Diretor-geral brasileiro, Enio Verri, participou do painel “Energia, povo e território”, dentro do seminário internacional “Diálogos Transatlânticos”
“A energia que produzimos deve gerar não apenas megawatts, mas dignidade, cidadania e futuro”, afirmou o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, no seminário internacional “Diálogos Transatlânticos: transição energética, educação ambiental e Agenda 2020”, nessa quinta-feira (23), em Paris. Segundo ele, a justiça energética é o coração da transição ecológica e exige coragem política, planejamento público e participação social.
O diretor integrou o painel “Energia, povo e território. Quem decide o futuro energético?”, que reuniu Pauline Lavaud, diretora de Transição Ecológica e Clima da Prefeitura de Paris; Céline Hervieu, deputada pelo Partido Socialista (PS), e Maureen Santos, coordenadora da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase) do Brasil.
Verri defendeu que falar sobre justiça energética é falar sobre democracia, soberania e futuro. Segundo ele, a energia molda as economias e a vida das pessoas, mas ao longo da história nem sempre tem sido distribuída de forma justa.
“Hoje, na véspera da COP30, o mundo nos pede algo maior: uma transição ecológica que seja também social, capaz de reduzir desigualdades e ampliar o acesso à energia limpa e acessível. A transição ecológica requer planejamento público, investimento estatal e cooperação internacional. O Estado deve ser o indutor da transformação energética justa, garantindo que as novas tecnologias, como o hidrogênio verde, o biogás e os combustíveis sustentáveis de aviação, sirvam às pessoas, e não o contrário.”
Ele afirmou que, quando se fala em justiça energética, deve-se ter em mente acesso, preço justo e sustentabilidade ambiental.

De acordo com Enio Verri, Itaipu oferece uma das tarifas mais baixas do Brasil e que a estabilidade tarifária da usina ajuda a conter a inflação e garante previsibilidade ao setor produtivo, especialmente às famílias e pequenas empresas.
“Mas justiça energética vai além da tarifa. Ela está nas ações que conectam energia, território e inclusão, como sistemas fotovoltaicos instalados em escolas, hospitais e universidades públicas; apoio técnico a 6,5 mil famílias rurais, com irrigação sustentável e uso eficiente da água; fortalecimento de cooperativas de recicladores e geração de renda local; planos municipais de saneamento básico, que associam saúde pública e preservação ambiental. Essas ações mostram que energia limpa também é instrumento de justiça social.”
O diretor brasileiro da binacional reforçou que a usina segue comprometida com a missão de gerar energia limpa, acessível e socialmente justa, construída a partir do diálogo entre Estado, ciência e sociedade.
O encontro “Diálogos Transatlânticos” é organizado pela Autres Brésils, na Universidade de Sorbonne, em Paris, e integra o calendário de eventos do Ano Cultural Brasil-França 2025. O seminário reuniu representantes dos governos brasileiro e francês, especialistas e pesquisadores, membros sociedade civil, jornalistas e estudantes universitários. O objetivo é aprofundar o diálogo entre os dois países em torno de estratégias de transição energética e transformação ecológica justa, com ênfase nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.






