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Institucional
Rio+20: Itaipu prova que hidreletricidade é a melhor solução para o Brasil
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30/05/2012

As discussões sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, se arrastam algum tempo. Enquanto isso, a produção da usina de Itaipu mostra que a hidreletricidade é a melhor solução para o Brasil ter grande quantidade de energia limpa e renovável, capaz de garantir o seu desenvolvimento e melhorar a qualidade de vida da população.
  
Itaipu produz mais de 90 milhões de megawatts-hora (MWh) por ano. Para gerar uma quantidade de energia equivalente, seria necessário utilizar diariamente 536 mil barris de petróleo, quarta parte de tudo o que o Brasil produz, ou 47 milhões de metros cúbicos de gás. Além do custo elevado, a queima desse volume de petróleo ou gás provocaria grande emissão de poluentes na atmosfera.
   
Em debate na Subcomissão Temporária do Senado que acompanha a execução das obras de Belo Monte, no dia 25 de maio, Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, afirmou que, sem Belo Monte, com capacidade instalada prevista de 11 mil megawatts, o Brasil precisará construir 19 usinas térmicas a gás natural.
   
Essas usinas emitiriam por ano 19 milhões de toneladas de gás carbônico, um dos causadores do efeito estufa, responsabilizado por provocar drásticas mudanças climáticas em todo o planeta.
  
Menos poluentes

A grande participação de Itaipu no mercado brasileiro contribui para que quase a metade de toda a matriz energética nacional seja limpa, proveniente de insumos renováveis, com destaque para a hidreletricidade.

As usinas hidrelétricas estão entre as fontes de geração de energia elétrica que emitem menos Gás Efeito Estufa. Tanto uma hidrelétrica como uma usina movida a biomassa ou eólica (ventos) lançam na atmosfera apenas 10 toneladas de CO2 por gigawatt-hora (GWh).
  
uma usina nuclear emite 15 toneladas de CO2 por GWh, enquanto a solar chega a 40 toneladas. O volume de CO2 lançado na atmosfera sobe para 400 toneladas no caso da termelétrica a gás, para 700 toneladas na termelétrica a óleo e para 900 toneladas no caso da termelétrica que funciona com carvão.
   
Itaipu a carvão
  
O caso da usina de Itaipu, com seus 14 mil megawatts de capacidade instalada, é exemplar. Se os mais de 90 milhões de megawatts-hora que Itaipu produz fossem gerados por usinas térmicas a gás, seriam lançadas na atmosfera cerca de 38 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) por ano. Se a mesma quantidade de energia fosse gerada por usinas a carvão, as emissões de CO2 chegariam a 85 milhões de toneladas por ano.
   
A grande participação de Itaipu no mercado brasileiro – a usina respondeu em 2011 por 16,99% de toda a eletricidade consumida no País, além de abastecer 72,91% do consumo paraguaio -, contribui para que quase a metade de toda a matriz energética nacional seja limpa, proveniente de insumos renováveis, com destaque para a hidreletricidade.
   

As hidrelétricas estão entre as fontes de geração de energia elétrica que emitem menos Gás Efeito Estufa.

A situação do Brasil é privilegiada, comparável apenas, na questão de hidrelétricas na matriz energética, com a da Noruega. Nos Estados Unidos, maior consumidor de energia do mundo, 7% da energia são renováveis; na Alemanha, 6%; no Japão, 5%; e em Israel, apenas 2%.
  
Expansão é necessária
  
Na defesa de Belo Monte, Mauricio Tolmasquim lembrou que a expectativa é que a economia brasileira, nos próximos anos, cresça a taxas anuais de 5%. Com isso, o Sistema Interligado Nacional, que distribui eletricidade no País, terá de expandir a capacidade instalada em 50% dentro do prazo de dez anos.
  
Embora haja necessidade de investir também em fontes alternativas, como a energia eólica, solar e biomassa, a hidreletricidade, pelo potencial brasileiro e pela confiabilidade na geração, é apontada por especialistas como a melhor solução para o país, evitando que passe a depender cada vez mais de térmicas. O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em 260 gigawatts, mas são explorados 28% desse total.

IDH e eletricidade
  
Sem novas fontes de eletricidade, o país não poderá atingir o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) semelhante ao de países desenvolvidos, alerta o especialista Marcos Almeida Prado Lefevre, que foi superintendente de Operação em Itaipu por 15 anos e hoje atua como autor de trabalhos publicados em seminários nacionais e internacionais.
  
Segundo Lefevre, em todos os países com IDH elevado, acima de 0, 9 (o índice do Brasil é 0,718), o consumo de eletricidade por habitante é superior a 5.000 kWh.
  
O Brasil, embora seja a sexta maior economia do mundo, está em 84º lugar no IDH, entre 187 países avaliados, e tem um consumo médio de eletricidade por habitante inferior a 2.500 kWh, inferior à média mundial (2.730 kWh/habitante).
  
Os vizinhos Argentina, Chile, Uruguai e Venezuela têm consumo mais elevado. A média na Europa é de 6.800 kWh e chega a 14.000 kWh por habitante nos Estados Unidos, o que é considerado desperdício de energia, principalmente porque a maior parte provém de fontes poluentes.
  
Metas do Milênio
  
Anita Utseth, vice-ministra de Petróleo e Energia da Noruega entre 2005 e 2007, afirma que “avançar no desenvolvimento da hidreletricidade pode ser um instrumento poderoso para se alcançarem as Metas de Desenvolvimento do Milênio, das Nações Unidas, de erradicação da pobreza e para assegurar água potável limpa e alimento suficiente para todas as pessoas”.
  
Sem Itaipu, poluição
   
Em relação à preocupação com o impacto ambiental provocado pela construção de uma hidrelétrica, pode-se contrapor o benefício da geração de energia limpa e renovável, sem agredir a atmosfera e contribuir para o agravamento do efeito estufa e suas consequências para o clima.
   
Mais uma vez, os números levantados pela área técnica de Itaipu comprovam o que representa a geração hidrelétrica, na comparação com a utilização de outras fontes para produzir o mesmo que se obteve em Itaipu desde o início de sua operação.
   
Entre 1984 e abril de 2012, Itaipu gerou o total de 1.971.677.160 MWh, suficiente para atender o mundo inteiro por um período de 38 dias. Toda essa energia, se fosse produzida por combustíveis fósseis, gastaria 11 milhões 189 mil barris de petróleo/dia, durante um ano, o que representa mais de cinco vezes a produção brasileira de petróleo em 2011.
   
Se fosse utilizado gás para produzir esta quantidade de energia, seriam necessários 788 milhões de metros cúbicos diários durante um ano, o equivalente a 20,5 vezes o consumo brasileiro de gás em 2011.
   
Como a produção foi hidrelétrica, e não a carvão, Itaipu evitou a emissão de 1,774 milhão de toneladas equivalentes de CO2 por ano, o que equivale a 9,6 vezes todas as emissões associadas aos veículos terrestres no Brasil, em 2011.
  
Da mesma forma, por evitar o uso de gás para gerar tanta eletricidade, Itaipu evitou a emissão de 788 milhões de toneladas equivalentes de CO2/ano, o que equivale a 9,2 vezes as emissões de todos os veículos a gasolina e álcool do Brasil em 2011.