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Projeto prevê instalação de planta de hidrogênio
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12/04/2010

A Itaipu Binacional, o Parque Tecnológico Itaipu e a Eletrobras estão trabalhando em parceria para implantar um projeto, que prevê a instalação de uma planta experimental de produção de hidrogênio na usina e de um Núcleo de Pesquisa em Hidrogênio, no PTI. Há vários meses, equipes das três instituições têm se encontrado para tratar do assunto. Na última terça-feira, o grupo se reuniu com Ângelo Alexandrino e Jonas Ferreira, da Divisão de Pesquisa e Desenvolvimento da Eletrobras, para esclarecer aspectos técnicos, jurídicos e financeiros do convênio a ser firmado.

 


Equipes das três empresas discutem a viabilidade
da implantação do projeto.

  

Além de engenheiros das áreas técnicas da Itaipu, do PTI e da Eletrobras, participaram da reunião representantes das áreas administrativas-financeiras e jurídicas das empresas envolvidas. O grupo está discutindo o desenvolvimento desse trabalho; como será a parte técnica, bem como a financeira e a jurídica para viabilizar a implantação do projeto. Os investimentos virão de todas as empresas, especialmente da Itaipu e da Eletrobras”.

 


Excedente de água que é jogado pelo vertedouro
vai ser transformado em hidrogênio.

  

Segundo o gerente do Departamento de Engenharia Eletrônica e Eletromecânica da Superintendência de Engenharia de Itaipu, Antônio Carlos Fonseca Santos Junior, há tempos a área busca desenvolver o projeto, mas sempre esbarrava na falta de recursos. “E a Eletrobras, sabendo desse nosso projeto, se interessou em participar, financiando uma parte”, explicou. Itaipu também deverá entrar com uma parte da verba. O PTI fará a gestão do projeto, por meio do programa de Pesquisa & Desenvolvimento.

 

Na prática como será
O projeto consiste, basicamente, em instalar na Itaipu Binacional um protótipo para a produção de hidrogênio e criar um centro de estudos de hidrogênio, nos moldes do Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse) e do Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb) – ambos instalados no PTI. “Será um centro de excelência em pesquisa de hidrogênio, mais uma das linhas de pesquisa que Itaipu e Parque Tecnológico terão em conjunto. Esse, em específico, com a participação da Eletrobras, dentro do Sistema Elétrico Brasileiro”, complementou.

 

Segundo Fonseca, Itaipu já desenvolve esse trabalho desde 2003, pois é de grande interesse da hidrelétrica desenvolver a tecnologia. “Todos os consultores e analistas de futuro colocam o hidrogênio como uma possibilidade de substituição do petróleo. E uma das fontes para a produção do hidrogênio é exatamente a energia elétrica, por isso é uma perspectiva interessante para a Itaipu como empresa e como integrante do setor elétrico”.

 

O engenheiro de Itaipu Marcelo Miguel chamou atenção para um fato importante: o Programa do Hidrogênio é contemplado dentro do Objetivo Estratégico nº 9 da binacional – justamente o que se refere às Energias Renováveis. “E também está dentro do programa estratégico da Eletrobras para um futuro sustentável”, acrescentou. Outro aspecto determinante para o sucesso do projeto é que o hidrogênio, além de não emitir gases de efeito estufa, tem no Brasil um grande potencial, lembrando que a matriz energética brasileira tem excelente participação das hidrelétricas.

 

Segundo Marcelo Miguel, “o Brasil tem muito potencial porque o projeto utiliza justamente essa energia vertida, essa água que se está jogando fora, em momentos que não se precisa gerar mais. Vamos aproveitar essa energia para gerar o hidrogênio”. O projeto foi todo feito com base na experiência acumulada de 35 anos do laboratório LH2 da Unicamp, o Centro Nacional de Referência da Energia do Hidrogênio.

 

O gerente do PTI Pesquisa & Desenvolvimento, Eduardo Dechechi explica que o grupo vai trabalhar num projeto onde se pega a energia excedente de Itaipu e aconverte em hidrogênio, por meio de eletrólise. E acrescenta: além disso, será possível estocar esse hidrogênio, ou convertê-lo em energia elétrica, para ser utilizado no veículo elétrico, por exemplo”.