Peças que reproduzem fielmente a estrutura da usina de Itaipu, impressas em 3D para fins de pesquisa, estão em exposição no 3º Seminário do Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb), no Parque Tecnológico Itaipu (PTI).

O material, semelhante a uma maquete da usina e da barragem, pode ser conferido na Sala Florestan Fernandes 3, no PTI. Elas ficarão expostas no local até quinta-feira (17), das 8h30 às 17h.

As peças são resultado de um processo iniciado há quatro anos da modelagem em três dimensões (3D) das estruturas civis e eletromecânicas de Itaipu. “Não é mesmo brincadeira. Tem muita engenharia nisso”, disse Everton Garcia, engenheiro civil do Ceasb.

Primeiro, os projetos em 2D da Itaipu foram redesenhados em 3D, por meio do software SolidWorks, validados pela Engenharia e Manutenção de Itaipu. Em seguida, as modelagens no computador são impressas em 3D.

Toda a modelagem estrutural da usina já foi feita em computador, mas, por enquanto, apenas uma pequena parte foi impressa, tendo em vista que a impressora em 3D só foi adquirida pelo Ceasb há menos de um mês. O objetivo é concluir a impressão de toda a estrutura civil, inclusive com as camadas geológicas, e do conjunto eletromecânico das unidades geradoras. O resultado do trabalho será uma Itaipu em miniatura detalhada.       

As peças permitem ao pesquisador visualizar a usina em ângulos diversos, antes restritos ao papel ou ao computador. “A modelagem é o pai de muitos outros projetos”, completou Garcia. “Fica mais simples entender quando se tem o modelo em mãos”, afirmou Débora Fernandes, geóloga do Ceasb.

Além da parte civil, estão sendo modeladas as estruturas eletromecânicas. Turbina e caixa espiral terão suas próprias “maquetes”.

Para compor a modelagem da barragem e da usina, foram pesquisados mais de 3 mil projetos e feitas diversas inspeções na barragem. Mais de uma dezena de técnicos e engenheiros do Ceasb, da Itaipu e PTI participaram do projeto. Com o resultado, foi possível modelar até a fundação da estrutura com a parceria do projeto de geotecnia.

 “Vamos imprimir as camadas de basalto em outras cores para identificarmos as características técnicas de cada derrame. Os modelos estão sendo melhorados e validados”, disse Alexandra da Silva, coordenadora do Ceasb pela Fundação PTI.

A impressão é feita com um filamento à base de amido de milho, biodegradável. Cada peça leva quase 14 horas para ficar pronta. “Se for impressão de um rascunho, conseguimos concluir em menos tempo”, afirmou Alexandra.

Seminário

O 3º Seminário de Segurança de Barragens continua nessa quarta e quinta-feira (17). Além da modelagem 3D e das peças, é possível conferir outros projetos do Ceasb e do PTI Paraguai, expostos na Sala Florestan Fernandes 3.

A abertura foi na terça-feira (15), com a presença do diretor técnico, Airton Dipp, do superintendente adjunto de Engenharia de Itaipu (EN.GB), Jorge Habib, do diretor técnico da FPTI, Claudio Osako, e do coordenador do Ceasb pela Itaipu, Dimilson Pinto Coelho, da Divisão Engenharia Civil e Arquitetura de Itaipu (ENCC.DT).

Após a solenidade, o professor doutor Carlos Henrique Medeiros, membro do Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB) na Bahia, falou sobre a importância da Segurança de Barragens, e também sobre os avanços e entraves do setor no País.