A família do casal de harpias mais antigo do Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional (Casib), instalado no Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), vai crescer. A fêmea botou nesta semana o primeiro ovo da atual temporada reprodutiva da espécie – que vai de outubro de 2013 a abril de 2014.

A partir de agora, o casal entra no período chamado de choco, que dura de 56 a 63 dias. A expectativa é que, até o final desta semana, a fêmea ainda bote um segundo ovo.

A torcida para que os ovos sejam férteis é grande. Se tudo correr bem, o primeiro filhote deve nascer na primeira semana de janeiro do próximo ano.

O médico veterinário Wanderlei de Moraes, da Divisão de Áreas Protegidas (MARP.CD), disse que o casal foi formado em 2005 e teve os primeiros filhotes de harpia gerados com sucesso no Casib, em 2009.

Atualmente, o plantel do refúgio conta com 18 harpias, sendo 12 delas nascidas no local. É o maior projeto de reprodução de harpias em cativeiro da região Sul do País. Uma fêmea que também nasceu no RBV foi enviada para o Criadouro Onça Pintada, de Curitiba, para pareamento.

Além do casal que botou o primeiro ovo da temporada, outros dois estão com comportamento reprodutivo e trabalhando no ninho, ou seja, também podem gerar filhotes.

A harpia

Também conhecida como gavião-real, a harpia (Harpia harpyja) é uma das maiores aves de rapina do planeta, chegando a medir 2,5 metros de uma ponta a outra da asa.

Originalmente, a espécie habitava uma ampla região que ia do Sul do México ao Norte da Argentina, compreendendo todo o atual território brasileiro.

O contínuo desaparecimento das florestas, no entanto, fez reduzir drasticamente a população dessas aves, que precisam de grandes áreas de mata contínua para sobreviver.

Hoje, no Brasil, ela só é encontrada em abundância na região do bioma amazônico, além de poucos registros no que restou da Mata Atlântica. No Paraná, embora sua imagem esteja representada no alto do brasão de armas, sua presença é muito rara.