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Seleção sul-coreana se despede de Foz com passeio nas Cataratas
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27/06/2014

Foi debaixo de muita água que a seleção sul-coreana se despediu de Foz do Iguaçu, sua casa nos últimos 16 dias. Parte do time e da comissão técnica deu de ombros para o tempo chuvoso e foi dizer adeus à cidade em seu principal cartão-postal, as Cataratas do Iguaçu, que na tarde desta sexta-feira (27) jorrava três vezes a sua vazão normal.

Diante de tanta água, os sorrisos para os “selfies” com os colegas de time contrastaram com o choro ainda em campo, no dia anterior, logo após a eliminação da Copa do Mundo 2014. Com a derrota pela Bélgica por 1 a 0, os Tigres terminaram o mundial em 4º lugar no grupo H, não conseguindo repetir o desempenho de outras copas.

Para o analista de rendimento da seleção da Coreia do Sul, o brasileiro Denis Iwamura, no entanto, as principais impressões que o time guarda do Mundial serão a recepção calorosa e a infraestrutura de treinamento que tiveram em Foz do Iguaçu.

De acordo com ele, o CT iguaçuense foi o melhor de todos pelos quais a seleção passou ao longo da Copa do Mundo – eles também treinaram nas cidades-sedes Cuiabá, São Paulo e Porto Alegre para disputar as três partidas da primeira fase.

“No final de cada jogo, o técnico [Hong Myung-Bo] sempre dizia: ‘vamos voltar para nossa casa’, se referindo a Foz do Iguaçu”, conta Denis. Segundo ele, a seleção sul-coreana procurava um campo de treino com as mesmas características do CT no país de origem, em uma área afastada, a 40 km da capital Seul. “Viemos para Foz buscar paz e aqui encontramos”.
    
O legado da Coreia
    
O campo onde a seleção treinou desde o dia 11 de junho, quando chegou à cidade, foi digno de elogios da Confederação Sul-Coreana de Futebol, a Korea Football Association (KFA). Os Tigres vão embora, mas o Centro de Treinamento de Seleções do Flamenguinho e o espaço que serviu para abrigar o Centro de Mídia, que atendeu cerca de 200 jornalistas sul-coreanos nos últimos dias, ficam, e serão reaproveitados.

De acordo com o superintendente de Comunicação Social da Itaipu Binacional e presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla, o CT será para o desenvolvimento de um projeto de clube-empresa, em parceria com um grande clube brasileiro, que ainda não pode ser anunciado, para fazer uma escolinha de futebol e formar categoria de base.

O CT “padrão Fifa”, continua Piolla, também poderá servir para grandes clubes do Brasil e do exterior fazerem suas pré-temporadas em Foz do Iguaçu. “Teremos capacidade para receber eventos esportivos e até servir de centro de treinamento para uma seleção que vai participar da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016”, complementa.

Para Piolla, outro fator importante que resultou da passagem da seleção sul-coreana pela cidade foi a mídia positiva sobre os atrativos da região. Três emissoras de televisão da Coreia faziam entradas ao vivo diretamente das Cataratas do Iguaçu, todos os dias durante o treinamento da seleção sul-coreana. “Nosso objetivo foi alcançado. Conquistamos uma mídia espontânea extraordinária não só na Coreia do Sul, mas no Brasil e em outros países. Multiplicamos por cem o investimento que fizemos no CT”, concluiu.

O adeus da comunidade

O voo da seleção sul-coreana está marcado para a manhã deste sábado (28). Da cidade, eles levam as fotos do dia chuvoso nas cataratas e as lembranças dos treinamentos no CT do Flamengo. Mas o que fica? Para o agente de turismo Yun Seo Park, que organizou o passeio do time nesta sexta-feira, a oportunidade de ver a seleção de seu país na cidade foi uma experiência única e inesquecível.

Park integra uma comunidade que, a despeito de seu tamanho, é bastante atuante na região da fronteira. São 27 famílias em Foz do Iguaçu e cerca de 200 em Ciudad del Est. Este pessoal de olho puxado esteve na recepção dos Tigres, acompanhou os treinos abertos e se reuniu para assistir às partidas. “Acreditávamos na classificação, mas compreendemos. É uma seleção nova”, avalia Park. “No próximo Mundial iremos mais longe”.