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Infraestrutura é aprovada e Ironman 70.3 volta a Foz em 2015
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30/08/2014

Entre os giros dos pedais e as passadas cadenciadas dos atletas que participaram da competição de triatlo, o Ironman 70.3, neste sábado (30) em Foz do Iguaçu, não houve quem não parasse para admirar a beleza construída pelo homem. Desde o nado no reservatório, passando pelo ciclismo e pela corrida, dentro da usina, todo mundo comentou sobre o diferencial de se fazer uma prova tão dura em uma usina hidrelétrica.

 

 

“Foi demais. A cidade é maravilhosa, a população apoiou muito e a usina é linda”, disse o campeão, Fábio Carvalho, de São Paulo, que terminou a prova com o tempo de 4h0m43s. O segundo colocado, Santiago Alves Ascenço, de Goiás, foi ainda mais enfático: “o visual é alucinante e diferente de tudo. Nunca corri num lugar como este”, exclamou, ainda ofegante. Santiago já participou de provas em mais de 20 países e terminou a etapa de Foz do Iguaçu com o tempo de 4h3m52s.

“Foi maravilhosa, a mais linda da minha vida”, afirmou Ariane Monticeli, a número 1 entre as mulheres, com o tempo de 4h37m46s. “Sempre sou muito concentrada quando estou correndo, mas não deu para deixar de reparar na usina. Também gosto de corrida difícil e esta foi bem complicada, com subidas e descidas, ventando muito e, principalmente, por causa do calor”, resumiu.

Ironman 2015

O coordenador do Ironman Brasil, Carlos Galvão, disse que a intenção é que a competição passe a integrar o calendário de Foz do Iguaçu e de Itaipu. “Foi o primeiro evento aqui e sempre temos uma certa preocupação quando é a primeira vez”, disse Galvão, que trabalha com a competição há 15 anos. “Mas a infraestrutura oferecida por Itaipu foi fundamental para ter dado certo”, afirmou. “E todo mundo ficou maravilhado com a imponência da usina".

O superintendente de Comunicação Social de Itaipu e presidente do Fundo Iguaçu, Gilmar Piolla, disse que valeu o esforço para trazer o Ironman, porque a cidade ganha muito com eventos esportivos desse porte. Com o sucesso da primeira edição, Piolla está confiante de que a prova fará parte do calendário esportivo da cidade, assim como acontece com a Meia Maratona das Cataratas, a canoagem, o rafting e o stand up.  Ele lembra que o turismo esportivo movimenta a economia local. “Cada atleta traz no mínimo outras quatro pessoas, entre amigos, parentes e treinadores".

O coordenador da arbitragem, o professor e atleta Andrei Pilar Lauer, de Florianópolis, estava animado na área de transição da bicicleta para a corrida. “Isso aqui vai mudar o mundo do triatlo”, se exaltou. “Quem não vai querer vir competir aqui em Itaipu? Já passei por várias provas e é sempre praia ou cidade; esta etapa vai ser a mais diferente de todas”.

Além de Foz do Iguaçu, o Ironman 70.3 também acontece em Brasília (março). No total, são cerca de 70 etapas desta competição no mundo todo. O 70.3 (70 milhas em três modalidades) representa metade do percurso da prova principal, o Ironman, que, no Brasil, acontece em Florianópolis (maio) e em Fortaleza (novembro) e, no mundo, em outras 40 cidades.

Participaram mais de mil atletas do Brasil e do exterior. A etapa de Foz distribuiu US$ 50 mil em prêmios e garantiu 35 vagas para a etapa mundial do circuito, no ano que vem – o Ironman 70.3 World Championship 2015.

Campeões

Na elite, além de Fábio e Santiago, completam o pódio masculino os triatletas: 3º Guilherme Valenza Manocchi (tempo de 4h06m36s), 4º Frank Souza Silvestrin (4h09h06s), 5º Almir Gustavo Sorbo Martins (4h11m57s) e 6º Luiz Francisco Paiva Ferreira (4h14m10s).
Na prova feminina, que teve Ariane Monticeli na ponta, também chegaram ao pódio: 2ª Carolina de Lima (4h41m53s), 3ª Vanessa Paolieri (4h43m36s), 4ª Romina Gabriela (4h46m21s), 5ª Mariana Borges (4h52m37s) e 6º Ana Lídia Borba (4h55m39s)

Nado, ciclismo e corrida

A prova foi dividida entre os triatletas de elite e os demais competidores. A largada aconteceu no Iate Clube Lago de Itaipu (Icli) e o pelotão da elite caiu cedo na água, às 9h20, 10 minutos antes do segundo pelotão. Foi 1,9 quilômetro de natação, até ter a primeira transição para bicicleta. Os atletas pedalaram, então, desde o Icli, passando por vários bairros da cidade e contornando a subestação de Furnas. Foram  22 quilômetros até chegarem à barreira de controle de Itaipu.

Dentro da usina foram mais três voltas de 22,7 quilômetros cada (a prova total somou 90 quilômetros). Os atletas passaram pelas calotas do Parque da Piracema e venceram a grande subida da barragem de terra e rocha, bem diante do lago. Então, houve mais uma transição, da bicicleta para a corrida. O vencedor da prova, Fábio Carvalho, foi o primeiro a chegar e não perdeu mais a ponta. Pela frente, ele teria 21 quilômetros, passando em frente ao Cineteatro do Barrageiro, ao mirante do vertedouro e por toda a área industrial - os condutos forçados, o túnel do vertedouro, a crista da barragem- até, finalmente, terminar a prova próximo à barreira de controle.

Torcida

A prova de triatlo em Foz do Iguaçu não movimentou somente atletas e pessoal de apoio, mas uma torcida que acordou cedo para ver as modalidades. No Icli, bem cedo, parentes, amigos e curiosos acompanharam os atletas entrarem na água.

Pela cidade, curiosos com a agitação de polícia, staff e centenas de cones vermelhos, os moradores saíram de casa para ver as bicicletas passarem. Os amigos ciclistas Nelson, Zé Domingos e Valderci encostaram as bicicletas e se protegeram em um ponto de ônibus para ver a prova de ciclismo. “Pedalo faz dois anos”, disse Nelson. “Mas isso não é para mim não”.

Dentro da usina, também de olho na prova de ciclismo estava o grupo Duroc Bike Team, que reúne 25 integrantes para pedalar longas distâncias na região. Eles torciam pelos atletas Danilo e Paulo, membros do Duroc, que participaram do triatlo. “Duroc é uma espécie de porco, que adora ficar cheio de lama”, explicou Anderson Kozak, empregado de Itaipu e participante do grupo.

O foco do professor de educação física Diogo Duarte era outro: o final da corrida. Cinco de seus alunos participaram da prova e a expectativa dele, e das quase 20 pessoas que vieram de Londrina, era saber o tempo dos triatletas. “Achamos sensacional a estrutura do evento”, disse Diogo, que treina com os alunos nos lagos residenciais de Londrina.

Os filhos de Rubens Martins – Eduardo, 9 anos, e Henrique, 11 anos,  aguardavam ansiosos o pai na linha de chegada. Rubens mora em Florianópolis, mas toda a família veio de São Paulo para prestigiá-lo, entre eles, o sobrinho Frederico e o cunhado Ricardo. “A prova é muito dura, mas a beleza de Itaipu serviu como distração, enquanto a gente corria”. Os filhos pequenos já estão se preparando e, logo, devem seguir os passos do pai.