A barragem de Itaipu é, na verdade, o conjunto de três tipos de barragem: a principal, feita de concreto, além das barragens de enrocamento e de terra. Na parte superior da barragem principal estão situadas as tomadas de água, comportas que permitem que a água, passando por elas e pelos condutos forçados, alcance a caixa espiral, onde faz a turbina girar.
A barragem da Itaipu tem 7.919 metros de extensão e altura máxima de 196 metros, o equivalente a um prédio de 65 andares. Consumiu 12,3 milhões de metros cúbicos de concreto, enquanto o ferro e o aço utilizados permitiriam a construção de 380 Torres Eiffel, dimensões que transformaram a usina em referência nos estudos de concreto e na segurança de barragens.
A: Vertedouro
B: Barragem lateral direita
C: Barragem de ligação direita
D: Casa de máquinas
E: Barragem principal
F: Estrutura de desvio
G: Barragem lateral esquerda
H: Barragem de enrocamento
I: Barragem de terra da margem esquerda
J: Barragem de terra da margem direita
K: Dique de Hernandárias
Um consórcio internacional ficou responsável pelos estudos topográficos, geológicos e batimétricos que indicaram o local da construção da Itaipu. Os trabalhos, iniciados em 1971, analisaram diversos pontos ao longo do Rio Paraná, no trecho entre a foz do Rio Iguaçu e a cidade de Guaíra.
Duas opções se destacaram: a ilha de Itaipu e a localidade de Santa Maria, a jusante da atual barragem.
As condições topográficas e geológicas terminaram por determinar a escolha pela ilha de Itaipu, onde o desvio e o fechamento do Rio Paraná seriam mais convenientes.
A barragem principal da Itaipu é de concreto, do tipo gravidade aliviada. Durante a concepção do projeto, foram estudadas opções: de gravidade maciça, de gravidade aliviada, de enrocamento e em arco.
Após avaliação técnica e geológica, optou-se pela barragem de concreto do tipo “gravidade aliviada” para a barragem principal. Os outros tipos de barragem construídas na Itaipu, barragens auxiliares como as de enrocamento e de terra utilizaram rochas e substrato (terra) da própria escavação local.
Tipo | Contraforte |
Comprimento da crista | 998 m |
Altura máxima | 64,5 m |
Quantidade de blocos | 58 |
Volume | 0,8 x 10/6 m³ |
Tipo | Gravidade aliviada e contrafortes |
Comprimento | 1.064 m |
Altura máxima | 196 m |
Quantidade de blocos | 69 |
Volume de concreto | 5,3 x 106 m³ |
Tipo | Gravidade |
Comprimento | 170 m |
Altura máxima | 162 m |
Quantidade de blocos | 14 |
Volume de concreto | 2,2 x 106 m³ |
Comprimento da crista | 872 m |
Altura máxima | 25 m |
Volume total | 0,4 x 106 m³ |
Comprimento da crista | 1.984 m |
Altura máxima | 70 m |
Volume total | 12,8 x 106 m³ |
Comprimento da crista | 2.294 m |
Altura máxima | 30 m |
Volume total | 4,4 x 106 m³ |
Comprimento | 175 m |
Volume total | 0,05 x 106 m³ |
Comprimento | 968 m |
Altura máxima | 112 m |
Volume total | 3,20 x 106 m³ |
Escavação em terra | 23.628 x 10³ m³ |
Escavação em rocha | 31.963 x 10³ m³ |
Escavação submersa | 858 x 10³ m³ |
Escavação subterrânea | 33 x 10³ m³ |
Argila compactada | 6.482 x 10³ m³ |
Enrocamento | 15.000 x 10³ m³ |
Concreto e Estrutural com refrigeração | 12.600.000 m³ ou 31.500.000 t |
Concreto compactado a rolo | 25 x 10³ m³ |
Cimento | 2.516.104 t ou 2.516 x 10⁶ kg |
Aço | 481.074 t |
A segurança da barragem é assegurada por meio de um programa de vigilância e manutenção abrangente, sob a responsabilidade das Superintendências de Obras, Engenharia, Manutenção e Operação. A usina mantém um banco de dados com mais de 30 anos de leituras de instrumentação e todos os desenhos técnicos foram digitalizados, para permitir acesso rápido às informações. Quando possíveis problemas são identificados, estudos adicionais são conduzidos, instrumentação é adicionada, e/ou protocolos de manutenção são modificados.
A concretagem ocorreu numa velocidade incomum. Em um único dia, o volume de concreto lançado chegou a 15 mil m3 e, em um mês, 340 mil m³. Para garantir o fornecimento de suprimentos como cimento e ferro, uma autêntica operação de guerra foi montada. Foi o jeito de garantir material de forma contínua, para que os trabalhadores não ficassem parados.
Mesmo assim, para evitar riscos, o canteiro de obras ganhou dois moinhos de clínquer, diante da previsão de que as empresas brasileiras e paraguaias não teriam capacidade produtiva para atender a demanda adicional representada por Itaipu, de em média 500 mil toneladas de cimento/ano.
A hipótese de importação fora descartada porque teria de ser feita em grandes quantidades e o cimento é um produto perecível. Quando estocado por muito tempo, hidrata e “empedra”, o que representaria um grande desperdício de material. No fim, houve excesso de zelo, pois a indústria dos dois países aumentou sua capacidade e deu conta do suprimento da usina. Os moinhos nunca entraram em atividade.
Durante a construção, foram implantadas quatro centrais de britagem, duas em cada margem, para produção de agregados, com capacidade total de 2.430 toneladas/hora, e seis centrais de concreto, com capacidade de 180 metros cúbicos/hora cada. Para o transporte e lançamento de concreto foram instaladas duas monovias com capacidade de 900 metros cúbicos/hora, sete cabos aéreos e 13 guindastes de torre.
O Laboratório de Tecnologia de Concreto da Itaipu presta serviços de controle tecnológico e solução de problemas construtivos para universidades e empresas nacionais e estrangeiras, com resultados reconhecidos por especialistas e consultores na área da engenharia.
O Laboratório já desenvolveu estudos e ensaios relativos a aproveitamentos hidroelétricos em países como Angola, Argentina, Chile, Equador, Malásia, México, Paraguai e Peru.
© 2025 Itaipu Binacional
Todos os direitos reservados
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