Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Energia
Seccionamento de linhas dará mais confiança ao sistema paraguaio
Tamanho da letra
06/08/2014

A mudança de direção de duas linhas de transmissão de 500 KV do setor de 50 Hz, que antes iam direto para Furnas e agora passarão pela Subestação da Margem Direita (Semd) de Itaipu, dará mais confiança ao sistema elétrico paraguaio.

O serviço foi concluído em uma delas – chamada de MD3, energizada neste domingo (3), e prossegue na segunda linha (futura MD4), com o término da montagem da última torre e lançamento do cabeamento. A responsabilidade dos ensaios de comissionamento e manutenção dos equipamentos são da Superintendência de Manutenção (SM.DT). O trabalho envolveu várias áreas da Diretoria Técnica, além das diretorias Administrativa e Financeira.

Com o seccionamento das linhas – nome técnico para essa transferência – metade da energia produzida pela Itaipu passará pela subestação, ficando imediatamente disponível ao Paraguai. Ainda que o país não consuma essa energia, a medida é benéfica porque dá mais segurança ao sistema elétrico paraguaio, segundo o técnico especializado Pedro Henrique Vivarelli (SMMT. DT).

Na prática, o seccionamento quase dobra a capacidade de atendimento da Subestação da Margem Direita, para onde poderão ser escoados até 7.000 megawatts. Isso equivale à metade da capacidade instalada de Itaipu, de 14 mil megawatts.

A obra também beneficiará o Paraguai no futuro, podendo atender o aumento de demanda energética do país. Hoje, o consumo interno paraguaio não ultrapassa 2.600 megawatts, em horário de pico. Mas este cenário pode mudar em alguns anos. Nas últimas quatro décadas, o consumo interno de energia aumentou 30 vezes no Paraguai. Neste mesmo período, a demanda brasileira cresceu dez vezes.

A Eletrobras compra parte da energia que pertence ao Paraguai, situação que se manterá mesmo com o seccionamento dessas linhas. Elas continuarão interligadas à Furnas após passar pela subestação da MD.

Segundo o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek, “é elogiável o esforço do Paraguai em utilizar a parte que lhe cabe da energia de Itaipu para estabelecer uma estratégia de desenvolvimento industrial”. “Isso se dará em médio e longo prazos, tempo este em que o Brasil irá incorporar novas fontes de geração de energia”, disse em entrevista ao site Brasil Energia, no começo do ano.

Entenda
  
Das quatro linhas de 500 kV do setor de 50 Hz que saem da usina, duas estão ligadas à subestação da MD desde o início da operação de Itaipu, e outras duas iam direto para a subestação de Furnas, localizada em Foz do Iguaçu. São essas duas que agora passarão pela Semd. Depois disso, as linhas continuarão seguindo para a subestação de Furnas, totalizando quatro linhas conectadas ao Brasil em 50Hz.

A Itaipu tem a incumbência de entregar a energia produzida nos pontos de conexão com o Sistema Interligado. No lado brasileiro, a conexão é localizada na subestação de Foz do Iguaçu, de propriedade de Furnas. No lado paraguaio, a conexão é realizada na Subestação da Margem Direita, situada dentro da usina de Itaipu.

A transmissão da energia até os centros de consumo é de responsabilidade de Furnas Centrais Elétricas, no Brasil, e Administración Nacional de Eletricidad (Ande), no Paraguai.

As obras
  
Para receber as duas novas linhas – MD3 e MD4 – a subestação foi ampliada, incluindo terraplanagem e obras civis, iniciadas em dezembro de 2013.

Foram instalados mais de 50 novos equipamentos, entre seccionadores, disjuntores, transformadores de potencial capacitivo (TPC) ou divisor capacitivo (DCP), entre outros. “Os ensaios de comissionamento duraram mais seis meses e envolveram muitos profissionais”, explicou o técnico Davildo Amaral Neto (SMMT.DT).