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Tecnologia
PTI é modelo para criação do Parque Tecnológico de Ponta Porã
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14/11/2013

A proposta de criação e implantação do Parque Tecnológico Internacional de Ponta Porã (PTIn), no Mato Grosso do Sul, foi oficialmente apresentada nesta quarta-feira (13), durante solenidade no Senado Federal. O evento contou com a participação de representantes das instituições signatárias do projeto, entre eles o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, e o diretor superintendente da Fundação Parque Tecnológico Itaipu, Juan Carlos Sotuyo.

A ideia é garantir o apoio do Governo Federal para a implantação do parque tecnológico na cidade sul-mato-grossense, que faz fronteira com o Paraguai. O projeto do novo parque foi baseado no modelo de atuação do Parque Tecnológico Itaipu (PTI), localizado dentro das instalações da usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. A região reúne ainda a Argentina.  Se tudo der certo,  o PTI do MS deve ser implantado em 2014.

Em agosto, a comissão responsável pelos estudos para a instalação do Parque de Ponta Porã esteve no PTI para conhecer todo o processo de planejamento, desde a sua concepção até o modelo de gestão das ações desenvolvidas atualmente. O objetivo da comissão era replicar modelos já desenvolvidos aqui, com base nas características que mais se assemelham, como é o caso da fronteira com o Paraguai.

Segundo o senador Waldemir Moka, autor do projeto, a implantação desse parque é um desafio para a região, que luta contra o crime organizado.  O Parque Tecnológico vai mudar o conceito, a relação e o comportamento das pessoas que moram na região", comentou.

As visitas da comitiva de Ponta Porã ao PTI acontecem desde 2011. Na ocasião,  o senador Moka coordenou uma delegação para buscar informações e parcerias de cooperação que pudessem permitir a implantação de um modelo semelhante na cidade de Ponta Porã. Recentemente, representantes políticos, de instituições de ensino e do comércio também visitaram projetos e instalações do PTI.

Durante uma dessas visitas, o gestor de planejamento e avaliação da Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste, ligada ao Ministério da Integração Nacional, Agnaldo Moraes, destacou que a experiência do Parque Tecnológico Itaipu é a principal inspiração para a implantação do novo parque. “O PTI tem nos inspirado nos últimos meses a construir um modelo que possa replicar, nas proporções devidas, as experiências de sucesso que o modelo de Itaipu tem demonstrado”.

Desenvolvimento regional

O Parque Tecnológico Itaipu (PTI), que funciona nas dependências da usina, foi criado em 2003 para fomentar o desenvolvimento sustentável na tríplice fronteira, com ações estratégicas que envolvem capacitação, formação e desenvolvimento científico e tecnológico.

A impulsão do empreendedorismo ocorre pelo apoio às empresas incubadas e ao condomínio empresarial. O PTI também é responsável pela execução das demandas da Itaipu na área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.

No espaço do PTI circulam diariamente cerca de 3.500 estudantes de cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Aberta do Brasil (UAB), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila).

O PTI abriga ainda os projetos Estação Ciência e Polo Astronômico, que em 2012 atenderam 16.751 e 9.929 estudantes, respectivamente.
Em parceria entre a Fundação PTI, a Itaipu Binacional e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), foi criado o Centro de Saberes e Cuidados Socioambientais da Bacia do Prata, que vem em apoio aos estudos mundiais na busca de soluções para problemas como a escassez de água e as mudanças climáticas.

Já como resultado de parceria entre Brasil e Paraguai, com apoio do Programa Hidrológico Internacional da Unesco, o Centro Internacional de Hidroinformática, com sede no PTI,  trata a temática água por meio de uma perspectiva ampla, envolvendo tecnologia, energia e meio ambiente.

Números do PTI

944 projetos realizados
23 empreendimentos
723 bolsas de estudo para especialização, mestrado e doutorado concedidas (em 2012)

Educação superior

A criação do PTI, para disseminar o conhecimento adquirido pela área técnica da Itaipu Binacional, marcou também a multiplicação de parcerias da empresa com as mais diversas instituições de ensino e pesquisa, além de contribuir para a decisão do governo federal de implantar em Foz do Iguaçu a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR).

A Itaipu cedeu para o IFP, instituição voltada à educação superior, básica e profissional, uma área na Vila A, uma das mais nobres de Foz do Iguaçu e onde funciona o Centro Executivo da binacional no lado brasileiro.

Para atrair a Unila, a Itaipu não apenas doou um terreno de 78 mil metros quadrados, dentro da área da usina, como cedeu parte das instalações do PTI para o funcionamento provisório da instituição de ensino, enquanto o campus está em obras. A empresa também doou o projeto do campus, uma das últimas obras do arquiteto Oscar Niemeyer.

As obras da primeira fase do campus, que demandam um investimento de R$ 242 milhões do governo federal, devem estar concluídas no primeiro semestre de 2014.

Esta etapa das obras inclui a construção do prédio central, de 23 andares, o prédio de salas de aulas, o restaurante universitário e a galeria central, composta de parte subterrânea com o sistema hidráulico e de condicionamento de ar, entre outros.

Desenvolvimento e intercâmbio

A lei federal que criou a Unila, em 2010, estabelece que a instituição de ensino superior tem como missão institucional formar pessoas que possam contribuir com a integração latino-americana, com o desenvolvimento regional e com o intercâmbio cultural, científico e educacional da América Latina, especialmente no Mercado Comum do Sul - Mercosul.

Para os cursos de graduação, são aceitos alunos de qualquer país latino-americano, bem como professores, na proporção de metade das vagas para brasileiros e metade para os de outros países.

As aulas são ministradas em espanhol e português. Este ano, foram oferecidos os seguintes cursos: Antropologia – Diversidade Cultural Latino-Americana, Arquitetura e Urbanismo, Ciência Política e Sociologia – Sociedade, Estado e Política na América Latina, Ciências Biológicas – Ecologia e Biodiversidade, Ciências da Natureza – Biologia, Física e Química, Ciências Econômicas – Economia, Integração e Desenvolvimento, Cinema e Audiovisual, Desenvolvimento Rural e Segurança Alimentar, Engenharia Civil de Infraestrutura, Engenharia de Energias Renováveis,  Geografia – Território e Sociedade na América Latina, História da América Latina, Letras – Artes e Mediação Cultural, Música, Relações Internacionais e Integração, Saúde Coletiva.

Unila hoje:
1.200 alunos
260 servidores e professores

Unila em 2015:
10 mil alunos
570 professores
670 servidores