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Meio Ambiente
Comitiva ambiental conhece projetos de Itaipu
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10/04/2008

A turma da oficina de trabalho Planejamento Estratégico Regional para o Desenvolvimento da Agroenergia no Fortalecimento da Agricultura Familiar participou, na última terça-feira, de uma visita técnica aos projetos ambientais desenvolvidos pela Itaipu Binacional.

 

O grupo, formado por representantes de instituições publicas e de organizações do setor, conheceu uma propriedade rural baseada no sistema de agroecologia e a Granja Colombari, onde opera uma plataforma de geração elétrica a partir de biogás.

 

Os projetos integram, respectivamente, o Programa Cultivando Água Boa e a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis. A oficina de trabalho surgiu com a intenção de promover o diálogo e a troca de experiências entre atores das regiões Centro Norte e Noroeste do Paraná com os coordenadores e técnicos da Itaipu e do PTI.

 

O encontro será repercutido primeiramente em Maringá, dia 8 de maio, quando a Itaipu participará do seminário “Economia Solidária, Soberania Alimentar e Agroenergia”. A empresa deve apoiar ainda um projeto-piloto de agroenergia em assentamento da região Centro-Norte. O suporte, neste caso, será concedido através das experiências obtidas com a Plataforma de Energias Renováveis.

 

Plano estratégico

 

Participam da oficina representantes do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge), em parceria com a Unitrabalho, uma espécie de incubadora de cooperativas da economia solidária e que atua em 96 universidades do país, incluindo a Universidade Estadual de Maringá (UEM). Outra entidade importante que integra a comitiva é a Rede Biobrasil. A empresa atende como sociedade anônima dentro da filosofia de economia solidária.

 

As instituições estão empenhadas em elaborar um plano estratégico de desenvolvimento para as regiões Norte e Noroeste do Paraná. Os projetos desenvolvidos na área pela Itaipu servirão de referência no processo de aplicação do plano.

 

Deste modo, segundo Cláudio Ritter, diretor da Rede Biobrasil, a oficina de trabalho aparece como uma oportunidade para conhecer os projetos da Itaipu e também para estabelecer parcerias com empresas da agricultura familiar da região.

 

“Estamos buscando conhecer fontes renováveis de energia e compreender os programas de agricultura familiar aplicados aqui na região oeste. A intenção é apropriá-los para a realidade da região norte do Estado”, disse Ritter.

 

Cícero Bley, coordenador da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, avalia de maneira positiva o interesse pelos projetos desenvolvidos pela Itaipu e a integração com outras instituições ligadas a área ambiental no Paraná. “Vamos retransmitir nosso conhecimento para fazer valer o intercâmbio de experiências e espalhar pelo Estado projetos como o do biogás ou da agricultura familiar, que contribuam para a qualidade de vida das pessoas e para o desenvolvimento sustentável regional”, frisou.

 

Visita a campo

 

A primeira parada da comitiva de técnicos aconteceu na propriedade de 14 alqueires do produtor Cláudio José Hilger, localizada em Missal. Na área, o agricultor cultiva apenas produtos orgânicos, sem o uso de agrotóxicos, inseticidas, herbicidas ou outro componente químico.

 

Hilger aderiu ao método há quase uma decada e recebe suporte técnico da Itaipu por volta de cinco anos. “A Itaipu me fornece equipamentos, técnicos e faz todo o acompanhamento do plantio”, disse.

 

Na propriedade, planta-se soja, cereais, mandioca, frutas e cereais. Funciona ainda no local uma pequena agroindústria e panificadora onde são produzidos pães, bolos, doces, geléias e compotas. Os produtos são comercializados em supermercados, padarias e em feiras orgânicas. Durante a visita, os participantes da oficina caminharam pelas plantações, esclareceram duvidas de cultivo com o próprio produtor e com os técnicos da Itaipu.

 

Depois saborearam um almoço caipira preparado especialmente com produtos orgânicos.“A idéia era apresentar para eles a parte prática dos projetos ambientais e esclarecer duvidas quanto ao apoio e a parceria da empresa aos agricultores e produtores da região”, frisou Paulino Motter, assistente da Diretoria Geral da Itaipu.

 

O grupo seguiu logo na seqüência para o município de São Miguel de Itaipu para conhecer o funcionamento da Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, que opera na Granja Colombari. Recepcionados pelo proprietário da unidade, José Carlos Colombari, os participantes da oficina entenderam todo o processo para a produção de energia a partir do biogás.

 

A energia produzida na plataforma origina-se dos dejetos das atividades agropecuárias do sítio, principalmente dos resíduos (urina e fezes) dos três mil suínos criados no local. Segundo explicou o produtor Colombari, a bioeletricidade gerada serve principalmente para o abastecimento de energia da propriedade. “Isso garante total autonomia para atendermos todos os serviços que precisamos realizar aqui dentro”, informou.

 

Se houver excedente, a produção inutilizada pela propriedade é cedida para a Copel, que mede o consumo através de relógios de energia instalados para controlar o processo. Hoje, a empresa ainda não paga o agricultor pela eletricidade absorvida em casos de excesso. “Vamos negociar uma espécie de royalties por esse excedente a partir de maio”, disse. Nos últimos dois meses, a unidade produziu 650 metros cúbicos de biogás. Destes, 60% foi de metano e outros 40% de COZ, queimado para não poluir o meio ambiente.