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Responsabilidade Social
Itaipu produz plantas medicinais contra tabagismo
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06/11/2009

Quem fuma sabe: largar o vício do cigarro não é nada fácil. Ainda mais para quem não pode pagar um tratamento à base de medicamentos importados tidos como revolucionários ou sequer encontra palavras de incentivo entre amigos e familiares. Mas, em Foz do Iguaçu, um tratamento inédito e gratuito oferece medicamentos 100% naturais e muitos ombros amigos. Com a ajuda da Itaipu, profissionais de dois postos municipais de saúde incluíram plantas medicinais no tratamento antitabagista. Os fitoterápicos são cedidos sem custos pela binacional e complementam a ação de remédios alopáticos (químicos) e das terapias de grupo. Para quem participa, fumaça, agora, só a da infusão das ervas no preparo dos chazinhos.

 


Altevir Zardinello (à direita) se encontra com profissionais que atuam no programa antitabagista   do poliambulatório (da esquerda para a direita): Adriana Valadão, Elizabeth Parciamello e Cristiane Ghisolfi
“Os resultados são muito positivos”, garante a enfermeira Adriana Valadão, do Poliambulatório Nossa Senhora Aparecida, no bairro Porto Meira. Lá e no Centro de Especialidades Médicas (CEM), no Polo Centro, estão as duas bases para um projeto-piloto, que integra esforços dos governos federal e municipal. O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, distribui material de apoio e medicamentos aos municípios.

            
Em Foz, as ações do programa nacional são levadas a efeito pelo Programa Ambulatorial de Tratamento do Fumante, ofertado em postos municipais de saúde.

Mas, no poliambulatório e no CEM, o tratamento é pouco diferente, justamente pelo reforço da acupuntura e das plantas medicinais cedidas pela Itaipu. “A coordenação do programa decidiu incorporar também tratamentos auxiliares e com fundamentação científica para ajudar a curar o vício do cigarro”, explica Adriana. “Não temos conhecimento de outra iniciativa como essa no Brasil, onde o tratamento fica restrito aos medicamentos convencionais e às terapias de grupo”, ressalta a enfermeira.

  


Os chazinhos complementam o efeito dos medicamentos convencionais, como adesivos e  pílulas ansiolíticas
O efeito da acupuntura e dos remédios alopáticos tradicionais – como adesivos, gomas de mascar e pílulas ansiolíticas (contra a ansiedade) – é complementado pelos princípios ativos das plantas medicinais doadas pela Itaipu, como citrus, melissa, guaco, hortelã, capim-limão, cidreira, carqueja e graviola, entre outros. A prescrição normalmente inclui três xícaras de chá por dia. No poliambulatório, o trabalho começou em fevereiro deste ano e já beneficiou cerca de 300 pacientes.

      
Embora os resultados ainda não tenham sido tabulados, os profissionais de saúde garantem que a inclusão dos chás no tratamento valeu muito a pena.

        
“A hortelã é eficiente contra a gengivite; a espinheira santa é boa contra os abcessos; e a tansagem e o citrus são excelentes anti-inflamatórios”, diz a dentista Elizabeth Parciamello, que dá apoio aos pacientes que tentam parar de fumar e também é adepta da fitoterapia no atendimento clínico. “Os pacientes ficam mais calmos e controlam melhor o desejo de voltar a fumar”, complementa Cristiane Ghisolfi, agente comunitária de saúde. Quem não deixa faltar as plantas é o técnico agrícola Altevir Zardinello, da Divisão de Ação Ambiental (MAPA.CD), coordenador do Projeto Plantas Medicinais, da Itaipu. Sempre que solicitado ele pessoalmente leva os fitoterápicos ao poliambulatório. "Esse projeto prova ter potencial para ser replicado em outros postos de saúde", diz Zardinello.

  

Tratamento

   


Fachada do Poliambulatório Nossa Senhora Aparecida, no Porto Meira
Cada pessoa que procura o poliambulatório recebe atenção individual. A avaliação é feita caso a caso, assim como a indicação de tratamento. Tudo começa com uma entrevista, feita por um médico, que verifica a condição clínica do paciente, tanto o grau de dependência do tabaco como as patologias que acompanham o vício. Em seguida, prescreve os medicamentos convencionais e, se o paciente aceitar, também a acupuntura e as plantas medicinais.

   

 “Normalmente todos aceitam”, diz Cristiane. Os remédios – tanto os naturais, doados pela Itaipu, como os artificiais, fornecidos pelo governo federal – são apenas parte do processo de cura. Outra fase igualmente importante, segundo os médicos, é a terapia em grupo.

    
São quatro encontros semanais, realizados no próprio posto. Como normalmente são trabalhados dois grupos paralelamente, em dois períodos, há a opção de participar pela manhã ou à tarde. Com o suporte de médicos, dentistas, enfermeiros e agentes de saúde, os participantes interagem e aprendem, passo a passo, como superar o vício. Quem consegue ainda pode, a cada 15 dias, participar dos encontros dos ‘grupos de manutenção’, formados por quem já parou de fumar e pretende continuar longe do tabaco. “É muito interessante, pois um comenta com o outro sobre os resultados dos chás e o incentivo é recíproco”, afirma Adriana. “Pessoas que fumavam três carteiras de cigarro por dia foram curadas dessa forma”, conclui a enfermeira.

 

Para participar

     

A inscrição no Programa Ambulatorial de Tratamento do Fumante é gratuita. Qualquer pessoa pode participar, basta se inscrever. O Poliambulatório Nossa Senhora Aparecida fica na Avenida Morenitas, 2195, bairro Porto Meira, Foz do Iguaçu. Mais informações pelo telefone 45-3529-7497. O Centro de Especialidades Médicas fica na Av. Paraná, 1.525, Pólo Centro. Telefone 45-3521-1809.