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Painel do Barrageiro vira patrimônio cultural do Paraná
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13/10/2014

O Painel do Barrageiro, monumento exposto no Mirante Central de Itaipu, está entre as obras do artista paranaense Poty Lazzarotto tombadas pela Secretaria de Estado da Cultura (SEEC) do Paraná. Criado em homenagem aos barrageiros que construíram Itaipu, o painel de 25 metros de largura por dois de altura foi inaugurado em 1998, sendo um dos últimos feitos pelo artista, que faleceu no mesmo ano.

Em todo o Paraná, são cerca de 40 painéis e murais de cerâmica, concreto e madeira espalhados em prédios públicos que, agora, vão ganhar a proteção do governo para sua preservação. A decisão pelo tombamento foi feita de forma unânime pelos integrantes do Conselho Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (CEPHA), vinculado a SEEC, em uma reunião no dia 20 de agosto de 2014. De lá pra cá, todas as instituições que mantém obras do artista foram notificadas.

A obra de Poty está exposta principalmente em Curitiba. Entre os painéis, se destacam o da fachada do Teatro Guaíra, do Palácio do Iguaçu, do Mercado Municipal, da Rua 15 de Novembro, da Praça 19 de Dezembro, da Assembleia Legislativa, do Aeroporto Afonso Pena, entre outros. “Tem também um lindo sobre os tropeiros, na estrada da Lapa”, conta a chefe do Cepha, Rosina Parchen.

Segundo ela, com o tombamento, a obra de Poty não pode sofrer alterações ou intervenções sem a anuência da SEEC. “Não pode ser destruído ou removido do lugar. Para qualquer intervenção ou obra de conservação e restauração é preciso mandar o projeto para a aprovação da secretaria”, explica. Também ficam restritos o uso de publicidade e as construções no entorno dos painéis.

Olhar crítico

Apesar de atingir apenas os painéis e murais públicos, o tombamento da obra de Poty surgiu em uma obra em área particular. Há dois anos, o grande painel de concreto na lateral do edifício do Hotel Nacional, na Rua Lourenço Pinto, próximo a Praça Eufrásio Correia, em Curitiba, chamou a atenção de um morador que passava por ali.

“Recebemos este morador de Curitiba que perguntou se não tinha como proteger aquela obra magnífica”, conta Rosina. “Por ser em um local particular é mais complicado, mas nós percebemos que poderíamos tombar a obra pública de Poty”.

Foi feito uma grande pesquisa para levantar as obras do artista pelo estado. Vários documentos, dissertações de mestrado e teses de doutorado foram analisados, além de entrevistas com João Lazzarotto, responsável pela obra do irmão Poty. Depois, o conselho fez um levantamento fotográfico e as fichas com informações de toda a obra. Coube à diretora da Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), dra. Maria José Justino, fazer a defesa do tombamento da obra de Poty aos integrantes do conselho.

De acordo com Rosina, tombar as obras públicas de Poty no Paraná é um primeiro passo. Nada impede que, no futuro, sejam incentivados que outros estados protejam as obras fora do Paraná e sejam criadas leis para preservar os murais e painéis em áreas particulares. Quem sabe assim, acabe a preocupação do curitibano anônimo que se maravilhou diante do mural de Poty, na parede do Hotel Nacional.