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Responsabilidade Social
Itaipu discute empoderamento das mulheres com lideranças empresariais
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27/03/2015

A diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, a coordenadora do Programa de Incentivo à Equidade de Gênero, Maria Helena Guarezi, e a assessora de Responsabilidade Social, Heloisa Covolan, participaram terça-feira (24), em São Paulo, do primeiro encontro WEPs Brasil de 2015, que debateu igualdade de gênero e os princípios de empoderamento das mulheres. O encontro foi promovido pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global no Auditório do Banco do Brasil, na Avenida Paulista.
       
Estiveram presentes representantes de mais de 70 empresas, do governo e da sociedade civil, entre eles, a representante do Escritório da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman; o diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Dow, Luis Cirihal; a sócia da Ernst & Young, Andrea Weickert; a gerente de Programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, e Pedro Melo, CEO da KPMG do Brasil, que abriu o evento falando sobre o compromisso da alta liderança para a equidade de gênero.

Com o debate sobre a equidade de gênero cada vez mais aquecido no Brasil e no mundo, muitas empresas passaram a ter iniciativas voltadas para incentivar as mulheres a assumirem posições de liderança. Mesmo assim, as ações precisam ir além e o ano de 2015 é considerado estratégico para a ONU Mulheres. A meta é que o tema do empoderamento esteja cada vez mais presente na agenda internacional.

“A importância é envolver ainda mais as empresas signatárias, além da atuação do steackholders onde elas atuam. No vetor de RH no empoderamento das mulheres, elas também podem fazer um esforço a mais para trazer outras empresas e usar a plataforma WEPs”, avalia Margaret Groff, que citou iniciativas como o prêmio WEPs Brasil, lançado por Itaipu e parceiros, com o objetivo de disseminar a cultura da equidade na sociedade brasileira. Nos próximos meses, será lançada edição de 2016 do prêmio.
           
A sócia da Ernst & Young, Andrea Weickert, disse que “o encontro sugere que as empresas signatárias tenham cada vez mais a preocupação além do seu core business; as ações vão também para seus fornecedores na cadeia de valor”. Itaipu, por exemplo, ao adotar o programa de Compras Sustentáveis, transfere aos seus parceiros uma postura sustentável em toda a cadeira operacional.

Nadine Gasman, da ONU Mulheres, avaliou que o encontro chama para a ação a comunidade internacional de forma a intensificar os esforços para atingir o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero até 2030. “Para as empresas, isso significa reconhecer o seu papel e assumir a liderança para acelerar ações concretas de valorização do trabalho das mulheres em termos de presença em cargos executivos, igualdade de remuneração e correção de privilégios que têm garantido aos homens as melhores condições para o acesso e o desenvolvimento de carreiras.”

Segundo Nadine, há um descompasso nas estruturas de poder, ainda dominadas pelos homens. Existem leis e políticas claras e objetivas, mas elas não têm sido implementadas por falta financiamento e de vontade política. “O Brasil fez avanços significativos no campo da pobreza, na educação e força do trabalho, mas a participação política ainda não. Mesmo os partidos políticos sendo obrigados a estabelecerem cota mínima de 30% das candidaturas às mulheres durante as eleições, o resultado das urnas não reflete a obrigação imposta pela legislação eleitoral”, disse.

Um longo caminho a seguir

No Brasil, a diferença salarial revela apenas uma das múltiplas facetas do problema; mostra que as mulheres ganham, em média, 70% do benefício recebido pelos homens, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). A questão da equidade de gênero perpassa ainda o problema da equidade de raça, o que a gerente de Programas da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino, chama de interseccionalidade entre as diversas estruturas de discriminação.   

“Tanto a igualdade de gênero quanto a questão racial são consideradas desigualdades estruturantes na sociedade. A pessoa que acumula mais de uma característica desses estereótipos é objeto de mais pontos de discriminação”, avaliou.

Ainda hoje, mais de um terço das mulheres envolvidas em alguma relação já sofreram violência do seu par. Tal abismo tem diminuído ao longo do tempo, mas só será efetivamente extinto com a adoção de políticas públicas e outras ações afirmativas em todas as esferas, inclusiva a corporativa. É o caso de Itaipu Binacional, uma das primeiras empresas do setor público no Brasil a adotar os princípios do empoderamento.

“Alinhamos nossas atitudes com os sete princípios de empoderamento e hoje temos ações em todos os princípios. Nos projetos de inovação tecnológica da mobilidade sustentável, para incentivar as mulheres no protagonismo da tecnologia, temos adotado como objetivo que cada projeto tenha na liderança 50% de mulheres e 50% de homens”, afirmou Margaret Groff.

Sete passos para o empoderamento

1. Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível;

2. Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não discriminação;

3. Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa;

4. Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres;

5. Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing;

6. Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social;

7. Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.