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Meio Ambiente
Rio+20: Ações da Itaipu promovem a conservação da biodiversidade
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13/06/2012

Com o nascimento e sobrevivência de 11 harpias, o Refúgio Biológico Bela Vista, da Itaipu Binacional, se consolidou como o promotor do mais bem sucedido programa de reprodução em cativeiro dessa que é uma das maiores aves de rapina do mundo.

“O nosso programa é para a preservação da harpia no Sul do Brasil, onde ave está ameaçada de extinção. Não fosse o cativeiro, essa espécie não existiria mais por aqui”, afirmou o biólogo Marcos de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu e um dos responsáveis pelo projeto.

A ideia de reproduzir a espécie em cativeiro surgiu em 2000, quando o Refúgio Biológico recebeu um macho apreendido pela Polícia Civil. Dois anos mais tarde, chegava a primeira fêmea. No dia 13 de março de 2006, os biólogos e veterinários de Itaipu avistaram o primeiro ovo.

Após quatro tentativas frustradas, nasceu no dia 15 de janeiro de 2009 o primeiro espécime mantido com sucesso pelo projeto. Na sequência, vieram outros dez filhotes – o último deles, de número 11, nasceu em fevereiro deste ano.

Assim como a harpia, o Refúgio Biológico Bela Vista se dedica à reprodução de outras espécies que se tornaram raras na região, como o veado-bororó e o gato-maracajá. Além de um criadoro de animais silvestres, o refúgio mantém um zoológico aberto ao público que contém apenas exemplares da fauna local.

A origem do zoo se deu com a operação Mymba Kuera (“pega bicho”, em Guarani), que recolheu milhares de animais quando do enchimento do reservatório da usina. A operação reflete os cuidados tomados com o meio ambiente desde a construção da hidrelétrica.

Hoje, a Itaipu protege mais de 100 mil hectares de florestas em torno de seu reservatório, no Brasil e no Paraguai. Para a formação desse imenso patrimônio, a empresa realizou a maior ação de reflorestamento já promovida por uma hidrelétrica.

Desde 1979, mais de 23 milhões de mudas foram plantadas, especialmente para recompor áreas degradadas por atividades agropecuárias, que correspondiam à maior parte das terras inundadas durante a formação do reservatório. Dos 34 mil hectares das áreas protegidas no Brasil, por exemplo, 18 mil estavam devastados. Atualmente, falta reflorestar menos de 2% da faixa de proteção.

“Vale destacar que, pela legislação e pelas dimensões de seu reservatório, Itaipu estaria obrigada a manter uma faixa de proteção de 100 metros de largura. Porém, a faixa de proteção do reservatório tem uma média de 217 metros de largura”, informa o gestor do programa Biodiversidade, Nosso Patrimônio, João Antônio Cordoni.

Além da faixa de proteção do reservatório, as áreas protegidas da Itaipu são compostas por duas reservas e oito refúgios biológicos nos dois países. No Brasil, além do refúgio Bela Vista, há também o Santa Helena, e parte do refúgio Maracaju.

Biodiversidade, nosso patrimônio

A partir da implantação do programa Cultivando Água Boa, em 2003, as ações da Itaipu nessa área passaram a estar abrigadas no programa Biodiversidade, Nosso Patrimônio, que além de responder pelas áreas protegidas, atua no acompanhamento da diversidade biológica, migração e estoque pesqueiro do reservatório, na pesquisa dos processos de reprodução e criação de animais silvestres da região ameaçados de extinção e na pesquisa florestal, como foco na melhoria da variabilidade genética da flora e da fauna regionais.

Os bons resultados obtidos na recuperação florestal das áreas protegidas habilitou a empresa a um novo desafio, a recomposição das matas ciliares da Bacia Hidrográfica do Paraná 3 (conjunto de rios conectados com o reservatório). Desde 2003, a empresa destinou, especificamente para essa região, mais de 3 milhões de mudas.

Um dos indicadores de sucesso dessa iniciativa é que muitos dos moradores da região reportaram o regresso de espécies animais que há muito não se viam e que estão voltando a circular graças à recuperação das matas ciliares e à reconexão dos remanescentes de matas nativas.
 
Uma das principais iniciativas para reconectar esses remanescentes é o Corredor de Biodiversidade Santa Maria, que possibilitou reconexão da mata da faixa de proteção do reservatório com o Parque Nacional do Iguaçu, passando pela Reserva Particular de Patrimônio Natural – RPPN, da Fazenda Santa Maria, que cedeu o nome ao projeto.

O corredor tem 37 quilômetros de extensão. Para formá-lo, foi necessário conscientizar 42 proprietários rurais sobre a importância de dedicarem parte de seus terrenos ao plantio de espécies nativas de árvores. Para a conclusão do projeto, faltam menos de 10% da recomposição da área e a transposição de uma das pistas da BR277. Quando estiver completo, o corredor permitirá a ligação entre duas das mais extensas áreas preservadas do Sul do Brasil, os Parques Nacionais do Iguaçu e de Ilha Grande, favorecendo a dispersão de genes e a melhoria da biodiversidade.

Canal da Piracema

Outra iniciativa para a conservação da biodiversidade são os estudos sobre migração de peixes e o levantamento das espécies existentes no reservatório. A Itaipu possui o maior sistema de transposição de peixes do mundo. Com cerca de 10 km de extensão, o Canal da Piracema apresenta uma complexa estrutura, composta por trechos naturais de rio, além de lagos e canais artificiais, constituindo um corredor de biodiversidade aquática de caráter único.

Os trabalhos de monitoramento da biodiversidade no Canal da Piracema confirmaram a presença, até o momento, de cerca de 150 espécies no sistema, entre migradoras e sedentárias.

Para mais informações e entrevistas, favor contatar:

Assessoria de Imprensa da Itaipu Binacional
imprensa@itaipu.gov.br
55 45 3520-5230

João Antônio Cordoni – Gestor do programa Biodiversidade, Nosso Patrimônio
cordoni@itaipu.gov.br