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Energia
8º Senop: diretor de Itaipu destaca relação entre disponibilidade hídrica e manutenção
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04/10/2017
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Luiz Fernando Leone Vianna, destacou, durante a abertura do 8º Seminário Nacional de Operadores de Sistemas e de Instalações Elétricas (Senop), nesta quarta-feira (4), a experiência da empresa ao considerar, a partir de 2011, a disponibilidade hídrica na programação das atividades de manutenção das suas unidades geradoras de energia. O evento continua até sexta-feira (6), no Hotel Golden Park Internacional, em Foz do Iguaçu.
 
Segundo Vianna, a relação entre o aproveitamento da água e a disponibilidade das máquinas é um dos motivos para os altos índices de produção da usina, que em 2016 bateu novamente o recorde mundial de geração anual, alcançando a marca de 103 milhões de megawatts-hora (MWh) – energia suficiente para abastecer Foz do Iguaçu por 200 anos ou o mundo inteiro por dois dias. E tudo isso sem comprometer a segurança das pessoas, dos equipamentos e do meio ambiente.
 
“Programamos nossas manutenções de acordo com as informações meteorológicas. É o que chamamos de ‘a dança com as águas’”, explicou o diretor, durante a palestra intitulada “Usina Hidrelétrica de Itaipu: produção com alta performance”. De acordo com Vianna, em uma situação de escassez hídrica, a empresa pode optar por antecipar a manutenção de uma máquina, para que ela esteja disponível no momento de maior vazão. “Essa análise tem que ser dinâmica.”
 
Vianna ilustrou o impacto positivo dessa mudança de gestão com um exemplo prático. Em 2012, ano em que a binacional também havia estabelecido, na ocasião, um novo recorde mundial de produção (98,2 milhões de MWh), nenhum dos quatro fatores críticos relacionados à produção de energia (água, disponibilidade das máquinas, sistema de transmissão e demanda) esteve entre os quatro melhores desempenhos alcançados pela empresa nos 16 anos anteriores. A nova forma de gerenciar a relação entre esses quatro fatores, no entanto, foi preponderante.
 
“A questão da produtividade [de uma usina hidrelétrica] não envolve apenas a operação, mas todos os entes participantes, internos e externos. Envolve a operação, a manutenção, o ONS, a Eletrobras. Trouxemos os hidrólogos e meteorologistas para dentro do processo de decisão”, revelou.
 
Segundo o diretor-geral brasileiro, os próximos desafios de Itaipu serão a atualização tecnológica (a usina começou a gerar energia há mais de três décadas) e a revisão do anexo C do Tratado de Itaipu, que estabelece as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade.
 
O seminário
 
O 8º Senop reúne cerca de 250 profissionais de 70 empresas do setor elétrico brasileiro. O evento é considerado o maior do País voltado para as equipes de operação em tempo real do Sistema Interligado Nacional (SIN) – que integra a produção e a transmissão de energia elétrica em quase todo o Brasil.
 
O seminário foi aberto na manhã desta quarta-feira (4). Além de Vianna, também compareceram o diretor técnico da Itaipu, José María Sánchez Tilleria; o representante da diretoria do Operador Nacional do Sistema (ONS), Angelo Franceschi; e o secretário executivo adjunto do Comitê Brasileiro da Comissão de Integração Energética Regional (Bracier), Antônio Carlos Menezes.
 
A promoção é do ONS, com organização da Itaipu Binacional e apoio institucional do Bracier. “Essa edição [do Senop] já é um sucesso. Pela adesão dos profissionais e pela forte presença das empresas de geração, transmissão e distribuição de energia”, afirmou o coordenador técnico do seminário, Delfim Maduro Zaroni, do ONS. A coordenação geral é do superintendente de Operação de Itaipu, Celso Torino.
 
Vianna lembrou que a primeira edição do Senop, em 2001, foi organizada pela Copel, quando ele trabalhava na empresa. Desde então, o evento já passou pelos Estados de Minas Gerais, Pará, Ceará e Santa Catarina e também pelo Distrito Federal. Neste ano, volta ao Paraná.
 
“Tenho acompanhado a evolução desse seminário desde a primeira edição e o fato de ter começado com [foco nos] sistemas e depois ter migrado para uma abrangência maior [incluindo as instalações) é muito importante”, afirmou Vianna. “Porque o sistema brasileiro é dificílimo de ser operado e tem se tornado mais difícil ainda, com inclusão das fontes intermitentes – como a solar e a eólica”, acrescentou.
 
No seminário estão previstas 29 apresentações técnicas (ATs), dois painéis técnicos e um painel estratégico sobre “Atualização tecnológica como base para a inovação nos processos de operação em tempo real” – com representantes de Itaipu, ONS, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia (MME).