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Tecnologia
Veículo Elétrico da Itaipu percorre 25 mil km nas três Américas
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08/04/2011

Um protótipo do Projeto Veículo Elétrico (VE) da Itaipu e parceiros está nos Estados Unidos para um desafio inédito. O Palio Weekend desenvolvido no Galpão G5 da usina vai percorrer 25 mil quilômetros, passando por 15 países das três Américas.
 

A viagem começa neste sábado (9), partindo de Los Angeles, Califórnia, com destino a Foz do Iguaçu. No caminho, lugares tão distintos como desafiadores, como a altitude da Cordilheira dos Andes, o deserto do Atacama e as geleiras da Patagônia argentina. As temperaturas vão variar desde os 15 graus negativos até o calor de mais de 40.

"Será um desafio gigante em vários aspectos”, definiu o jornalista Paulo Rollo, chefe da expedição – chamada Zero Emissão. É a palavra de quem conhece o assunto. Em 23 anos, Rollo já deu a volta ao mundo em expedições de carro ou de motocicleta. Foram 71 países visitados e mais de 1,5 milhão de quilômetros percorridos. Tudo – ou quase tudo – registrado no livro-DVD “A volta ao mundo em 8.000 dias”.

O jornalista disse que a ideia da nova expedição surgiu em 2008, quando ele pesquisava um veículo que fosse 100% elétrico para fazer uma viagem de longa distância, avaliando as condições da rota panamericana, que interliga as Américas do Norte, Central e do Sul. Rollo estudou alternativas de veículos elétricos na Europa, Estados Unidos, Japão e Índia. Mas a melhor solução ele encontrou na região da tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

“Ficamos impressionados com a tecnologia e qualidade do VE Itaipu/Fiat. Estamos certos de que ele dar conta do desafio que tem pela frente”, elogiou o jornalista, que no ano passado ficou uma semana “internado” no galpão G5 para conhecer todos os detalhes do veículo.

Segundo ele, será a primeira viagem de longa distância feita com veículo totalmente elétrico no mundo. Se tudo der certo, o Palio Weekend – cedido em comodato pela Superintendência de Comunicação Social (CS.GB) – vai percorrer EUA, México, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador, Peru, Chile, Paraguai, Argentina e Brasil. O último trecho será entre Buenos Aires e Foz do Iguaçu, com festa de chegada na maior geradora de energia elétrica do mundo.

Na estrada, a equipe terá quatro profissionais: Jeanne Look, fotógrafa da expedição e responsável pela logística; Valdec de Souza, diretor de vídeo, cinegrafista, editor e roteirista; Valdec de Souza Júnior, que vai ajudar na manutenção dos veículos; além do próprio Rollo, que coordena o projeto, também fotografa e redige os textos da viagem. Em turnos, todos vão conduzir o VE. Um documentário será produzido durante a viagem.

“Ninguém fez isto antes”, ressalta a fotógrafa Jeanne Look. “Seremos os primeiros a percorrer uma distância tão grande com um carro de passeio e equipado com o que todos torcemos venha a ser o embrião do futuro automóvel sustentável. Para nós, é um desafio e até uma honra buscar este recorde”.

Para melhorar a autonomia, o Palio não terá ar-condicionado, direção hidráulica, som ou vidro elétrico. “Estamos em um projeto que tem um objetivo importante, que é provar a capacidade desta tecnologia”, reforçou Rollo.

O jornalista faz questão de destacar o empenho do coordenador brasileiro do Projeto VE, engenheiro Celso Novais, e do supervisor de Inovações e Veículos Especiais Fiat, Leonardo Cavaliere, para tirar o projeto do papel. E também dos engenheiros Charles Botini e Roberto Queiróz, este último morto no ano passado.

Só uma bateria

O VE da Itaipu tem capacidade para rodar 100 quilômetros, com velocidade máxima de 110 km/h, e exige recarga de 8 horas. Paulo Rollo explica que a ideia é rodar 100 quilômetros, parar 8 horas para recarga, e continuar a viagem, com descanso apenas nos finais de semana. Assim, seria possível percorrer ao menos 300 quilômetros a cada 30 horas. Tudo isso com apenas uma bateria.

“Quando a carga da bateria do VE estiver no fim, nem sempre teremos uma tomada disponível. Na maioria das vezes, estaremos na estrada, provavelmente no meio do nada. Neste momento, vão entrar em ação a energia armazenada nas baterias do motorhome de apoio, obtida em painéis solares”, explicou.

Fazendo as contas, a viagem deve durar cerca de quatro meses. Até lá, os interessados poderão acompanhar a expedição pela internet, no site do projeto.