Líder mundial na geração de energia limpa e renovável

Meio Ambiente
Rio+20: Itaipu leva práticas sustentáveis para conferência
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31/05/2012

Mais do que um conceito, sustentabilidade é o que permeia as ações da Itaipu, tanto nos processos internos quanto no seu relacionamento com a comunidade. E é exatamente o “case” da sustentabilidade na Itaipu que será apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento SustentávelRio+20, entre 13 e 22 de junho, no Rio de Janeiro.
  
Itaipu apresentará na conferência mundial as ações do Programa Cultivando Água Boa e a Plataforma Itaipu de Energias Renováveis, que estão em acordo com os principais temas da Rio+20: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza"; e “A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável”.
  
Mesmo com programas que hoje podem ser replicados em todo o Brasil e no exterior, a Itaipu Binacional trabalha para cumprir uma meta ambiciosa: até 2020, pretende se consolidar como “a geradora de energia limpa e renovável com o melhor desempenho operativo e as melhores práticas de sustentabilidade do mundo, impulsionandodesenvolvimento sustentável e a integração regional”.

Planejamento estratégico
  
Hoje, o planejamento estratégico de Itaipu se baseia em 16 objetivos, dos quais cinco fazem referência direta ao desenvolvimento sustentável. O objetivo estratégico 3 estabelece a busca da liderança mundial em sustentabilidade corporativa, atendendo aos preceitos de empresa “socialmente justa, ambientalmente correta, economicamente viável, culturalmente aceita”.
  
O objetivo estratégico 4 prevê “contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável das áreas de influência”, atuando em conjunto com os governos e sociedades do Brasil e do Paraguai. O objetivo 9 é “pesquisar e fomentar o desenvolvimento de fontes de energia renováveis e limpas, e de tecnologias, visando contribuir para o desenvolvimento sustentável da área de influência”.
  
O objetivo 11 é “apoiar projetos nas áreas de ciência, tecnologia e inovação com preocupação especial com a sustentabilidade”, enquanto o objetivo 12, por fim, é consolidar os programas de gestão socioambiental da Itaipu para, entre outros objetivos, obter-se “autossuficiência alimentar com geração sustentável de renda”.
   
Parcerias por futuro melhor

Na prática, o Programa Cultivando Água Boa, com atuação nos 29 municípios da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (BP3), é um trabalho desenvolvido em parceria com diversos atores locais para amenizar e corrigir passivos ambientais, e ainda fazer com que a sociedade mude seus valores, para se chegar a um futuro sustentável.
    
É tão amplo que inclui 20 programas e 65 projetos/ações de responsabilidade socioambiental. Entre eles, o diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu, Nelton Friedrich, cita, por exemplo, o Coleta Solidária, um trabalho feito com os catadores de materiais recicláveis, tendo como resultado tanto a dignificação da função que exercem como a contribuição para que materiais reaproveitáveis não sejam lançados na natureza.
    
Nelton exemplifica ainda o Vida Orgânica, programa que incentiva os cerca de 26 mil proprietários rurais da região a passarem para a agricultura sustentável, isto é, que não utilize agrotóxicos e fertilizantes químicos e aproveite da forma mais sábia os elementos naturais. Para isso, os técnicos de Itaipu dão apoio no processo produtivo, estimulam a transformação artesanal dos produtos, ajudam a organizar a comercialização e, em muitos casos, a fazer com que a propriedade seja utilizada como atração turística rural.
   
Lixo vira energia

A Plataforma Itaipu de Energias Renováveis é outro bom exemplo, ao transformar dejetos e lixo orgânico em energia. Grandes geradores de metano, gás causador causador de efeito estufa, os detritos orgânicos “deixam de ser um grave passivo ambiental para se tornar uma solução, inclusive com valor econômico”, explica Nelton Friedrich.
  
Atualmente, 33 pequenas propriedades da Bacia do Paraná 3, reunidas no Condomínio Ajuricaba, produzem biogás a partir dos dejetos da pecuária. O biogás, canalizado para uma microcentral, transforma-se em energia elétrica e em calor, usado na secagem de grãos.

Uma grande propriedade da Bacia do Paraná 3 é referência nacional em energias renováveis. Na Granja Colombari, que mantém mais de três mil suínos, a produção de biogás atende a propriedade e o excedente é transformado em energia elétrica, vendida para a companhia de energia do Paraná (Copel).
  
Ideias em prática
  
Os trabalhos que serão apresentados pela Itaipu Binacional na Rio+20 atendem ao que a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, defende que seja o foco da conferência: “A Rio +20 é uma conferência política, mas o que esperamos dela são resultados práticos e ações. Precisamos colocar as ideias em prática, porque as pessoas precisam comer, beber água, viver de forma sustentável nas cidades em todas as partes do mundo”.

É com base no resultado desse planejamento e no que desenvolve atualmente que a empresa binacional se prepara para 2020 e, em especial, para 2023, quando o Tratado de Itaipu completa 50 anos e seu Anexo C poderá ser revisto.
  
O Anexo C estabelece as bases financeiras e a prestação dos serviços de eletricidade de Itaipu. Por esse documento, assinado em 26 de abril de 1974 pelos governos do Brasil e do Paraguai, a tarifa de Itaipu é fixada de forma a poder honrar o pagamento dos encargos financeiros dos empréstimos feitos para a construção da usina e também para a amortização da dívida.
  
O pagamento da dívida representa em torno de 80% do orçamento anual da Itaipu. A intenção é estabelecer projetos e programas que possam fazer com que esses recursos permaneçam na área onde se localiza a hidrelétrica, para tornar a região sustentável economicamente. Para isso, além das verbas de Itaipu, seria estimulado o investimento privado, tanto no Brasil como no Paraguai.
    
Sócio do Brasil na Itaipu, o Paraguai hoje utiliza apenas 5% da energia a que tem direitometade das unidades geradoras de Itaipu é do país vizinho, porque a única linha de transmissão tem capacidade pequena, de apenas 200 quilovolts (kV). Mas está em obras um linhão de 500 kV, que mais do que duplicará a capacidade de utilização da eletricidade gerada por Itaipu, permitindo que o Paraguai se prepare para uma fase de industrialização sem precedentes.
  
O linhão, financiado pelo Fundo para Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), ligará a Subestação da Margem Direita de Itaipu à Subestação de Villa Hayes, perto da capital, Assunção.
  
Redução de custos

Internamente, a Itaipu pretende intensificar as medidas de sustentabilidade, para servir de inspiração dentro e fora da usina. Desde edificações inteligentes, que preveem o uso de água e energia sem desperdício, até posturas mais rigorosas em relação ao uso de dinheiro público, como a redução no número de viagens dos empregados e maior utilização de videoconferências.
     
A meta é também melhorar os fluxos internos, para reduzir custos, incluindo o uso de materiais em geral, e tempo. E, ainda, exigir procedimentos sustentáveis também por parte dos fornecedores.