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Meio Ambiente
Rio+20: Em 3.800 propriedades rurais, rios são protegidos por cercas
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05/06/2012

Em 3.800 propriedades rurais da Bacia do Paraná 3 (BP3), no Oeste paranaense, cercas separam a faixa de proteção de rios, riachos e córregos das áreas de plantio e de pecuária. são 1.212 quilômetros de cercas, instaladas a uma distância de 30 metros dos cursos d’água, conforme a atual legislação exige.
  
A nova legislação reduz a exigência de faixa mínima de proteção de acordo com o tamanho da propriedade. Por entender a importância da preservação das áreas às margens dos rios e cumprir as regras vigentes, mais rigorosas, a grande maioria dos proprietários agrícolas da região acompanhou sem muito interesse as discussões sobre as mudanças no Código Florestal.
  
Educação e consciência

  
Os técnicos de Itaipu que atuam na área estimam que menos de 5% dos mais de 33 mil proprietários rurais da região fazem restrição às cercas e à recuperação da mata ciliar. A boa aceitação se deve ao fato de que os agricultores estão cada vez mais conscientes da importância da preservação ambiental, tendo em vista as grandes estiagens que a região tem passado nos últimos anos.
  
No caso das microbacias beneficiadas pelo Programa Cultivando Água Boa, o sucesso também é atribuído ao trabalho de educação ambiental desenvolvido na BP3 desde 2003, por meio do Programa Cultivando Água Boa.

O programa faz a gestão por bacia hidrográfica, buscando parcerias com produtores rurais, órgãos públicos, instituições de ensino, ONGs, empresas de saneamento básico e a comunidade em geral, para resolver os passivos ambientais e criar uma consciência de desenvolvimento sustentável.
  
A conscientização dos agricultores “desmistifica a sensação de que o mato à margem de rios e córregos provoca perda de áreas para plantios”, diz Gilmar Secco, gerente do Departamento de Interação Regional da Itaipu. Os agricultores passam a entender que um solo bem conservado e produtivo é mais importante do que agregar à área de lavoura alguns metros da mata ciliar.
   
“Afinal, de que adianta aumentar alguns metros às margens do rio, se o restante da propriedade muitas vezes sofre muito por erosões e falta de nutrientes, causados por falta de um manejo adequado de água e de solos e outros cuidados”, questiona o gerente. Segundo Secco, mostrar para o agricultor que para produzir mais sem maltratar o meio ambiente é exatamente uma das premissas do CAB.
   
“No Brasil, a situação da Bacia do Paraná 3 é privilegiada”, diz Secco. A colocação das cercas em propriedades rurais, para proteger a mata ciliar, faz parte dos convênios assinados entre Itaipu e os parceiros para a recuperação e a conservação ambiental de 95 das 130 microbacias beneficiadas pelo programa na região. Em 35 delas o trabalho foi concluído.
  
Torneira suja
  
Gilmar Secco, com um exemplo simples, mostra a importância da atuação em microbacia. “Quando aparece água suja na torneira, não adianta limpar a torneira. Tem que ir à nascente do rio, para saber o que deixa a água suja; depois, fazer a limpeza ao longo do leito do rio até sua foz. então a gente limpa a caixa de água e depois a torneira.
  
É esta consciência, da importância de se manter o rio limpo da nascente até a foz para que todos tenhamos água limpa na torneira, que o Programa Cultivando Água Boa busca desenvolver, segundo o técnico.
  
Na prática, o trabalho de preservação mostra resultados nos rios da região. O Rio Pacuri, em Santa Helena, por exemplo, está com maior volume de água. Mas Gilmar Secco lembra que o resultado não aparece de imediato, é colhido com um trabalho de longo prazo.
  
Bom exemplo
  
É o que se na faixa de proteção do reservatório de Itaipu, 34 anos depois. Ali, desde 1979, Itaipu plantou mais de 23 milhões de mudas, produzidas em seus próprios viveiros.
  
Essas mudas foram utilizadas especialmente para recompor áreas degradadas por atividades agropecuárias, que correspondiam à maior parte das terras inundadas durante a formação do reservatório, em 1978.
  
Dos 34 mil hectares das áreas protegidas no Brasil, por exemplo, 18 mil estavam devastados. Atualmente, falta reflorestar menos de 2% da faixa de proteção.
  
A Itaipu protege atualmente mais de 100 mil hectares de florestas, tanto na margem brasileira como na margem paraguaia.
  
Pela legislação brasileira, a usina seria obrigada a manter uma faixa de proteção de 100 metros de largura, mas a largura média chega a 217 metros, segundo o gestor do programa Biodiversidade Nosso Patrimônio, João Antônio Cordoni.

Para mais informações e entrevistas, favor contatar:

Assessoria de Imprensa da Itaipu Binacional
imprensa@itaipu.gov.br
55 45 3520-5230

Gilmar Secco – Gestor do programa Gestão por Bacias Hidrográficas
secco@itaipu.gov.br