Iggor Gomes Rocha destacou que a falta de projetos maduros e a baixa colaboração institucional impedem o aproveitamento de verbas federais destinadas ao desenvolvimento regional
Em participação no painel “Maranhão Verde e Sustentável”, realizado nesta quinta-feira (13), durante a COP30, em Belém (PA), o diretor administrativo da Itaipu Binacional, Iggor Gomes Rocha, defendeu a cooperação estratégica entre empresas estatais e outras instituições públicas como caminho para viabilizar o acesso a recursos federais.
Segundo ele, existe uma “profusão de investimentos” e de fontes de financiamento disponíveis, mas que não chegam à ponta por falta de projetos bem estruturados. “Se a gente tiver capacidade institucional, a gente consegue dar um salto substancial em um ou dois anos”, afirmou. Rocha citou o exemplo do aumento de 47% nos créditos liberados pelo BNDES para o Maranhão nos últimos dois anos, indicando que há receptividade para propostas consistentes.
O diretor ressaltou que o modelo de trabalho pouco colaborativo no país é um dos entraves para o desenvolvimento. Para ilustrar o potencial da cooperação, ele mencionou iniciativas de Itaipu que podem auxiliar a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

“Nós temos um projeto de restauração de nascentes, porque a água é nosso insumo para produzir energia, e a Codevasf precisa de um projeto similar, porque enfrenta a seca em alguns estados. Por que a gente não se junta e faz um projeto único?”, questionou.
Segundo Rocha, a união de esforços entre estatais com desafios comuns permitiria não apenas otimizar recursos, mas o compartilhamento de conhecimento adquirido, evitando que cada entidade precise “partir do zero” ao buscar financiamento em Brasília. Ele estendeu a oferta de colaboração de Itaipu a outras áreas, como a descarbonização de portos e o desenvolvimento de novas tecnologias, como o uso de hidrogênio verde em datacenters.
Oportunidades
O diretor apontou a existência de vários editais, como os abertos por meio do programa Itaipu Mais que Energia, e fontes de recursos que podem beneficiar o Maranhão, como o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), operacionalizado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), além de programas como o Tecnova, para micro e pequenas empresas, e o Pro-Amazônia, com foco em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a região amazônica.
Um ponto de destaque foi o potencial das emendas parlamentares, cujo orçamento, apontou, cresceu mais de 1.000% em dez anos. Rocha, que é maranhense – um dos motivos para o convite para o painel -, afirmou que a execução desses recursos ainda é baixa, em torno de 40%, porque faltam bons projetos para serem financiados.
Para ele, a cooperação interinstitucional pode ajudar a formatar propostas mais robustas e maduras para atrair essas verbas. E, ao final, o diretor se comprometeu a, em nome da Itaipu e do Governo do Brasil, sistematizar e publicar, em parceria com a Invest Maranhão, um material com as oportunidades de financiamento anunciadas durante a COP30 para que cheguem de forma efetiva ao estado.






