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Com o apoio da família, atletas do triatlo têm dia de superação no Itaipu Challenge Sunset
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11/09/2017
O sol já tinha se posto no horizonte quando o curitibano Felipe Marmo Gomes cruzou a linha de chegada, após 4h01min27seg. Ele foi o campeão da principal categoria, a Half Distance, do Itaipu Challenge Sunset, que reuniu mais de 500 triatletas neste sábado (9), na usina hidrelétrica de Itaipu. No feminino, a triatleta olímpica Pamella Oliveira levou o ouro, com o tempo de 4h35min29seg. Além da inusitada prova de triatlo noturna, o evento foi marcado pela participação das famílias que apoiaram os atletas em vários momentos da competição.
 
"Para mim, a família é fundamental. Eu tenho que estudar e trabalhar e não conseguiria treinar se não fosse o apoio deles”, agradeceu Felipe Gomes, emocionado, após cruzar a linha de chegada. Em dezembro ele se casa com Carolina Marques, após nove anos juntos. “Eu não conseguiria seguir a vida de atleta se não tivesse o incentivo da família”.
 
Prova integrante do circuito Challenge Family, franquia alemã responsável por 54 campeonatos em 26 países, o Itaipu Challenge Sunset reúne cinco modalidades de competições para que todos os integrantes da família possam participar. No sábado aconteceram as duas categorias de triatlo e, no domingo (10), será a vez das corridas.
 
“O primeiro dia de competição atingiu todos os objetivos da organização. Teve uma adesão muito grande nas várias modalidades e vimos muitas crianças acompanhando a prova dos pais”, considera o coordenador do Challenge Family, Fernando Menezes. “Queremos trazer a prova para Itaipu novamente em 2019”.
Para o diretor administrativo de Itaipu, Marcos Baumgärtner, que participou da premiação dos atletas, o evento foi a oportunidade de trazer os familiares para a usina hidrelétrica, marca já consagrada da empresa em outras competições esportivas. Ele completou: “a Itaipu está muito feliz em receber o Challenge. Foi interessante este formato noturno e esperamos repetir o evento no próximo ano”.
 
No domingo (10), será a vez da Costanera de Hernandárias, no Paraguai, receber as três provas de corrida: Challenge Junior, para crianças de 7 a 15 anos; Challenge Women, apenas para mulheres e percurso de 5 quilômetros de caminhada ou corrida; e Challenge For All, com percurso de 10 quilômetros, somente de corrida. 
 
Prova de superação
 
Além do fato de a prova acontecer a noite, o que modifica a rotina de treino dos atletas, as condições de terreno e, principalmente, de tempo foram desafios extras para os competidores que participaram do Itaipu Challenge Sunset. Na categoria Half Distance, os atletas tiveram que vencer 1,9 quilômetro de natação, em um circuito em um braço no Lago Itaipu. Em seguida, foram 90 quilômetros de ciclismo e 21,1 quilômetros de corrida, pelas vias internas da hidrelétrica nos lados paraguaio e brasileiro.
 
“Parecia que a gente estava no mar, de tão agitado que estava o lago”, conta Felipe Gomes, que foi um dos últimos a sair da água e fez uma prova de superação. A lição do dia? “Não desista nunca, mesmo nos piores momentos, faça o seu melhor”. Para ele, correr na Itaipu foi uma experiência única: “Dá a certeza de que somos minúsculos diante desta grandiosidade”.
 
Na opinião de Pamella, única mulher triatleta do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres e do Rio de Janeiro, o Challenge foi uma prova muito dura. “Na natação, a gente rema contra a correnteza, o ‘mar’ está bem mexido e a gente pensa ‘não é possível que isso não seja onda’”, ilustra. “No ciclismo, a sensação é de estarmos dentro de uma ventoinha, com vento vindo de tudo que é lado. Mas é surreal, uma prova bem diferente das que estamos acostumados a fazer nas cidades. Aqui estamos no paraíso, com a natureza e o fim de tarde maravilhoso”.
 
A outra categoria de triatlo, para atletas de entrada, foi o Sprint Distance, com percurso menor que a competição principal – 750 metros de natação, 20 quilômetros de bicicleta e 5 quilômetros de corrida. O primeiro colocado no masculino foi o iguaçuense Gabriel Giovaney Carvalho, com o tempo de 1h11min44seg. Lauara Ribeiro foi a campeã no feminino, com 1h21min32seg.
 
“Correr na Itaipu é maravilhoso”, disse Gabriel, que é preparador físico para triatlo na assessoria Oxy Run. “É uma corrida muito especial. Esta é uma prova que precisa permanecer na cidade”, completou.
 
Famílias na Itaipu
 
No sábado esportivo da Itaipu, o que mais chamou a atenção foi a presença dos familiares. Uma arquibancada foi construída na margem paraguaia, onde foi dada a largada da natação e a transição para o ciclismo. Outra foi montada na linha final da prova. Tanto nas arquibancadas como debaixo das árvores, pais, mães e filhos descansavam enquanto os atletas se aqueciam. O papel era dar o apoio.
 
No caso da agente de viagens Roberta Tranquili Dalpano, de Maringá, além de apoiar o marido atleta, teve que se preocupar com a própria corrida. Após correr o Sprint, ela acompanhou a chegada do companheiro, o educador físico Cesar Dalpano, que participou do Half Distance. “E amanhã é a vez dele”, diz Roberta apontando para o filho Theo, 7 anos, que vai participar da categoria Challenge Junior, 1 km, no domingo (10). Sobre a sua própria prova, ela resumiu: “achei o percurso incrível e o fato de acabar ao pôr do sol foi sensacional”.
 
Ainda na largada da natação, a publicitária cascavelense, Celina Albertassi, segurava a filha Gabriela, de 9 anos, pela mão, enquanto o marido João Luiz Gasparini dava os últimos ajustes na bicicleta. "Eu também nado, pedalo e corro, só não faço ao mesmo tempo", brinca Celina. João é educador físico e levou um time de 15 atletas para correr na Itaipu. "É um estilo de vida, sempre fui ativo. É uma prova desafiadora, bastante técnica”, conta ele. “É preciso prestar a atenção para não perder tempo".
 
Debaixo de uma árvore, o Lorenzo, de um ano e cinco meses, ajudava a passar o protetor solar nas pernas do pai, o cozinheiro Guilherme Guzela, de Curitiba. "É uma prova sensacional. A oportunidade de correr em um colosso como Itaipu é uma sensação única", diz o triatleta, que disputou seu quarto triatlo na usina.
 
A esposa de Guilherme, a administradora Camila Guzela, também era atleta antes do nascimento de Lorenzo. "Agora tem que esperar ele crescer um pouco para voltar a correr, mas o nosso suporte é importantíssimo para o rendimento dele", diz. Guilherme concorda: "uma vez eu estava tão cansado que pensei em não terminar a prova. Só não desisti por causa deles, que vieram de longe para acompanhar e têm toda a expectativa com a corrida".
 
Na arquibancada, um grupo maior observava o lago, de olho nas braçadas do triatleta, o engenheiro civil Napoleão Alves Ferreira Neto. O grupo de Maracaju (MS) veio em dois carros para participar da prova. "Ele era sedentário, gordinho e, de repente, começou a correr", conta a produtora rural Marília Corrêa Alves, esposa de Napoleão. "A gente viaja juntos para as provas, é importante este apoio da família. Gosto de ver os filhos terem orgulho do pai", conclui Marília sobre os pequenos Maitê, 9 anos, e Felipe, 5.
 
O Bruno Joaquim Huck, da elite do triatlo, teve o apoio dos colegas da Peaks Brasil, uma assessoria esportiva de Curitiba. Bruno já ganhou um triatlo em Itaipu e liderou a equipe de 15 atletas que participou do Challenge. "Nós sempre vamos juntos nas provas", diz Vanessa Souza, que não competiu em Foz do Iguaçu porque tem outra prova na próxima semana.
 
A Associação de Triatletas do Velho Oeste, de Chapecó (SC), trouxe 10 atletas e todas as famílias para o triatlo da Itaipu. "A gente faz as coisas juntas, as famílias já viraram amigas e sempre nos organizamos para ir para as competições", conta a pedagoga Jaqueline Kirchner, enquanto deixa a sombra de uma árvore para levar os filhos Antonelli, 6, e Alois, 1, para ver o pai, o professor Paulo Eduardo Kirchner, no momento em que ele passava da transição da natação para o ciclismo.
 
Falar em pai, se depender do cabeleireiro iguaçuense Fábio Jacovacci – pai do Bernardo, 2 anos, o menino também vai entrar nesta vida de triatleta. Antes da saída da natação, Fábio levou o filho para molhar os pés e sentir um pouco a sensação que ele próprio estava sentindo. No final da corrida, pegou o menino no colo e atravessaram juntos a linha de chegada. "O esporte é um bom exemplo para a criança", diz. E completa: "ele sempre está me esperando na chegada, sempre participa das corridas".
 
O fisioterapeuta Marcelo Rodrigues, de Maringá, também carregou as duas filhas, Manoela, 3 anos, e Ana Luísa, 7, uma em cada braço quando cruzou a linha final. Marcelo estava emocionado - há dez anos, ele sofreu um acidente de carro e teve que colocar uma chapa de metal no fêmur, explica a esposa, Daiane Moreira. "É a primeira prova dele após o acidente", conta Daiane que é preparadora física e também corre com o marido. "Lá em casa somos todos da área da saúde", brinca.
 
Os participantes do Programa Bem Verão, da RPC, aguardavam a chegada da preparadora física Deyse Becker. O programa comandado pelo jornalista Anderson Frigo está na quarta edição e foi responsável pela perda de 750 kg, de todos os participantes juntos. "A gente incentiva a qualidade de vida, perder o peso é consequência", conta Frigo, que também vai participar da corrida Challenge For All, de 10 km, no domingo. Para Deyse, a prova em Itaipu é bastante difícil. Ela recomenda que todos façam uma atividade física para terem uma vida saudável. "Comece com uma caminhada e, depois uma corrida. O importante é começar".