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Responsabilidade Social
Programa da Itaipu é referência na Expocatadores, em São Paulo
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30/11/2012

A menos de dois anos do prazo final para a implementação do Programa Nacional de Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos em todo o País, a terceira edição da “Expocatadores”, realizada de quarta (28) a sexta-feira (30), no Expo Center Norte, em São Paulo (SP), trouxe importantes novidades na área de coleta de materiais recicláveis. Itaipu foi destaque com as ações voltadas aos catadores destes materiais, que se tornaram referência no País.
 
O diretor-geral brasileiro, Jorge Samek; o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; e o ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, participaram da abertura oficial do evento, nesta quinta-feira (29).

O encontro foi organizado pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e contou com um público de cerca de 1.500 catadores, de 25 estados brasileiros, visitantes de todo mundo e autoridades.
 
Coleta Solidária
 
Samek foi um dos premiados pela relevância que o Programa Coleta Solidária trouxe aos cerca de mil catadores atendidos pelo projeto, que integra as ações do Programa Cultivando Água Boa. O Coleta Solidária atua nos 29 municípios que fazem parte da Bacia do Paraná 3 (BP3) e recebeu investimentos da ordem de US$ 396 mil em 2011. O programa está organizado em 25 associações e três cooperativas e, por ter se tornado referência nacional, está presente em nove estados da Amazônia Legal.

“Quando assumi o cargo, o presidente Lula disse que eu teria a responsabilidade de assumir a empresa, mas pediu para nunca esquecer de que a menos de um quilômetro do meu escritório havia pessoas desempregadas, pai de família passando fome, criança fora da escola, meninas se prostituindo. Com uma grande empresa como essa, com esse potencial e esse capital de conhecimento podemos fazer muito para melhorar essa situação”, lembra Samek.
 
Parcerias
 
Em sua palestra, Samek lembrou que o sucesso do movimento dos catadores hoje se deve, entre outros fatores, às parcerias. E a Itaipu contribui para isso. A empresa integra o Comitê Interministerial para a Inclusão Social e Econômica dos Catadores, além de atuar, desde 2008, em parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis.
 
“Levamos a política nacional dos catadores para a região da Bacia do Paraná 3 e eles levaram o nosso know-how para o resto do Brasil. Essa parceria contou com repasse financeiro para que eles façam articulações, dando condições para os catadores terem um crescimento digno”, explicou Samek.
 
O ex-presidente Lula acrescenta. “Eu não vejo mais aquela figura que representava apenas um cidadão com uma carroça catando papel e sendo humilhado nas ruas, estou vendo aqui homens e mulheres que conquistaram o respeito de todos os brasileiros”.
  
Carrinhos elétricos
 
Um dos resultados do Coleta Solidária foi a criação de um carrinho elétrico para transporte de materiais coletados pelos catadores. Por meio do convênio com o movimento nacional da categoria, foram doados 150 carrinhos elétricos, o que reduziu a vulnerabilidade e dignificou mais o trabalho do catador.
 
O objetivo agora é baratear cada vez mais o custo do veículo. “O preço do carrinho ainda é alto, por volta de R$ 9 mil, mas Itaipu está com uma parceria com a penitenciária industrial, que atua como uma cooperativa de presidiários, e a ideia é baixar o valor para 4,5 mil reais” calcula Samek.
 
Segundo Lula, a redução é uma questão de tempo. “Esses carros elétricos vão ficar mais baratos daqui para frente”, garante o ex-presidente.
 
Para o representante do MNCR, Severino Lima Júnior, “o que precisamos é um modelo de coleta que traga melhores condições de vida e de trabalho e a tecnologia pode ajudar nisso, pois ninguém quer viver nos grandes centros urbanos puxando carroça”.
 
Pesquisa Ibope
 

Durante o evento, foi apresentada uma pesquisa nacional com objetivo de conhecer melhor os hábitos de consumo e descarte no Brasil. O levantamento detectou que, atualmente, apenas 35% da população é atendida pelo serviço de coleta. Desta parcela, a metade dos casos a coleta é feita pelas prefeituras.
 
O coordenador do programa Água Brasil, do WWF, Fábio Cidrin, lembrou ainda que apenas 10% dos municípios do País prepararam sua política para resíduos sólidos. Cidrin também valorizou a atuação de empresas e entidades que apoiam o trabalho do catador como agente que colabora para um meio ambiente mais sustentável, gerando renda e ganhos.
 
“Hoje, R$ 8 bilhões são perdidos com a não coleta e outros bilhões estão sendo gastos para enterrar esse material que poderia ser reciclado. Na parte ambiental, o passivo é gigantesco com a incineração do lixo e o chorume que contamina o solo”, avalia.
 
Nos últimos dez anos, os catadores obtiveram conquistas ambientais para o Brasil. Além de status político, o movimento pressionou por uma política nacional de saneamento e deu acesso para que as prefeituras contratem catadores com dispensa de licitação. O desafio agora é unir forças para consolidar uma condição cada vez melhor para o catador e Itaipu foi uma das empresas convidadas a palestrar e fomentar que outras empresas façam o que ela faz.