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Para ONU, desenvolvimento local deve complementar políticas nacionais
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30/10/2013

Políticas econômicas nacionais são importantes, mas falham em compreender as especificidades de territórios, que têm dinâmicas, culturas e ritmos de desenvolvimento diferentes. Por isso a ONU está interessada em apoiar governos locais que queiram criar suas próprias estratégias.
     
“É importante conectar o regional com o nacional, sem cair no erro de ter políticas locais e nacionais que se contraponham”, afirmou a vice-secretária-geral da ONU e vice-diretora mundial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Rebecca Grynspan, na manhã desta quarta-feira (30), durante o painel “Estratégias e Políticas Públicas em Desenvolvimento Local – articulação e implementação nos níveis nacionais e sub-nacionais”, que abriu a segunda edição do Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, no Hotel Mabu, em Foz do Iguaçu (PR).

Também participaram da abertura o diretor de Governança Pública e Desenvolvimento Territorial da Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico (OCDE), Rolf Alter; a ministra de Administração de Moçambique, Carmelita Namashulua; o ministro para Assuntos Locais da Albania, Bledar Çuçi; o diretor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Alfredo Lazarte; o diretor técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos; e a presidente do Fundo Andaluz de Municípios pela Solidariedade Internacional, Ignacio Caraballo.
   
Um dos pontos que chamou a atenção dos conferencistas e participantes do fórum é a diversidade de situações dos países, quando à dimensão, situação econômica, presença de conflitos armados, entre outras características. “Mas, em comum, são países que têm a oportunidade de aprender com experiências exitosas”, afirmou Rebecca.
    
Segundo ela, o desenvolvimento local é um movimento de base, que reúne pessoas que, até então, não estão no centro de tomada de decisão, mas que querem contribuir com as estratégias de desenvolvimento, levando em conta a realidade de cada distrito, de cada comunidade.
    
“O desenvolvimento local é a grande resposta a esse processo de crise que vive o mundo, com vários países com alta taxa de desemprego, em um momento em que a sociedade também pede mais sustentabilidade, maior participação das mulheres, mais respeito ao meio ambiente, entre outras questões”, disse Samek.
    
Ele destacou que, no fórum, os participantes podem conhecer algumas das melhores experiências do mundo e tirar lições para serem aplicadas em seus próprios territórios. “E o  Oeste do Paraná, que se configura em um laboratório a céu aberto de diversas experiências em sustentabilidade, também está contribuindo com esse intercâmbio”, acrescentou.
     
Um dos casos concretos de iniciativa de desenvolvimento econômico local foi apresentado pelo Sebrae, com a iniciativa Territórios da Cidadania. Conforme o diretor Carlos Alberto dos Santos, no passado se buscava resolver problemas territoriais com grandes empreendimentos, mas que acabam gerando “enclaves de alta renda, cercados de comunidades muito pobres, com situação de fome, violência, favelização”.
    
“No Brasil, isso tem melhorado e hoje os grandes projetos têm uma série de condicionantes. Já há uma consciência de que não podemos mais ter empresas ricas em comunidades pobres. Itaipu é um exemplo de grande empreendimento que poderia se contentar em apenas gerar energia, mas optou por trabalhar em prol do desenvolvimento da região”, completou Santos.
    
Uma das principais estratégias do desenvolvimento local, na visão do Sebrae, é o encadeamento produtivo, em que se busca gerar oportunidades ao longo de uma determinada cadeia produtiva. Mas antes disso, é fundamental contar com uma base de dados que permita elaborar um retrato fiel da economia local, identificando fluxos financeiros (de onde vem e como se distribui o dinheiro que circula na região), como se dão as compras da prefeitura, se é possível desenvolver fornecedores locais para essas compras.
     
Estudos mostram, por exemplo, que para cada real que é gasto no município, ele se multiplica e gera mais R$ 0,70 na economia local. Portanto, quando os bens são adquiridos fora, cada real gasto representa 1,70 real que o município deixou de fazer circular em sua economia.
     
O Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local é organizado pelo Pnud, Itaipu, Sebrae e Famsi e prossegue até sexta-feira (1º), no Hotel Mabu, com atividades a partir das 8h30.