Meio Ambiente
Trio identifica dez aves nunca antes registradas na região da usina
28/10/2014
Dez espécies de aves nunca avistadas no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV) e na área da usina de Itaipu foram encontradas e registradas em um levantamento feito no local para compor o Inventário Participativo das Aves do Paraná (Ipave-2014). O estudo foi feito por João Batista Francisco, da Divisão de Estudos Hidrológicos e Energéticos, e por Marcos José de Oliveira e Veridiana Araújo Costa, ambos da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu, nos dias 27, 29 e 30 de setembro e de 1º a 4 de outubro. Nesta última experiência, as aves “inéditas” foram perdiz (Rynchotus rufescens), marreca-de-bico-roxo (Nomomyx dominica), trinta-réis-grande (Phaetusa simplex), falcão-relógio (Micrastur semitorquatus), choca-de-chapéu-vermelho (Thamnophilus ruficapillus), barranqueiro-de-olho-branco (Automolus leucophthalmus), anambé-branco-de-bochecha-parda (Tityra inquisitor), miudinho (Myiornis auricularis), freirinha (Arundinicola leucocephala) e sabiá-ferreiro (Turdus subalaris). “Os resultados mostram que o nosso trabalho tem dado certo. As aves são excelentes bioindicadoras da qualidade do ambiente, contribuem na propagação das espécies vegetais e, consequentemente, na conservação da biodiversidade”, disse o gerente da Divisão de Áreas Protegidas de Itaipu, Edson Zanlorensi. Segundo ele, a ideia é estender os próximos levantamentos para a faixa de proteção do reservatório de Itaipu e os refúgios de Santa Helena e Maracajú. Para o gerente do Departamento de Reservatório e Áreas Protegidas, João Antônio Cordoni, o trabalho tem muita relevância, pois contribui para o objetivo da empresa com a biodiversidade. “Este estudo evoluiu de um hobby pessoal, de um funcionário de outra área [João Batista Francisco], para uma atividade de extrema importância para a empresa”, concluiu. Trio de observação João Francisco é técnico em hidrologia na Itaipu, mas formou-se biólogo e atua como ornitólogo (estudioso de aves) nas horas vagas. Marcos Oliveira também é biólogo e exerce a função no RBV. Veridiana é engenheira florestal do setor de Reflorestamento e Produção de Mudas do Refúgio Biológico Bela Vista. A atividade, voluntária, foi feita pelos três fora do horário de expediente. O conhecimento combinado do trio foi determinante para o bom resultado, segundo o ornitólogo Francisco, que foi o primeiro colega de Itaipu a contribuir para o Ipave, em 2012. No ano passado, o trabalho já teve a participação de Veridiana e Oliveira em algumas áreas do RBV. “Passamos a explorar, mesmo que apenas em um dia, a área de maior intensidade florestal, como as localidades Pomba Cuê, Baía Limeira (lado inverso ao já estudado anteriormente) e todas as extensões das trilhas acessos ao RBV via matas nativas e reintroduzidas (replantadas)”, explicou Francisco. Segundo o ornitólogo, um dos registros mais relevantes ocorreu no primeiro Ipave, em 2012. Foi quando ele identificou nas áreas de Itaipu a espécie de Tiranídeo (da família do bem-te-vi) chamada bagageiro. “Havia poucos registros para o Estado e, desde esse primeiro registro, ela é vista por aqui”, afirmou. Como o estudo passou a ser bianual, o próximo Ipave será em 2016. |