Itaipu terá um refúgio biológico e um banco de germoplasma no lado paraguaio, a exemplo dos que existem no lado brasileiro da usina. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo diretor de Coordenação executivo, Geronimo Laviosa. O Refúgio Biológico Yvyty Rokai vai ser criado para preservar remanescentes florestais e espécies de fauna nativas da ecorregião do Departamento (Estado) de Alto Paraná, no Paraguai, na fronteira com o Brasil.
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Com uma área total de 5,8 mil hectares (considerando a região de zona de amortecimento), o refúgio vai ficar em uma região estratégica de preservação da fauna e flora nativa, entre as reservas biológicas Itabó e Limoy, dois importantes remanescentes florestais da região. |
Segundo Laviosa, o custo de restauração de uma área é muito maior que o de preservação. “O trabalho é identificar essas áreas ainda intactas e depois preservá-las”, explicou. A intenção é futuramente fazer acordos com proprietários de áreas preservadas e anexá-las ao refúgio”.
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O Yvyty Rokai será feito nos moldes do Refúgio Bela Vista, da margem brasileira, com infra-estrutura para o turismo ecológico. “Será aberta uma porta de contato com as universidades do Paraguai e do Brasil. Os estudantes das áreas biológicas poderão desenvolver pesquisas no refúgio”, explicou Laviosa. |
Banco de germoplasma
Outra iniciativa é a criação de um banco de germoplasma, para preservar as informações genéticas de espécies da flora paraguaia. Segundo o superintendente de gestão ambiental, Pedro Francisco Domaniczky, o banco terás as interfaces in vivo e in vitro, isto é, serão preservadas tanto as plantas já existentes em remanescentes florestais quanto as sementes, que serão congeladas e guardadas para futuros estudos.
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No primeiro caso, uma área de 40 mil hectares ainda intactos, com plantas adultas, será utilizada como fornecedora de sementes. Essas sementes, representando de 150 a 200 espécies da flora da região do Alto Paraná, ficarão arquivadas em um banco germoplasma, nos moldes do já existente na margem brasileira. |
O banco ficará dentro do refúgio biológico e contará com área de secagem e câmara fria para congelar as sementes. Com a informação genética preservada, será possível no futuro fazer importantes estudos para preservação dessas espécies vegetais.
“Por muito tempo cultivamos espécies exóticas como milho e trigo para produzir alimentos. Agora, podemos fazer o uso econômico de espécies nativas que têm grande valor medicinal”, afirmou Laviosa. Ele citou a erva Tembetary hu (Fagara chiloperone), da qual foi descoberto um princípio ativo para o tratamento do Mal de Chagas.