Vertedouro: fim do espetáculo

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Desde o final de março, o vertedouro aberto tem sido uma cena constante em Itaipu. Mas a explosão das águas deve acabar já no meio desta semana, na quarta-feira. As informações são baseadas nos relatórios semanal e diário do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que apresentou, na segunda-feira, dados relativos à meteorologia e à conseqüente operação das usinas hidrelétricas da Bacia do Paraná.

 

  Chuva foi responsável pelo espetáculo Segundo o engenheiro Rafael Favoreto, da Divisão de Programação e Estatística de Itaipu, normalmente em maio o vertedouro da usina costuma estar fechado. “Esse ano foi diferente porque o período de chuvas chegou mais tarde e, consequentemente, terminou mais tarde”, explicou.

 

 A previsão do ONS era que o vertedouro baixasse as comportas há duas semanas, mas o Operador não contava com as chuvas tardias na cabeceira da bacia. “Mas agora é definitivo”, diz Favoreto. Com exceção da usina de Porto Primavera, a primeira a montante de Itaipu, todas as outras já estão com o vertedouro fechado e assim devem permanecer ao longo no ano, no chamado período seco. Somente em janeiro as comportas voltam a subir e deixar a água jorrar.

 

Favoreto informa que ao longo do ano o vertedouro é aberto em breves períodos durante as madrugadas em decorrência da operação da usina. Aos domingos, por exemplo, quando a produção de energia é menor, abre-se o vertedouro para manter a variação do nível d’água a jusante dentro do limite de dois metros a cada 24 horas, como versa o Tratado Tripartite.

 

Com o vertedouro fechado, no entanto, Itaipu aproxima-se do ponto ideal de produção de energia, ou seja, quando há água no reservatório suficiente para operar na cota máxima normal, de 220 metros, mas não há excedente para ser vertido. Segundo o engenheiro, sem a água jorrada pelo vertedouro, o nível a jusante fica mais baixo, aumentando assim a diferença de altura entre esse nível e o nível de montante. Quanto maior essa diferença, maior a queda e com mais força a água atinge as turbinas que produzem a energia de Itaipu.

 

 

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