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Para Jorge Samek, Unila é uma conquista histórica
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12/01/2010

O diretor-geral brasileiro, Jorge Samek, faz uma análise geral sobre os ganhos que a nova universidade trará para o Paraná.  

Quando o presidente Lula sancionar o projeto de lei que cria a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), nesta terça-feira, 12, em Brasília (DF), o Paraná não ganhará apenas uma nova universidade pública federal, o que já seria motivo de comemoração: ganhará uma instituição diferenciada, única em suas características. 

 

  O projeto da Unila é inovador e ambicioso. Será a primeira universidade brasileira inteiramente voltada para a América Latina. Com a missão de gerar conhecimento vinculado à realidade dos nossos países, seus programas de ensino e pesquisa serão focados nos processos de integração. Os cursos oferecidos estarão voltados para a solução de problemas comuns e superação dos desafios latino-americanos.

  
Na verdade, com esta iniciativa, estamos dando um passo fundamental para promover um novo modelo de integração, que incorpora as dimensões cultural e educacional como vetores essenciais, superando a visão economicista tradicional que reduz o processo de integração aos acordos de livre comércio.
   
Sua meta é atender 10 mil alunos. Metade das vagas será destinada para estudantes brasileiros e a outra parte para estudantes latino-americanos. O corpo docente terá 250 docentes efetivos e 250 professores temporários (estrangeiros, visitantes). O orçamento anual previsto para cobrir os custos de pessoal e custeio é da ordem de R$ 140 milhões.
   
A Itaipu Binacional se orgulha de fazer parte dessa conquista histórica. Desde o início, nos empenhamos para que a Unila se instalasse em Foz do Iguaçu. Temos certeza de que os compromissos assumidos pela Itaipu de apoiar a implantação do projeto, doando o terreno onde será construído o futuro campus da Unila, e oferecendo espaço físico dentro do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) para o seu funcionamento provisório, assim como os projetos para construção de sua sede, assinados pelo consagrado arquiteto Oscar Niemeyer, foram fundamentais para essa conquista.
  
A Unila terá, para Foz do Iguaçu e região a mesma importância da criação do Parque Nacional do Iguaçu, em 1939, e a assinatura do Tratado de Itaipu, em 1973. Sua instalação permitirá a criação de um polo de conhecimento que mudará o perfil socioeconômico e trará uma nova perspectiva para o desenvolvimento sustentável regional.
   
Desde que assumiu a presidência da República, em janeiro de 2003, o presidente Lula vem promovendo uma vigorosa expansão da rede de instituições federais de educação superior. Além de criar 14 novas universidades, o atual governo também autorizou a abertura de mais de uma centena de novos campi vinculados às universidades já existentes, realizando um processo de interiorização sem precedentes da educação superior pública.
   
Graças a essa política, milhares de jovens que vivem longe dos grandes centros estão tendo a oportunidade de realizar o sonho fazer um curso superior numa instituição pública e gratuita.

O Paraná – que sempre se queixou, com toda razão, de ser preterido em relação a outros estados, como Rio Grande do Sul e Minas Gerais -  tem sido um dos maiores benefíciários do Programa de Apoio a Planos de Restruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).
   
Além de ganhar novas instituições e ampliar a estrutura das já existentes, de 2003 para cá, o orçamento das instituições federais de ensino superior no Paraná praticamente triplicou, saltando de R$ 405 milhões para R$ 1,2 bilhão. Tutora da Unila, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) terá, em 2010, um orçamento de R$ 725 milhões, valor muito superior à dotação de R$ 320 milhões, de 2002.
   
Foram esses recursos que garantiram a interiorização da UFPR, com a abertura de novos campi, a exemplo da UFPR Litoral. Berço do nosso Estado, o Litoral permanecia esquecido em matéria de educação superior pública. Hoje, a UFPR Litoral já atende 1.200 alunos e chegará a 2 mil até 2012.
  
Outra instituição que deve orgulhar os paranaenses é a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), criada pelo presidente Lula em 2005, a partir da transformação em instituição universitária do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR). A UTFPR conta, hoje, com 11 campi estrategicamente distribuídos por todas as regiões do Estado, atendendo a marca expressiva de 20 mil alunos.
   
O Paraná também saiu ganhando com a recém-criada Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Com sede em Chapecó (SC) e unidades em Cerro Largo e Erechim (RS), a UFFS terá dois campi nos municípios de Laranjeiras do Sul e Realeza, no sudoeste do Paraná.

E também fomos beneficiados com a expansão da rede de instituições federais de educação profissional, o que ocorreu a partir do desmembramento da Escola Técnica da UFPR –  do Instituto  Federal do Paraná (IFPR). Em dois anos, o projeto quase duplicou de tamanho, passando de sete unidades, conforme previa a proposta inicial do MEC, para um total de 12 unidades, cinco delas já em pleno funcionamento. O IFPR oferece cursos técnicos integrados ao ensino médio e também cursos tecnológicos em nível superior.
   
Com a presença de seis instituições federais de ensino superior – aqui considerada, ainda, a Universidade Aberta do Brasil (UAB), com polos presenciais em vários municípios, entre os quais Foz do Iguaçu – e com a sua invejável rede de universidades estaduais, o Paraná conta hoje com um dos melhores sistemas de educação superior do país. Isso lhe garante condições excepcionais para transformar-se, nas próximas décadas, numas das principais locomotivas a conduzir o Brasil para um novo patamar de desenvolvimento, com equidade e justiça social. Bem-vinda Unila, mais uma grande conquista do Paraná!

 

Jorge Samek, diretor-geral brasileiro