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Índia tem interesse em projetos de energia renovável da Itaipu
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22/05/2015

Representantes do governo da Índia e de algumas das principais empresas de energia daquele país (como a Power Grid of India e a Solar Energy Corporation of India) estiveram na usina de Itaipu no último dia 20 de maio, interessados em estabelecer uma cooperação na área de energias renováveis. O grupo fez uma visita técnica e assistiu a uma apresentação sobre o tema do superintendente de Energias Renováveis, Cícero Bley, no Edifício da Produção.

A visita foi organizada pelas representações do Banco Mundial (BIRD) na Índia e no Brasil. Além da Itaipu, os executivos indianos também estão visitando a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) e Operador Nacional do Sistema (ONS), entre outras instituições do setor elétrico brasileiro. "Os principais interesses são entender o planejamento energético para as energias renováveis e de todo o sistema de energia, assim como aprimorar a concepção e implementação de leilões de capacidade de geração de energia eólica e solar”, explicou Igor Andre Bastos Carneiro, consultor especialista em Infraestrutura do BIRD.

A Índia tem o ambicioso projeto de instalar 100 mil megawatts (MW) de energia solar e 150 mil MW de hidroeletricidade nos próximos dez anos (o equivalente a mais de uma Itaipu, que tem 14 mil MW de capacidade instalada, por ano). “Além de saber como vocês fazem para ter confiabilidade no fornecimento de energia, temos um potencial relevante, de 60 GW, a ser explorado em cooperação com outros países, a exemplo do que brasileiros e paraguaios fizeram na Itaipu”, acrescentou Ashish Khanna, especialista-líder em Energia do BIRD na Índia.

Cícero Bley apresentou os projetos que vêm sendo desenvolvidos pela Itaipu, principalmente a geração de energia elétrica a partir do biogás produzido nas atividades agropecuárias. Bley lembrou da afinidade entre brasileiros e indianos na área, uma vez que o primeiro gerador a biogás do Brasil foi trazido da Índia.

“A Índia começou a trabalhar com biogás mil anos antes do Brasil. Mesmo assim, eles mostraram grande interesse no projeto do Ajuricaba (que atende a pequenos produtores rurais, em Marechal Cândido Rondon) e na agroenergia a partir de uma visão de geração distribuída”, explicou Bley.

O secretário-adjunto do Ministério de Energias Novas e Renováveis da Índia, Tarun Kapoor, se disse bastante impressionado com Itaipu. Ele, que já trabalhou em uma hidrelétrica de 1.500 megawatts (MW) de capacidade instalada, elogiou a forma como a empresa trabalha nas ações de manutenção de suas unidades geradoras e no desenvolvimento tecnológico. “Itaipu é estonteante”, resumiu.

Ele também observou que, como a Índia tem o maior rebanho bovino do mundo, há um vasto campo para cooperação com a Itaipu para ampliar a produção de bioeletricidade naquele país. “Hoje, já contamos com uma capacidade instalada de 4 mil MW de eletricidade a partir de biogás, porém, apenas 60 MW são de geração distribuída”, acrescentou Kapoor.

Segundo Bley, a avaliação desse primeiro contato foi bastante positiva e a expectativa é que novas rodadas sejam realizadas visando ao estabelecimento de acordos de cooperação.