A Comissão de Implantação (CI) da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) obteve uma importante conquista a poucos dias do início das atividades da futura instituição. Em resolução assinada em Assunção, no Paraguai, na última sexta-feira (24), o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) aprovou o financiamento da Biblioteca Unila (Biunila), que faz parte do complexo arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer e será construída no terreno doado pela Itaipu, em Foz do Iguaçu. O valor do financiamento da Biunila é de 22 milhões de dólares e será utilizado para a construção do prédio e aquisição de equipamentos e acervo.
A Biunila será instalada no prédio de formato redondo ao lado da estrutura quadrada, no centro do complexo
Enquanto a sede própria começa a ganhar impulso para sair do papel, o espaço provisório da Unila, instalado no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), será mobiliado na tarde desta quarta-feira (29). Dois funcionários da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão no local para cadastrar o patrimônio que, aos poucos, será acomodado.
A Unila deve ser inaugurada no dia 20 de agosto, em solenidade que deve contar com a presença do ministro da Educação, Fernando Haddad, durante o 1º Colóquio Internacional Educação para a Integração Latino-Americana, que vai acontecer no local. O projeto de lei para a criação da Unila ainda tramita no Congresso Nacional, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Escolha estratégica
Partindo do pressuposto de que é preciso começar por algum lugar, a escolha da Biunila para receber os recursos foi estratégica, garante Hélgio Trindade, presidente da CI-Unila. “Entre todos os prédios do complexo, a biblioteca é o que apresenta de forma mais abrangente a vocação integradora da universidade”, explicou.
De acordo com Trindade, como o governo brasileiro contribui para o Focem, mas ainda não havia encampado nenhum grande projeto, o fundo acumulou-se. “Os ministérios da Educação e do Planejamento avaliaram e decidiram usar esse fundo recomendando a sua utilização no projeto da Biunila, que será um centro de referência do conhecimento latino-americano”, afirmou.
Do valor financiado, 17 milhões de dólares partirão do Focem. Os outros 5 milhões serão aportados pelo governo federal brasileiro, a título de “contrapartida nacional”. A Biunila terá 13 mil metros quadrados distribuídos em três níveis. No térreo, ela ainda abrigará a sede definitiva do Instituto Mercosul de Estudos Avançados (Imea).
Participação coletiva
Segundo Paulino Motter, integrante da CI-Unila e assistente do diretor-geral brasileiro, a elaboração do projeto da Biunila contou com a colaboração direta da Itaipu. Colocado à disposição da CI-Unila pela Diretoria Financeira Executiva, o consultor Eduardo Máximo Espínola foi um dos que se debruçaram sobre o projeto nos últimos meses.
“Da mesma forma, a equipe da Superintendência de Obras, da Diretoria de Coordenação e Meio Ambiente, coordenada por Newton Kaminski, ajudou a produzir as informações necessárias sobre os impactos ambientais e a caracterização da área onde o projeto será implantado”, ressaltou Motter.
O arredondamento do projeto, especialmente no que se refere à estimativa de benefícios para as comunidades circunvizinhas por meio de aplicação de modelagem estatística, teve ainda a contribuição do economista paranaense Divonzir Gusso, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).
“Nada disso teria ido adiante sem o apoio decisivo dos ministérios da Educação, Planejamento, Orçamento e Gestão e Relações Exteriores”, destacou o assistente. “O ministro Alessandro Candeas, chefe da Divisão de Atos Internacionais do Itamaraty e membro da CI-Unila, também foi fundamental nesse processo”, concluiu.
