A Itaipu Binacional lançou oficialmente, nesta terça-feira (27,) o Programa Compras Sustentáveis, iniciativa da Diretoria Financeira que coloca a sustentabilidade como um dos critérios para a aquisição de produtos e na prestação de serviços à empresa. O lançamento foi feito com a participação de cerca de 100 fornecedores no Hotel Mabu, em Foz do Iguaçu.

O evento “Itaipu: Uma nova forma de comprar”, marcou ainda o lançamento do vídeo da campanha de mídia do Programa Compras Sustentáveis e o anúncio às empresas prestadoras de serviço do prêmio de equidade de gênero para os fornecedores, citado no início da solenidade pela diretora financeira executiva, Margaret Groff.

Imagem captada do vídeo de quatro minutos de duração, que tem o roteiro da agência Competence e produção da Visionart, sob coordenação da Divisão de Imagem Institucional e da Superintendência de Comunicação Social da Itaipu.

O diretor de Coordenação e Meio Ambiente, Nelton Friedrich, também participou da cerimônia, que marca entrada de Itaipu em um novo tempo. A partir do Compras Sustentáveis, aspectos como a responsabilidade no descarte terão o mesmo peso do preço nos processos licitatórios.
 
“É quase um sonho para nós lançarmos este projeto neste dia com nossos fornecedores e estabelecer novos hábitos e a cultura da sustentabilidade nas empresas”, afirmou Margaret.
 
Os requisitos serão exigidos nos processos de forma gradual até 2020, ano em que a Itaipu pretende se consolidar como a geradora de energia limpa e renovável com as melhores práticas de sustentabilidade do mundo.

Entre as exigências estão desde a especificação técnica dos produtos e serviços contratados à qualificação do fornecedor e das obrigações contratuais. Atualmente, Itaipu tem na ordem de 4.000 fornecedores cadastrados, 2.500 deles com cadastro ativo.

Para auxiliá-los neste processo de transição, a Diretoria Financeira promoverá uma série de workshops sobre o assunto e manterá como permanente o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (Desfor).

“Não queremos que o programa seja visto como mais uma exigência, mas que de forma gradativa os fornecedores percebam que ser sustentável, atuar com logística reversa e com equidade de gênero é estratégico ao negócio deles”, afirmou a superintendente de Compras, Rosimeri Fauth.

Para a Margaret Groff, esta é uma possibilidade de Itaipu expandir a sustentabilidade para além dos seus portões, gerando uma cadeia sustentável. “Temos que gerir novos padrões da melhor forma possível. Ganha a empresa, ganha o fornecedor”, disse.

Agostinho Vitorassi, prestador de serviços de Itaipu há 18 anos, concorda com a diretora. Em sua avaliação, o Compras Sustentáveis e programas como o Desfor “incentivam as empresas a se aperfeiçoarem no trato com o meio ambiente e na promoção de melhor qualidade de vida para seus trabalhadores”.

“É ótimo para nós. Com certeza, ao cumprirmos essas exigências a gente vai se capacitar mais para concorrência em outras empresas”, analisou Vitorassi, proprietário da Trechos Construtoras de Obras Ltda, de Santa Terezinha de Itaipu.

Cases internos

Internamente, a própria Itaipu já adotou iniciativas que valorizam os aspectos que passará a exigir de fora. Algumas dessas ideias serviram, inclusive, de modelo para a campanha do Compras Sustentáveis. Entre elas está o processo de aquisição de cadeiras, que passaram a ser padronizadas para atender padrões de ergonomia, com benefícios ao empregado.

A criação do Portal de Compras, com a possibilidade do cadastro de documentos por via digital, é outra ação modelo destacada na campanha. O sistema on-line eliminou o consumo de 88 mil folhas de papel em 2012 – de 89.371 para 1.068 unidades.
 
“Itaipu espera que os fornecedores empreendam modificações para que possam atender a nossa empresa e também se capacitem para o futuro”, afirmou Eduardo Guerra, coordenador do Desfor.
 
“Esta é uma iniciativa histórica. Sabemos que as estatais, estados e municípios são os maiores compradores do País e incluir critérios de sustentabilidade nestes processos coloca como reflexão nossos padrões de consumo, que atualmente são insustentáveis no Planeta”, avaliou o diretor Nelton Friedrich.
 
Equidade de gênero

A promoção da equidade de gênero nas empresas prestadoras de serviço ou fornecedoras de produtos também será estimulada pela Itaipu, conforme anunciou Margaret Groff nesta terça-feira. A binacional está preparando uma cartilha para orientar seus fornecedores sobre o tema. Em breve, eles também serão reconhecidos por suas melhores práticas nessa área por meio de um prêmio que a Itaipu fornecerá.

A cartilha deve destacar Os Sete Princípios de Empoderamento das Mulheres (Weps) do Pacto Global e da ONU Mulheres. São eles, 1. Liderança promovendo a igualdade entre gêneros; 2. Igualdade de oportunidades, inclusão e não discriminação; 3. Saúde, segurança e fim da violência; 4. Educação e formação; 5. Desenvolvimento empresarial e práticas da cadeia de abastecimento e marketing; 6. Liderança comunitária e envolvimento e 7. Transparência, medição e relatórios.

“Empoderar mulheres não é torná-las mais poderosas que os homens, mas dar a chance para que elas cheguem às mesmas posições de destaque deles”, afirmou Margaret. “O melhor para as empresas e à sociedade é haver um equilíbrio entre homens e mulheres”, concluiu.

Peças da campanha feitas pela Competence, sob orientação da CSII.GB e da Diretoria Financeira, mostram as ideias sustentáveis que já deram certo na Itaipu e que servem de modelo aos fornecedores.