponíveis, precisam de documentação específica. Ele lembrou que é preciso permitir que jovens possam dar continuidade ao trabalho dos pais e melhorar a qualidade de vida das mulheres.
“Elas têm dupla jornada e precisamos aumentar esse debate. A Contag tem pautado o governo, temos a Marcha das Margaridas, por exemplo, que reúne mulheres para pautas nesse sentido. Outro ponto é a juventude, temos que criar políticas para manter os jovens no campo, pois hoje é possível ter as mesmas comodidades de cidade, que é uma coisa que eles buscam, mas precisamos dar acesso a isso”, destacou.
Do ponto de vista das instituições de crédito, Gilson Bittencourt seguiu na mesma linha e reforçou que não basta apenas o acesso ao crédito, mas permitir que ele seja transformador na realidade dessas famílias. “Um dos desafios da Ater é transformar a informação em projeto de crédito e geração de receita, para gerar riqueza e sustentabilidade”. Segundo Ronaldo Pavlak, é aí que a Itaipu atua, pois a empresa não é uma fornecedora de crédito, mas que trabalha, por meio da Ater e de parceiros, para que os produtores rurais tenham acesso ao recurso e para que ele seja devidamente utilizado.






