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Usina africana, que será a maior do mundo, vem aprender com Itaipu
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16/04/2013

Uma comitiva formada por autoridades da República Democrática do Congo (RDC) está visitando a Itaipu Binacional desde a segunda-feira (15) com o objetivo de conhecer as experiências que possibilitaram a construção da hidrelétrica brasileiro-paraguaia. Essas experiências servirão como referência para viabilizar o maior aproveitamento hidrelétrico do mundo, Grand Inga, no Rio Congo, que tem potencial estimado em 49 mil megawatts, o dobro da usina chinesa de Três Gargantas.
     

Conforme Alberto Tchomba (foto), conselheiro sênior do Primeiro Ministro e encarregado de Minas e Energia da RDC, um dos principais interesses está nos acordos que foram firmados na Bacia do Prata e que garantem as vazões do Rio Paraná. “O Rio Congo, onde a usina será construída, é alimentado por cinco grandes rios que vêm de cinco países. Então, queremos fazer acordos que garantam as vazões mínimas para a operação da usina, caso outros empreendimentos venham a ser construídos nesses rios”, explicou.
   
Grand Inga irá se somar às já existentes Inga 1 e 2 e deverá ser construída em sete fases. Atualmente, o projeto ainda está em seus estágios iniciais, de seleção do consórcio que será responsável pela obra. Três grupos de empresas disputam o processo (um europeu, um chinês e outro do Canadá/Coreia do Sul).
    
A primeira fase é de aproximadamente 5 mil megawatts e deverá estar concluída em 2021. Para isso, serão necessários investimentos de US$ 8,5 bilhões. O Banco de Desenvolvimento da África já se comprometeu com parte dos recursos, mas o financiamento global do projeto é, na opinião do diretor de gabinete do Ministério de Recursos Hídricos e Eletricidade, Thaddee Nkumbi, outro desafio a ser vencido.
   

“Outro interesse que temos na Itaipu é entender como a usina foi financiada; como o pagamento dos empréstimos é feito com a venda da energia gerada", disse Nkumbi (foto).
    
Os 5 mil megawatts da fase inicial já têm mercado consumidor garantido: metade na própria RDC e outra metade na África do Sul, especialmente a indústria de beneficiamento de minérios, que é bastante eletroinstensiva. Porém, um estudo do Conselho Mundial de Energia (WEC, em inglês) aponta que Grand Inga tem o potencial de abaster 500 milhões de africanos que hoje não têm acesso à eletricidade.
    
Nesta segunda-feira (15), a comitiva do país africano teve a oportunidade de conhecer os aspectos jurídicos e econômicos dos documentos que regulam o funcionamento da Itaipu, como o Tratado Itaipu e o Acordo Tripartite firmado entre o Brasil, Paraguai e Argentina em 19 de outubro de 1979 e que garante as vazões mínimas e máximas do Rio Paraná.
   
O encontro prosseguiu na manhã desta terça-feira (16), com uma palestra do diretor-geral brasileiro, Jorge Miguel Samek, que abordou o cenário atual da usina, tanto na parte de geração de energia, como nas ações de responsabilidade socioambiental, desenvolvimento tecnológico e turismo.
    
“Estamos abertos a todo tipo de parceria que possa beneficiar o aproveitamento hidrelétrico do Congo, seja na parte de estudos de viabilidade, projeto, tratados. Enfim, temos o maior interesse em ajudar a concretizar essa iniciativa”, garantiu Samek.
    
A visita da comitiva da RDC foi realizada com o apoio do Ministério das Relações Exteriores e da Eletrobras e partiu de um pedido do diretor-geral da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Onudi), Kandeh Yumkella.
    
“Queríamos mostrar às autoridades da República Democrática do Congo o potencial enorme de desenvolvimento regional e benefícios que podem ser gerados por uma hidrelétrica, como é o caso da Itaipu”, afirmou o representante da Onudi no Brasil, Gustavo Aishemberg. “A África tem um grande potencial de desenvolvimento energético, como o petróleo e o gás no Norte. Mas no Sul, a vocação é hidrelétrica”, completou.

A visita prossegue até o dia 18 (quinta-feira). Os congoleses ainda terão a oportunidade de conhecer aspectos técnicos da operação da usina, o Parque Tecnológico Itaipu, programa Cultivando Água Boa e a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis.